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Incentivo à compra de carros elétricos pode renovar a frota de transporte por aplicativo em Belém

Moção encaminhada à Alepa no mês passado propõe linhas de crédito para aquisição desses veículos por taxistas e motoristas de aplicativo

Gabriel da Mota

No último dia 7 de maio, uma moção sobre incentivo à aquisição de veículos elétricos em Belém em vista da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, foi encaminhada pelo deputado estadual Zeca Pirão (MDB) à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), propondo linhas de crédito para taxistas e motoristas de transporte por aplicativo paraenses adquirirem veículos elétricos, além de isenção do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) no primeiro ano de uso desses veículos. Segundo a categoria de motoristas por app, a política traria benefícios como a renovação da frota, atualmente defasada. Do ponto de vista sustentável, os investimentos governamentais precisam abranger o abastecimento financeiramente acessível, defende uma especialista da Universidade Federal do Pará (UFPA)

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O autor da moção — proposta apresentada a uma Assembleia Parlamentar por um dos membros, para que os demais se manifestem sobre determinada questão — diz que sua aprovação representa um passo importante para incentivar o uso de veículos movidos a energia elétrica em Belém. “A COP 30 discutirá soluções para conter o aquecimento global e promover alternativas sustentáveis. Acredito que o uso de veículos elétricos, que são mais eficientes e menos poluentes, pode contribuir positivamente para a infraestrutura de mobilidade urbana e fortalecer a imagem da nossa cidade como um modelo de sustentabilidade ambiental”, afirmou Pirão.

Para Euclides Magno, presidente do Sindicato dos Motoristas de Transporte por Aplicativo do Pará (SINDTAPP), medidas como a isenção do IPVA e linhas de crédito são essenciais para melhorar a condição dos motoristas de aplicativo. "Isso não deveria ser só uma moção, mas um projeto de lei a ser apresentado", afirmou, citando o exemplo do estado de Rondônia, onde motoristas por aplicativo não pagam IPVA desde janeiro deste ano. A renovação da frota seria um dos benefícios consequentes, já que, segundo Magno, está defasada devido à falta de condições financeiras para manutenção e renovação dos carros.

image Euclides Magno, presidente do Sindicato dos Motoristas de Transporte por Aplicativo do Pará (SINDTAPP), encostado em um carro branco (Foto: Cristino Martins | O Liberal)

"A gente sabe que a COP vai deixar um legado de melhorias. A gente vê a nossa capital coberta de obras que, com certeza, vão nos beneficiar", comentou o presidente do SINDTAPP, destacando, porém, a necessidade de envolvimento dos trabalhadores na construção das melhorias. Uma das sugestões de Magno é a criação de pontos de apoio para os motoristas, com espaços destinados à higiene pessoal, além de áreas específicas para embarque e desembarque de passageiros na cidade.

Para que mais carros elétricos sejam utilizados por motoristas de aplicativo, Magno defende que é necessário incentivo dos governos federal, estadual e municipal, e das próprias plataformas. “Infelizmente, aqui no estado, não temos dados de automóveis elétricos que estejam sendo utilizados para o trabalho por aplicativo. O que existem são pessoas que usam esse modal para outros fins, como ir ao trabalho”, explica, enfatizando que, devido aos altos custos dos carros elétricos, apenas uma cooperação entre poder público e big techs poderia tornar essa realidade viável para os motoristas.

Capacitação e desenvolvimento local

Maria Emília Tostes, professora da UFPA e especialista em eficiência energética e mobilidade elétrica, destaca os benefícios ambientais da transição para veículos elétricos. Segundo ela, a substituição de motores a combustão por motores elétricos reduziria significativamente a emissão de dióxido de carbono e a poluição sonora. "Os motoristas de ônibus, por exemplo, muitas vezes ficam surdos por ter um dia inteiro um motor que faz muito barulho do lado deles", observou. Além disso, a matriz energética brasileira, predominantemente hidroelétrica, permitiria que esses veículos fossem abastecidos por uma fonte renovável, mencionando também o uso de usinas fotovoltaicas e eólicas para carregar os veículos.

Para tornar os carros elétricos mais acessíveis economicamente, Tostes cita outros investimentos governamentais, como a criação de uma rede de eletropostos para baratear os custos e estimular o interesse da população e dos empresários. "Nós, da Universidade, estamos trabalhando na produção de rabetas e catamarãs totalmente elétricos, com uma tecnologia desenvolvida para que esses barcos possam navegar com segurança. Por isso, deve haver incentivos para que a região cresça, em termos de avanços tecnológicos, em prol de produzir carros elétricos aqui, assim como também mão de obra qualificada para atender essa demanda", acrescentou Tostes.

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