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Preço do café chega perto dos R$ 50; valor deve continuar aumentando em 2025

Diretor da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) revela que condições climáticas são os principais fatores para queda de produção do café, que segue com alta demanda

Gabriel Bentes
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Segunda bebida mais consumida no Brasil depois da água, o café está sendo um item que está ficando cada vez mais caro para o bolso do brasileiro. Isso porque as secas e as altas temperaturas vem prejudicando a produção, fazendo com que o preço seja elevado. O grão moído teve uma alta de quase 33% no acumulado dos 12 meses até novembro, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (10).

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o pacote de 1 kg está sendo vendido nos supermercados, em média, a R$ 48,57. Em janeiro, o valor era de R$ 35,09. Especialistas afirmam que o preço deve seguir elevados, pelo menos, até 2026, pois as lavouras de produção devem demorar para se recuperar. Um fator que vai influenciar muito essa recuperação são as condições climáticas em 2025.  

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Cenário crítico para a produção

Segundo especialistas ao g1, o calor e seca em 2024 geraram um estresse na planta, fazendo com que ela, para garantir sua sobrevivência, precisasse abortar os frutos, interrompendo assim o seu desenvolvimento. Mas o cenário em consequência das condições climáticas não se limitou apenas a esse ano. Problemas como geadas e ondas de calor têm ocorrido há quatro anos, e a chance de as próximas safras também serem ruins favorece o encarecimento.

Outro fator que influencia a alta do café são as guerras no Oriente Médio. Os conflitos aumentaram os custos de embarque do café no mercado internacional, encarecendo também os contêineres, que são o principal meio de exportação. 

Ao g1, o diretor-executivo da Abic, Celírio Inácio da Silva, afirmou que a falta de água é considerada o pior fator de dano a lavoura. "Quando acontece uma geada, ela não deixa tantos estragos para as próximas safras. Já a seca, sim", afirma.

O plantio do café segue um sistema de bienalidade, alternando entre anos de maior e menor produção. No entanto, nos últimos quatro anos, essa lógica foi rompida, com safras constantemente menores por causa dos problemas climáticos, segundo Silva. Com a produção em queda e a demanda em constante crescimento, os produtores ficam incertos sobre o que esperar para o ano seguinte, segundo ele. Ainda segundo o diretor, a insegurança de colheita fez com os preços aumentassem.

"Isso está assustando, porque é um aumento bastante significativo. A gente falava em janeiro em termos de R$ 700, R$ 750 a saca. Hoje, está entre R$ 2.100 e R$ 2.200", exemplifica o diretor da Abic.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos de café em 2024 deve atingir 54,8 milhões de sacas. O dado representa 0,5% a menos comparado com 2023.

Preço alto em 2025

Segundo o diretor da Abic, o preço do café deve seguir em alta em 2025, pois os indícios não mostram condições favoráveis para a safra.  "O mercado está em alta, não tem nenhum indício de queda e não há nenhum fundamento para a queda de preço. Então, vamos iniciar 2025 com continuidade do aumento do café", afirma ele.

(*Gabriel Bentes, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de oliberal.com)

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