Petrobras comunica redução de quase 5% no preço do gás de cozinha, mas valor segue alto 

Novo preço entrará em vigor nesta terça-feira (13)

Valéria Nascimento
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A redução de 4,70% no preço do Botijão de Gás de Cozinha (GLP) nas refinarias, conforme anunciado pela Petrobras, na tarde desta segunda-feira (12), não deve impactar de forma expressiva o preço a menor do produto, no Pará. A avalição é de técnicos, sindicalistas e consumidores, em Belém. A petrolífera divulgou que a diminuição entrará em vigor em todo o Brasil, nesta terça-feira (13).

No Pará, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), instituição de pesquisa e assessoria do movimento sindical brasileiro, aponta que mesmo com o anúncio de queda, o preço do Botijão do Gás de Cozinha de 13 kg seguirá entre os mais caros do país.

A avaliação do Dieese tem base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão regulador da atividade das indústrias de gás natural. O levantamento mostra que o menor preço do botijão de gás de cozinha de 13 kg, em, Belém, na semana de 28 de agosto passado até o dia 3, deste mês de setembro, ficou, em média, a R$ 115,31, com o menor preço a R$ 105,00, e o maior a R$ 140,00. 

Insatisfação com a política das distribuidoras

Presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás Liquefeito de Petróleo do Pará (Sergap), Francinaldo Oliveira, reiterou que a redução anunciada não compensa o recente reajuste feito no início deste mês, pelas companhias distribuidoras, aquelas que compram gás direto na Petrobras.

"As distribuidoras anunciaram um aumento de R$ 4, 35, em média, para cada botijão de gás residencial e, proporcionalmente, para a venda a granel. Esse aumento foi justificado em razão do dissídio coletivo dos trabalhadores do setor de gás. Hoje (nesta segunda-feira) as companhias já anunciaram que vão reduzir em média R$ 2,00. Ou seja, aumentaram em quatro e vão reduzir em dois reais. O consumidor sai lesado", disse o titular do Sergap, em Belém.

Francinaldo informou que o Brasil tem cerca de 36 milhões de botijão de gás de 13 kg, "Se houver um cálculo considerando o número de botijões, o consumidor é lesado em mais ou menos 72 milhões de reais, por mês, no Brasil, só com a venda do gás de cozinha". 

Ele, ainda, frisou que para o Sergap, "é uma atitude repugnante esta das distribuidoras e nós lamentamos que os órgãos competentes não intermediam isso em favor do pequeno consumidor. É uma atitude arbitrária das distribuidoras que têm lucro fácil e quem paga a conta é o pequeno consumidor".

"Mesmo com esse desconto, o botijão vai ficar em torno de 120 reais. Para quem ganha salário mínimo ou vive de diárias ou de bicos, não é fácil. Estou comprando por 135 reais, normalmente. Aqui em minha casa são 5 pessoas na família", afirmou a servidora pública concursada do estado, Elisabeth Oliveira, mais conhecida como Beth.

IPCA aponta inflação de 8,73%

Beth Oliveira mora no bairro do Marco, em Belém, e lembrou que, em geral, diversas categorias de trabalhadores têm recebido um percentual de reajuste salarial muito abaixo da taxa acumulada da inflação em 8,73%, em 12 meses, segundo o Índice de Preços ao Consumidor  Amplo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dono de um restaurante e cervejaria, no município de Ananindeua, Nilton Athayde recebeu o anúncio da Petrobras de forma otimista. Ele considera que toda redução de preço em insumos é bem-vinda.

Nilton Athayde afirmou que não sente de forma expressiva o impacto positivo na redução, de agora, porque o estabelecimento dele tem uma estação com dois tanques que armazenam, 190kg do GLP a granel, vendido a preço mais acessível que o botijão de 13Kg. Mas, ele ponderou que a queda do gás de cozinha pode gerar a redução no valor de outros produtos.

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