Secretário dos Transportes afirma que Ferrogrão avança, mas tem desafios
Estimada em R$ 28 bilhões, a Ferrogrão visa a construção de uma ferrovia de 933 quilômetros, conectando o Porto de Miritituba (PA) ao município de Sinop (MT)
George Santoro, secretário-executivo do Ministério dos Transportes, utilizou uma rede social para abordar as repercussões do novo adiamento na finalização dos diálogos para a implementação da Ferrogrão, um projeto que enfrenta resistência devido ao suposto impacto em áreas indígenas protegidas. Ele ressaltou avanços na consulta às comunidades indígenas, afirmando que isso representa um progresso significativo, contrariando algumas informações veiculadas.
Estimada em R$ 28 bilhões, a Ferrogrão visa a construção de uma ferrovia de 933 quilômetros, conectando o Porto de Miritituba (PA) ao município de Sinop (MT), para facilitar o escoamento da produção agrícola. O projeto esteve paralisado desde 2021 devido a uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) motivada por contestações ambientais. Em setembro do ano passado, o tribunal suspendeu a ação por seis meses para permitir que o governo federal atualizasse os planos.
Representantes indígenas participam de grupo de trabalho
Como parte desse processo, o governo formou um grupo de trabalho para revisar os planos, incluindo representantes indígenas. Entretanto, próximo ao fim do prazo para a retomada do processo no STF, ONGs indígenas intensificaram os protestos contra o projeto. Em resposta às manifestações da semana passada, o governo se comprometeu com mais discussões, o que foi interpretado como um novo adiamento.
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Santoro, ao comentar as manifestações, ressaltou não apenas os desafios com as comunidades indígenas, mas também outros problemas enfrentados pelo projeto. Ele mencionou que a última atualização dos estudos econômicos foi em 2019 e não considerou os impactos da pandemia nos custos, nem o aumento da demanda. Além disso, ele apontou que o traçado ainda não está definido e que a versão final deve abordar as preocupações dos indígenas.
"Quando entramos no governo procuramos destravar no STF a autorização para fazer a atualização dos estudos. Criamos um grupo de trabalho que está construindo o entendimento do que precisa ser feito para termos uma licença prévia e também como resolver o imbróglio relativo à utilização da reserva indígena que foi feito por Medida Provisória no governo passado", escreveu Santoro.
Por fim, Santoro enfatizou a complexidade do projeto da Ferrogrão e a necessidade de diálogo contínuo com a sociedade e os órgãos reguladores. Ele ressaltou a importância de um progresso construtivo e responsável, reconhecendo que a construção da ferrovia levará pelo menos 12 anos, sem adotar discursos exageradamente otimistas.
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