Preço médio do metro quadrado no Pará registra baixa, afirma IBGE
Em março, valor dos materiais e da mão de obra, elementos que fazem parte do cálculo do setor, também registrou queda
O custo médio do metro quadrado em construções civis do Pará ficou mais baixo em março deste ano. Dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) mostram que o valor fechou o mês em R$ 1.706,51, tendo uma variação negativa de 0,17%. Em fevereiro deste ano, esse preço era de R$ 1.709,48. A média do Brasil ficou em R$ 1.689,13, abaixo dos parâmetros do estado.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11). Em março, o custo dos dois componentes que fazem parte do cálculo para que a média do preço do metro quadrado seja definida também registrou baixa. Os materiais de construção, que estavam em R$ 1.080,75 em fevereiro, foram para R$ 1.077,78. Já a mão de obra está com valor estável desde janeiro: R$ 627,73.
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O economista Sérgio Melo explica que os preços em desaceleração estão sendo observados desde o ano passado e que podem ser justificados, entre outros fatores, pela diminuição de alguns produtos usados nas composições dos materiais de construção. “Como o aço, que é um componente fundamental nesse processo. A pandemia causou a diminuição da oferta de alguns produtos e os preços subiram bastantes”.
“Com a parada que a indústria teve, houve também um choque de preços e isso tem se estabilizado paulatinamente ao longo dos últimos meses. Contudo, a variação em doze meses é um cenário que apresenta mais de 9%, sendo que a variação da nossa inflação, por exemplo, está em 4,5%. Os custos da construção civil estão superando mais que o dobro do valor do Índice de preços no consumidor (IPCA), para efeito comparativo”, completa.
Norte entre as regiões com metro quadrado mais barato do país
A pesquisa do IBGE mostra, ainda, que a região Norte possui índices que a colocam entre as que têm o metro quadrado mais barato do Brasil. Em março, esse valor foi de R$ 1.726,96, acumulando variação de 11,30% em doze meses, estando na frente apenas do Nordeste, que fechou o período em R$ 1.569,86. Sudeste e Sul aparecem no levantamento como as mais caras.
Sérgio aponta que existem motivos específicos para essa realidade. “Tem o que pode fazer encarecer e o que pode fazer diminuir os preços. Os que encarem são as questões logísticas. A dificuldade de transporte de diversos materiais, tanto para sair daqui, quanto para chegar. Nossa região tem diversas dificuldades em integração pelos modais, sejam hidroviários, rodoviários ou ferroviários", aponta.
“Entre os fatores que fazem diminuir o custo, temos: maior disposição de terra, menor valor de metro quadrado para utilização dos empreendimentos, salário médio menor que em outras regiões e etc. Então, isso faz diminuir os custos”, finaliza Sérgio.
Lei da oferta e demanda também pode ser fator decisivo para preços, diz especialista
Além da baixa nos preços dos materiais e da mão de obra, o economista Valfredo Farias destaca que a lei da oferta e da demanda pode ter influência no valor final do metro quadrado. “Pode ser que esteja tendo menos procura e, toda vez que tem menos procura, a tendência do preço é cair. O mercado pode não estar aquecido e o preço tem caído”, acrescenta o especialista.
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