Quitação do 13º salário deve injetar cerca de R$ 5,8 bilhões na economia paraense, aponta Dieese
Estado deverá concentrar aproximadamente 40% do montante da Região Norte
O prazo legal para o pagamento da última parcela do 13º salário a todos os trabalhadores, tanto dos setores público como privado, termina nesta quarta-feira (20). Diferentemente da primeira, nesta segunda parcela serão incididos encargos como INSS e Imposto de Renda. De acordo com um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), o abono deverá injetar na economia paraense cerca de R$ 5,8 bilhões até o final de 2023.
O montante aponta um crescimento de pouco mais de 18% em relação ao estimado no ano passado, de R$ 4,9 bilhões. O pagamento do 13º salário representa cerca de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e deve alcançar 2 milhões de pessoas, o que evidencia um crescimento de 5% no comparativo com o mesmo período de 2022.
Os sete estados da Região Norte devem movimentar cerca de R$ 14,5 bilhões com a quitação da parcela. Ao todo, o Dieese estima que 4,7 milhões de trabalhadores sejam alcançados com o pagamento do 13º, com destaque para o Pará, que deverá concentrar o equivalente a 40% do montante total da região.
O estudo mostra que os valores do abono deste ano têm o potencial de injetar na economia brasileira cerca de R$ 291 bilhões, o que representa, aproximadamente, 2,7% do PIB do país.
“Ao longo dos anos, a primeira parcela do pagamento do 13º salário costuma ser destinada ao pagamento/regularização de dívidas, entretanto, no caso do pagamento da segunda parcela deste abono, o direcionamento para consumo por contas das festas de final de ano costuma ser o destino comum. Em todo caso cabe lembrar que o cenário atual ainda é de preços elevados, juros altos e muitos endividados, portanto usar com serenidade e planejamento os valores do 13º salário, podem ajudar a fugir das armadilhas dos cartões de crédito, crediários, cheque especial e mais ainda as compras por impulso”, enfatiza o Dieese.
Análise
Para o cálculo do pagamento do 13º salário em 2023, foram reunidos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Previdência. Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). No caso da Rais, o DIEESE considerou o total dos assalariados com carteira assinada, empregados no mercado formal, nos setores públicos (estatutários ou celetistas) e privado, que trabalhavam em dezembro de 2021, acrescido do saldo do Novo Caged de 2022 e 2023 (até setembro).
Os dados constituem projeção do volume total de 13º salário que entrará na economia ao longo do ano, e não necessariamente nos dois últimos meses de 2023. Entretanto, o princípio é que a maior parte do valor referente ao 13º, notadamente para os trabalhadores ativos, seja paga no final do ano.
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