Saiba quais são os investimentos mais promissores para 2023
Mercado financeiro é influenciado por vários fatores, como o cenário político
Eleições, guerra da Ucrânia, a recente pandemia da covid-19 e alta da inflação mundial. Durante o ano de 2022, todos esses fatores ditaram oscilações que impactaram nos ganhos e perdas dos investidores do mercado financeiro. Nesse cenário de volatilidade econômica, o especialista da AçãoBrasil Investimentos, Idean Alves, afirma que com a taxa Selic em 13,75%, quem investiu nas rendas fixas foi quem mais se deu bem, tendência que deve continuar em 2023.
“O investidor de renda fixa teve um "final feliz" em 2022 depois de termos uma Selic em 2% por ano em 2021, neste momento estamos fechando em 13,75%, o maior patamar dos últimos cinco anos, o que é excelente para o investidor conservador, e que busca segurança em renda fixa, pois ele voltou a ganhar o famoso 1% por mês, "livre de risco", com algumas aplicações pagando até 16% por ano, que rende 1,3% por mês bruto”, avalia Idean Alves.
Entenda como investimentos podem ser classificados
Os produtos de investimentos podem ser classificados em duas grandes categorias: renda fixa e renda variável. Enquanto na renda fixa o investidor empresta recursos para o governo, um banco ou uma empresa e se ganha com o recebimento de juros; na renda variável se compram ativos, cuja rentabilidade tem influência de fatores da economia do país, como a taxa de juros e o cenário político.
No balanço do especialista, os investidores moderados e agressivos, que são aqueles que gostam de correr um pouco mais de risco em renda variável, almejando ganhos maiores, enfrentaram riscos maiores de não ter o mesmo “final feliz”.
VEJA MAIS
“Estes precisaram ter estômago para suportar a montanha-russa que foi a Bolsa de Valores em 2022, com muita volatilidade por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, inflação aterrorizando o mundo todo, política de covid zero na China, e claro, ano eleitoral no Brasil, que historicamente adiciona volatilidade à renda variável, e fez a bolsa brasileira perder mais de 20% em valor, machucando muitos investidores que viram o cenário mudar rapidamente várias vezes ao longo do ano, e como muitos estavam bem alocados na Bolsa, foi um ano mais desafiador para esse investidor, o qual inclusive optou por migrar parte dos recursos para a renda fixa novamente”, considera Idean.
Cenário econômico pode mudar e interferir nos ganhos
Para ele, o aprendizado que fica, é que na prosperidade ou na crise, os investidores devem ter em mente que o cenário econômico sempre pode mudar rapidamente. “Por isso, é preciso ter cautela e sempre deixar uma boa reserva de caixa disponível para novas alocações na carteira, assim o investidor terá maior flexibilidade às mudanças, e aproveitar as oportunidades, pois não podemos esquecer que crise, estresse econômico e incerteza gera muita oportunidades para tem dinheiro para aproveitar quando elas aparecem”, afirma o assessor de investimentos.
Ao findar deste ano, o cenário que fica é de instabilidade para a maioria dos países que estão vivendo um momento atípico de inflação em alta, define o especialista. “Esse cenário naturalmente pede juros mais altos para controle da alta de preços. Só que agora, estamos falando desse fenômeno nos países desenvolvidos, o que leva a desaceleração da economia global, tanto é que se fala em recessão para 2023, e também aos investidores buscarem esses países que estão pagando mais do que de costume na renda fixa e são considerados mais seguros”, explica.
“No Brasil, nós tivemos além do processo eleitoral, um debate sobre o nosso fiscal fragilizado muito forte, pois o governo deveria seguir a regra básica de economia doméstica: gastar menos do que ganha. Só que ao invés disso, foi escolhido aumentar o gasto público, o que fragiliza as contas do país, aumenta a carga tributária, inflação, mais juros, e diminui a confiança do investidor, do empresário, e por consequência do consumidor, que passa a ter mais incerteza sobre o futuro, se estará empregado ou não. Tudo isso acabou refletindo na Bolsa de Valores e nas taxas de renda fixa em 2022”, analisa Idean.
Renda fixa em 2023
Para quem quer começar a investir em 2023, o assessor de investimentos recomenda iniciar com renda fixa, o que para ele, é o tipo de investimento mais promissor para o próximo ano. “As taxas de retornos devem ficar cada vez maiores, remunerando bem o investidor. Pense bem, é melhor ganhar 16%, 18% em renda fixa, ou comprar ações, abrir um negócio, com um risco muito maior, sem garantia de ganho e alta probabilidade de perda?”, justifica.
“A história mostra que o brasileiro prefere a renda fixa, até pelo nosso passado recente de juros altos, o Brasil era chamado de país dos rentistas, que nada mais faziam do que aproveitar esse alto retorno. Claro que isso será uma fase, um momento do ciclo econômico, e poderemos ver a luz no fim do túnel para ativos de renda variável, como Bolsa, no final do segundo semestre de 2023, mas só aí vai começar a fazer mais sentido o rebalanceamento na carteira”, pondera o especialista.
Segundo análise de Idean, a poupança já deixou de ser uma opção para o investidor bem informado, pois é possível encontrar o dobro do retorno desse investimento que hoje está em 6% por ano, sem pagar imposto e com a mesma liquidez, como nos casos das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), que são isentas para pessoa física, das quais se pode resgatar a qualquer momento. As LCIs e LCAs são títulos de renda fixa do mercado financeiro que captam recursos visando o desenvolvimento do setor imobiliário e do agronegócio, respectivamente.
Como começar a investir?
Para quem nunca fez qualquer tipo de investimento financeiro, mas tem interesse em começar, o economista Nélio Bordalo dá algumas dicas para iniciantes. Ele garante que não é necessário abrir mão de um valor alto, mas o importante é começar a criar o hábito de poupar e fazer o dinheiro se movimentar.
“É possível começar até com R$ 50. O importante é começar e aprender a poupar qualquer valor da renda mensal, e aos poucos ir aumentando a quantia aplicada, avaliando as melhores alternativas, buscando orientação do gerente do banco ou um profissional economista da área financeira”, recomenda Bordalo.
Confira abaixo as dicas do economista:
1. Estabeleça os seus objetivos! Qual é a razão que você está economizando esse dinheiro? Ter uma reserva financeira ou para realizar alguma compra ou projeto no futuro próximo.
2. Determine o valor que vai ser investido mensalmente e ajuste o seu orçamento pessoal ou doméstico para poder cumprir o valor definido para aplicar no ano todo.
3. Descubra o seu perfil de investidor para poder escolher suas aplicações financeiras.
- Conservadores: são investidores que têm baixa tolerância a risco e que priorizam investimentos com liquidez;
- Moderados: buscam proteger o capital no longo prazo, e costumam estar mais dispostos a investir parte dos recursos em produtos com algum nível de risco;
- Agressivos ou arrojados: toleram o risco e aceitam a possibilidade de ter perdas em alguns momentos, se isso representar a chance de obter maiores retornos.
4. Faça um planejamento financeiro com base no seu orçamento pessoal ou familiar para que possa conhecer a sua realidade financeira mensal, reduzindo gastos desnecessários ou supérfluos, reprogramando a vida financeira para poder ter mais recursos para fazer investimentos, mesmo que sejam valores pequenos no início, mas o importante é criar o hábito de poupar.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA