Produtos carnavalescos mais caros: consumidores se dividem entre comprar adereços e fazer em casa

Na última década, a chamada “cesta carnavalesca” acumulou alta de 95,83%, enquanto a inflação oficial teve aumento de 75,17% no período

Elisa Vaz
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O Carnaval de 2025 chegou com preços mais altos para os consumidores. Uma pesquisa da plataforma Rico revelou que a inflação da cesta de produtos e serviços da folia supera a do índice geral de preços ao consumidor. Na última década, por exemplo, a chamada “cesta carnavalesca” acumulou alta de 95,83%, enquanto a inflação oficial apresentou aumento de 75,17% no mesmo período.

Os itens incluem bebidas, fantasias, maquiagem e passagens aéreas, entre outros. Somado ao reajuste, alguns produtos de largo consumo durante o Carnaval têm tributos embutidos que, em alguns casos, representam metade do seu preço final. As máscaras, de plástico ou lantejoulas, têm mais de 46% de impostos embutidos, enquanto as fantasias de tecido acumulam 45% de impostos no preço final. O levantamento é da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Consumidoras gastam de R$ 100 a R$ 120

Em Belém, apesar dos preços elevados, os consumidores não deixam de fazer compras. A técnica em segurança do trabalho Rosângela Oliveira, de 56 anos, estava curtindo uma festa infantil com seu filho, de 13 anos, nesta terça-feira (4), e contou que gastou em torno de R$ 120, com adereços para ela e para o adolescente. Os preços, para a mãe, estavam elevados.

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“Continua sempre alto, mas fazemos um esforço para nos divertir um pouco, vai economizando de um lado, procurando alternativas, tem lojas que fazem um preço mais acessível, aí dá para conduzir a situação sem apertar o orçamento”, disse. Enquanto Rosângela usava uma máscara roxa e alguns adereços na roupa, o filho estava todo pintado e fantasiado de Estátua da Liberdade, que a própria mãe costurou. “A fantasia pronta não tem condições, muito cara”, opinou.

image Rosângela Oliveira gastou em torno de R$ 120, com adereços para ela e para o filho, de 13 anos. Os preços, para a mãe, estavam elevados. (Wagner Santana / O Liberal)

Já a nutricionista Reliane Pinho, que preferiu não dizer a idade, gastou uma média de R$ 100 e estava no mesmo local, vestida de palhaça. “Eu comprei peruca, comprei alguns brilhos, e achei que o preço estava bom, porque para a alegria não tem preço, vamos sorrir porque é Carnaval”, celebrou.

image Reliane Pinho comprou adereços com antecedência e gastou uma média de R$ 100 para se vestir de palhaça no Carnaval (Wagner Santana / O Liberal)

A consumidora já tinha se planejado para gastar esse valor e, além da fantasia de palhaça, ela também comprou uma roupa de Mulher Maravilha. O segredo para não gastar tanto, de acordo com ela, é comprar com antecedência. Em relação ao último Carnaval, Reliane não acha que os valores mudaram.

Mãe escolhe fazer em casa

Dona de casa, Priscila dos Anjos, de 39 anos, tem três filhos e, para não gastar muito com a folia, optou por fazer tudo manualmente. Ela estava usando uma tiara com alguns dizeres em amarelo, que foi feita com arame e EVA que já tinha em casa; e um dos filhos estava usando uma fantasia que foi toda feita com TNT vermelho, sem gastar nada.

“Eu decidi reciclar o que tinha em casa. Então, eu peguei algumas coisas que eu já tinha, como, um gorro, só fiz botar um TNT, mudar a cor, porque, como eu tenho três filhos, para mim sairia bem melhor reciclar alguma coisa do que comprar, sairia bem mais em conta. Então, para vir hoje para cá, foi tudo reciclado. Eu faço alguns artesanatos, tinha arame, TNT, peguei tudo que tinha em casa mesmo e montei a nossa fantasia. Foi um Carnaval bem econômico”, comentou a consumidora.

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