Preço do açaí já aumentou mais de 35% neste ano

O litro já chega a quase R$ 40 em alguns estabelecimentos

Emilly Melo
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O litro do açaí comercializado em Belém ficou 35% mais caro neste primeiro trimestre de 2022, segundo aponta o levantamento de preços realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), divulgado nesta sexta-feira (29). 

Com o reajuste acumulado superior à inflação, muitos paraenses precisaram diminuir o consumo do tradicional fruto paraense. A estudante Rhanna Clissia conta que o hábito de tomar açaí todos os dias precisou ser adaptado. Antes, ela tomava no almoço e no jantar. “Agora eu tomo apenas uma vez ao dia, e divido o valor com a minha irmã.” 

Apesar dos aumentos, a estudante também conta que há dias em que não consegue encontrar açaí em nenhum dos locais de venda perto de onde mora.“Depois das 18h, por exemplo, não conseguimos encontrar mais. Estamos conseguindo pagar até R$ 24 no médio, se aumentar, vamos precisar dar uma parada no consumo até diminuir o preço.” 

No primeiro trimestre deste ano (janeiro a março), o aumento foi de 35,80%, no litro do açaí médio, e 31,50%, no grosso, contra uma inflação calculada em 3,42% (INPC/IBGE) calculada para o mesmo período, de acordo com a pesquisa do Dieese realizada semanalmente em feiras livres, supermercados e outros pontos de vendas espalhados pela cidade. 

No mês passado, o menor preço do açaí médio foi R$ 14, encontrado em feiras livres, enquanto o maior foi R$ 30, vendido em supermercados. Com isso, a variação registrada foi em torno de 10% em relação ao mês fevereiro, enquanto o litro do açaí grosso apresentou um aumento de 13,57% no mesmo período, chegando a custar em média R$ 35, em feiras livres, e R$ 45, em supermercados. 

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

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