Santarém vai debater Projeto Ferrogrão no Pará, entenda

Construção da Ferrovia tem mobilizado o governo federal e a iniciativa privada nos últimos anos

O Liberal
fonte

De 7 a 8 de maio, Santarém vai ter a oportunidade de discutir a viabilidade socioambiental do projeto da Ferrogrão, a ferrovia de 933 km, que deve ligar a cidade mato-grossense de Sinop, no norte do Mato Grosso, ao porto de Miritituba, em Itaituba, no oeste paraense. 

O evento do Ministério dos Transportes está marcado, nos dois dias, das 8h às 19h, no Auditório Tapajós do campus da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), no bairro Salé.

Em Belém, o presidente da Amport (Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica), Flávio Acatauassú, que é paraense, defende a sustentabilidade do projeto ferroviário.

Ele tem participado das discussões sobre os impactos socioambientais do corredor logístico no território paraense, feitas dentro do Grupo de Trabalho criado pelo Ministério dos Transporte, para avaliar tecnicamente a construção da Ferrogrão.

Modal econômico

“O projeto Ferrogrão é fundamental para que os portos do Pará possam continuar a ser abastecidos pelos comboios que recebem as cargas nas Estações de Transbordo de Miritituba (em Itaituba), e navegam pelos rios Tapajós e Amazonas até os portos de Santarém e Barcarena, através de um modal mais econômico e ambientalmente sustentável”, afirmou Acataussú, em entrevista exclusiva para o Grupo Liberal, na quinta-feira (25).

A Amport tem sede em Belém, e representa as empresas com Terminais de Uso Privado (TUP) e Estações de Transbordo de Cargas. Flávio diz que o Pará precisa converter o protagonismo do modal rodo-fluvial para a logística ferro-fluvial.

Com isso, avalia ele, “será possível transferir os grandes volumes que chegam pelas estradas, a partir do Mato Grosso, para um modal mais seguro, com maior capacidade de escoamento e cinco vezes menos poluidor’.

Impostos, empregos e renda

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Alex Dias Carvalho, também destaca as oportunidades econômicas a partir da materialização da Ferrogrão. Ele avalia que a malha ferroviária vai potencializar a economia, desde a construção da estrada, com a geração de impostos municipais, absorção da mão de obra local, e, claro, maior número de empregos e renda.

"A Ferrogrão é extremamente importante para elevar o IDH regional. O Estado também se beneficiará com a atração de novos investimentos e com todo o ICMS gerado, além do ganho socioambiental, ao se adotar um modal de transporte de carga mais eficiente, seguro e menos poluente”, defende o presidente da Fiepa.

O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) também vem defendendo o projeto de construção da Ferrogrão, principalmente, por entender que a ferrovia vai beneficiar diretamente os produtores rurais ao reduzir o custo de transporte da região.

“Não podemos afastar a possibilidade da geração de 30 mil empregos diretos e 373 mil indiretos, além, claro, de contemplar os aspectos econômico e ambiental, uma vez que o Ferrogrão está no contexto do Plano Nacional de Ferrovias, e reduzirá, por sua vez, em 77% o volume de emissões de gases de efeito estufa ao diminuir o fluxo de caminhões na BR-163’’, disse o senador.

Marinho acrescentou: “não me canso de dizer que a Ferrogrão é a maior obra de infraestrutura das regiões Norte e Centro-Oeste. Por meio dela, buscamos uma maior competitividade na produção brasileira e criamos oportunidades interessantes para o crescimento do Pará”.

Alex Carvalho, da Fiepa, também observa os ganhos econômicos da produção rural. “A ferrovia possibilitará uma atuação mais ostensiva e eficaz dos órgãos de fiscalização e combate às atividades ilegais na região, trazendo um ganho enorme para o meio ambiente. Já as pessoas que vivem nas imediações da BR-163 poderão usufruir de uma estrada em condições de melhor trafegabilidade”, concluiu.

Por fim, o titular da Amport, Flávio Acatauassú, enfatiza que “a ferrovia por si só já é uma ação infra estruturante mitigadora dos impactos negativos gerados pela rodovia, apresentando-se como uma ferramenta fundamental para a descarbonização da cadeia de transporte atualmente utilizada, exatamente às portas da COP 30, que terá o Pará como anfitrião, e passará a contar com o corredor logístico mais sustentável do País”, disse.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA