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Pará tem a sétima pior internet do Brasil, aponta pesquisa

Especialista aponta que a combinação de baixos investimentos, desafios geográficos e falta de políticas públicas adequadas afeta a qualidade da internet no Pará

Gabi Gutierrez
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De acordo com o ranking Minha Conexão 2025, o estado do Pará ocupa a 7ª posição entre os piores estados em qualidade de internet no Brasil. A pesquisa feita pela plataforma mede a velocidade da internet e também indica que Belém está na 14ª posição entre as 27 capitais brasileiras em termos de velocidade de conexão, sendo que nenhuma cidade paraense figura entre as dez mais bem classificadas nacionalmente.

No ranking geral de qualidade de internet, que analisou mais de 2.600 cidades, o Pará figura entre os estados com pior desempenho, ocupando a 7ª posição entre os estados com as piores velocidades. Em relação à Região Norte, Belém ocupa o 5º lugar entre as sete capitais, ficando atrás de Rio Branco, Porto Velho, Manaus e Palmas. No geral, seis municípios do Norte estão entre os dez com melhor desempenho no país, mas nenhum paraense se destaca entre os mais rápidos. O município de Aurora do Pará, com a 18ª posição, é o mais bem classificado do estado.

Fatores estruturais

Para entender melhor essa realidade, o analista de tecnologia do Instituto Federal do Pará (IFPA) e especialista em conectividade, Demethrius Lucena, explicou os dados da pesquisa e destacou que a baixa qualidade da internet no estado é resultado de uma combinação de fatores estruturais e econômicos. “Quanto menor a renda, menor o acesso e pior a qualidade adquirida”, afirmou Lucena, enfatizando a relação direta entre a renda da população e a qualidade da internet disponível.

Lucena também observa que a infraestrutura de conectividade ainda está em desenvolvimento no estado. "Há oportunidades para melhorias, desde que haja apoio aos provedores locais de internet", ressaltou. Ele acrescentou que a competição entre provedores, embora beneficie a diversidade de ofertas, pode levar a uma fragmentação dos investimentos, o que impacta a qualidade do serviço. Para reverter esse cenário, o especialista acredita que o investimento na expansão da rede de fibra óptica é crucial, assim como a criação de parcerias público-privadas para garantir maior acesso à internet de qualidade.

Soluções

A geografia complexa e a infraestrutura limitada da região Norte historicamente dificultam a expansão da conectividade de alta velocidade. "A solução passa pela implementação de políticas públicas que incentivem a expansão da infraestrutura, incluindo a cessão de fibra óptica estatal para provedores locais", sugeriu Lucena, destacando a importância de iniciativas que atendam às peculiaridades regionais.

Os provedores regionais que conseguem oferecer internet de qualidade, como Fibralink e WLAN, exemplificam como o conhecimento local e investimentos específicos podem ser eficazes. No entanto, Lucena aponta que a falta de incentivos e um ambiente regulatório desfavorável ainda limitam a expansão desses provedores. "É fundamental criar linhas de financiamento e suporte técnico para pequenos e médios provedores, além de estimular parcerias com os governos locais", afirmou.

Com a realização da COP 30 em Belém, o especialista vê uma oportunidade para impulsionar a infraestrutura digital da cidade. Ele destaca que é necessário um investimento substancial para garantir uma internet mais rápida e estável. “Certamente, a expansão da fibra óptica e a disponibilização de pontos gratuitos de Wi-Fi em locais estratégicos mudariam a realidade de muitas famílias”, disse Lucena, mencionando como a inclusão digital pode impactar positivamente a população.

Além disso, o avanço da fibra óptica no Brasil e o uso da inteligência artificial são apontados como fatores essenciais para melhorar a conectividade no Pará nos próximos anos. Lucena sugere que, para que essa modernização seja eficaz, é necessário investir em infraestrutura, financiar provedores de internet e capacitar profissionais do setor de telecomunicações.

Para Lucena, a infraestrutura voltada para a conferência climática representa um grande passo para transformar Belém em um modelo de conectividade para a região Norte e para o Brasil.

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