Qual a diferença entre comprar um imóvel pronto e na planta? Conheça vantagens e desvantagens
Corretora imobiliária e educador financeiro esclarecem dúvidas sobre o assunto
Para quem busca realizar o sonho da casa própria, comprar um imóvel leva em consideração diversas variáveis, como disponibilidade para mudança imediata (caso já esteja pronto) ou possibilidade de projetar os cômodos (caso ainda esteja na planta). Entre aspectos positivos e negativos de cada uma dessas modalidades de aquisição imobiliária, a corretora Natália Negrão e o educador financeiro Cleber Albuquerque dão dicas para quem está considerando realizar este tipo de investimento em Belém.
Ao adquirir um imóvel na planta, é possível planejar o pagamento da dívida de acordo com o prazo de entrega da obra. “Parcelando ao longo desse período, você consegue ajustar a compra do imóvel ao seu orçamento e, em paralelo, também se organizar para o momento de quitá-lo quando for entregue; seja com seus próprios recursos, vendendo outro bem, alocando recursos próprios ou, ainda, através de financiamento bancário”, explica Negrão.
A corretora destaca a alavancagem como sendo outro ponto positivo ao comprar uma casa ou apartamento em construção. “É comum que nossos clientes adquiram no lançamento pagando de forma parcelada, sem um aporte inicial muito alto e, ao final da obra, recebam um imóvel valorizado, escalando aquele valor pago de sinal e aumentando seus ativos com uso de capital de terceiros”, acrescenta a corretora. Além disso, a personalização permite à pessoa compradora decidir mudanças no curso da obra, junto à construtora, e até mesmo criar projetos de interiores levando em consideração gostos e preferências.
Como desvantagens, há o risco de atraso ou não entrega: “Essa, sem dúvida, é a grande preocupação de quem compra imóvel na planta. Muitas vezes, o comprador passa aquele período de espera com dupla despesa de moradia (aluguel e parcela da compra), se organizando para se mudar no prazo contratual, quando se surpreende com atrasos ou paralisação das obras”, avalia Natália. Há 10 anos atuando no mercado, a corretora frisa a importância de pesquisar além do imóvel desejado: procurar entender a saúde da empresa que está vendendo o bem, histórico de obras entregues e quem são os sócios. “Se possível, até mesmo visitar empreendimentos já entregues para atestar a qualidade construtiva”, alerta.
Flutuações no mercado imobiliário e variação de índices de reajuste são possíveis crises no setor econômico que também podem impactar na valorização do imóvel e eventualmente reduzi-la.
No caso de um imóvel pronto, a segurança de possuir um local à disposição possibilita tanto a mudança imediata quanto a geração de renda passiva. “Você pode imediatamente receber um retorno sobre seu investimento, alugando esse imóvel e até contar com o valor do aluguel para pagar as parcelas do seu financiamento. Uma maneira de aumentar seus ativos utilizando capital de terceiros”, explica Natália Negrão.
Os riscos desse tipo de aquisição imobiliária ficam por conta de vícios ocultos na estrutura do imóvel (defeitos que não podem ser observados no momento da compra), pelo uso e tempo de construção, e possíveis irregularidades com documentação, que podem frustrar a experiência e causar desgastes emocionais e custos financeiros adicionais.
Para o educador financeiro Cleber Albuquerque, independentemente de comprar o imóvel já pronto ou ainda na planta, o primeiro passo é ter um planejamento financeiro. É preciso levantar a renda mensal, calcular as despesas fixas e variáveis e identificar o que sobra. “Em média, você contempla 50% para gastos fixos e variáveis e, dos 50% que sobrar, pode destinar até 30% para a compra do imóvel. Os outros 20% serão destinados a gastos pessoas e criação de reservas, como poupança ou investimentos”, orienta.
Segundo Albuquerque, é preciso se atentar a todas as despesas envolvidas: além dos valores de entrada e das parcelas, IPTU e condomínio podem se somar aos gastos. “Se não houver necessidade de se mudar imediatamente, a pessoa faz um planejamento somente com as parcelas e atualização dos juros”, sugere. No caso de financiamento por instituição bancária, o educador financeiro lembra que boa parte das parcelas são compostas de juros, o que pode encarecer consideravelmente o valor final do imóvel.
Valores do metro quadrado em Belém
“Bairros centrais, como Umarizal, Nazaré e Reduto, são exemplos de onde encontramos preços de metro quadrado mais elevados em Belém. Quanto mais longe dessas áreas, como municípios da região metropolitana e outros bairros no entorno dessa região central, a gente encontra metros quadrados que vão reduzindo de preço”, informa a corretora Natália Negrão.
Para imóveis novos, há lançamentos nos bairros centrais que podem chegar a R$ 15 mil (valor do m²); o que não ocorre com propriedades usadas, geralmente mais acessíveis.
Sobre a diferença de valores entre comprar pronto ou na planta, Natália afirma que a questão está mais relacionada ao preparo financeiro do contratante. “O cliente pode quitar o imóvel no momento da compra, ou dar um sinal e partir para o financiamento ou, ainda, pagar um imóvel que ainda esteja na planta e não requeira um aporte muito alto no primeiro momento”, finaliza.
Imóvel comprado na planta
POSSIBILIDADES
- Pagamento planejado de acordo com o andamento da obra
- Valorização do imóvel a longo prazo
- Escolha do projeto de maneira personalizada
RISCOS
- Atraso ou não entrega da obra
- Flutuações no setor econômico-imobiliário
Imóvel já pronto
POSSIBILIDADES
- Mudança imediata
- Renda passiva imediata
RISCOS
- Vícios ocultos na construção (defeitos que não podem ser observados no momento da aquisição do imóvel)
- Problemas com documentação
Palavras-chave
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