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Veja quanto custava o açaí há 30 anos

De lá para cá produto ficou mais caro e com menos rendimento, aponta empresário do ramo

Maycon Marte
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O preço do litro do açaí, no tipo médio, já foi comercializado em Belém por R$ 1,50, há trinta anos, no início do plano real, como destaca um estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-Pa). O plano real foi criado no governo de Itamar Franco em 1994 e marcou o processo de estabilização econômica do país reduzindo a inflação que na época, aumentava em torno de 3.000% ao ano. Em 2024, uma loja de açaí na capital paraense oferece o litro do tipo médio por R$ 22, com aumento influenciado pela demanda de exportação, como destaca Anderson Pires, proprietário de um negócio no segmento.

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Na comparação de preços do litro de açaí, de acordo com os dados do Dieese, o tipo médio encontrado no passado por R$ 1,50, pode ser adquirido pelos paraenses por cerca de R$ 27,17, um aumento de 1.711%. Para a opção do grosso, que já chegou a custar R$ 4,50, o litro é comercializado hoje por em média R$ 42,11, uma elevação de 835,78%. Os valores acumulados nas duas modalidades superam até mesmo a inflação calculada em 729% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Para o empresário Anderson Pires, que trabalha no segmento há mais de 20 anos, o preço do açaí mais barato é uma lembrança distante. “Lá atrás a gente começou a vender o litro a R$ 1 e depois passou para R$ 4, agora o preço aumentou bastante devido a exportação acredito”, destaca. Na sua visão, a influência do crescimento da exportação do produto para outras regiões, afeta o valor da lata de açaí vendida na feira para abastecer os pontos de venda. Segundo o Dieese, o Pará representa atualmente mais de 90% da produção nacional, com cerca de 1,5 milhão de toneladas ao ano.

“Eu comecei a comprar R$ 3 a lata, do açaí das Ilhas a R$ 10, R$ 13, isso há 20 anos atrás, hoje em dia tá na faixa de R$ 50 e o preço varia até uns R$ 100… chegando até R$200 (em períodos de baixa oferta)”, explica o empresário.

Pires enfatiza além da elevação dos preços ao longo dos anos, uma redução na qualidade do produto ofertado na cidade, que segundo ele, rendia mais antes. “Alguns proprietários de terra falaram que foi devido a derrubada dos açaizeiros altos, e acredito que esses devem ter uma qualidade melhor, mas agora se corta tudo baixo, facilita para a colheita, mas quebra um pouquinho a qualidade” afirma. Na sua memória, o rendimento era tanto que os consumidores compravam o produto em vasilhas e nas feiras as sobras eram desperdiçadas. 

Apesar das mudanças, o empresário destaca um avanço na melhoria dos estabelecimentos devido a atuação da vigilância sanitária, que transformou os pontos simples em espaços limpos e elaborados. “Quando a gente começou a trabalhar, era um tanque de plástico, hoje em dia a nossa loja é toda em inox e isso ajudou muito”, conclui.

Consumidores

Embora recorde de quando o litro do açaí custava menos, a consumidora Marisanta Almeida, afirma que não pode deixar de consumir e ainda espera que o valor caia. Marisanta conta que sempre tenta se adequar aos preços, ano após ano, para nunca deixar de consumir.“Não dá para ficar sem porque o açaí é bom”, ressalta.

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