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Pará arrecada US$ 10,7 bilhões em exportações no primeiro semestre deste ano

Superávit do estado fica entre os três maiores do País 

Kamila Murakami
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Dados divulgados pelo Ministério da Economia, por meio do sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro, apontam que as exportações no Pará alcançaram mais de US$ 10,7 bilhões (valor equivalente a mais de R$ 58 bilhões) de janeiro a junho de 2024. O resultado representa um aumento de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, o Pará comercializou ao exterior 981 tipos de produto, conforme análise feita pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa/CIN). 

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Já as importações somaram US$ 898,6 milhões. Com isso, o saldo da balança comercial ultrapassou US$ 9,8 bilhões, valor que manteve o Pará em terceiro lugar entre os estados brasileiros com maiores superávits.

O Pará permaneceu em 6° lugar no ranking nacional de exportações com 6,4% de participação das mercadorias vendidas para fora do país. Já na região Norte, na qual as exportações no período foram de US$ 14,5 bilhões (1,41% a mais do que em 2023), o estado continuou como o principal exportador, contribuindo com 6,42% do total.

De acordo com os dados, Canaã dos Carajás, na região sudeste do estado, continua como o município paraense que mais exporta mercadorias, sobretudo minério de ferro. Logo na sequência estão Parauapebas e Barcarena. A capital, Belém, ocupa o 10° lugar entre as cidades com mais destaque.

Categorias

O setor que mais se sobressaiu na balança comercial paraense foi o mineral, com um acumulado de 81,71% de janeiro a junho deste ano, totalizando um crescimento de 9,53% em comparação aos seis primeiros meses de 2023. No total, foram mais de 143 milhões de toneladas vendidas, que resultaram em um valor de US$ 8,7 bilhões. Entre os destaques estão o minério de ferro bruto, minério de cobre, alumina calcinada, alumínio não ligado e derivados.

Segundo o Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), a categoria voltou a apresentar um desenvolvimento positivo, apesar de desafios como competitividade, previsibilidade e segurança jurídica. “O setor mineral responde com resultados cada vez mais surpreendentes. São dados que se transformam em benefícios socioeconômicos para os brasileiros”, afirma.

Ainda de acordo com o Simineral, a produção positiva também é destaque no quesito nacional. “A mineração foi o setor que mais contribuiu para o saldo da balança comercial brasileira por ter se situado em US$ 19,08 bilhões no primeiro trimestre deste ano. A previsão dos investimentos do setor em projetos é de US$64,5 bilhões para o período de 2024-2028”.

Agropecuária

As carnes bovinas e a soja se destacaram entre os produtos não convencionais. No entanto, apesar de a soja concentrar um número significativo com a arrecadação de US$ 1,059 bilhão, a lavoura apresentou um recuo de 5,6% nas exportações. No geral, o destaque do setor agropecuário ficou com a exportação de animais vivos, que apresentou um crescimento de 61,8% e arrecadação de US$ 168 milhões.

Já as vendas de produtos tradicionais como sucos de fruta, madeira e pimenta apresentaram uma variação positiva de 3,91% em comparação ao primeiro semestre do ano passado, totalizando uma receita de US$ 245,9 milhões.

Parceiros

Ainda de acordo com o levantamento, a China foi o principal destino dos itens de origem paraense, concentrando 48% dos itens exportados pelo Pará. As importações feitas pela nação chinesa aumentaram em 14,5% em comparação com o ano passado e atingiram a marca de US$ 5,2 bilhões. Outros dois países asiáticos se destacaram no ranking de participação nas importações: Malásia (6,2%) e Japão (4,4%). A Ásia foi responsável por 60% das compras.

Cassandra Lobato, coordenadora da Fiepa/CIN, explica que os países asiáticos se mostram cada vez mais interessados nas negociações com o Pará. Segundo ela, esses países importaram pouco mais de US$ 6 bilhões em produtos do estado, com destaque para os minérios de ferro.

Em relação aos compradores da União Europeia, com 16,23% da participação, a Holanda e a Alemanha assumiram as primeiras posições, importando US$ 372,2 milhões e US$ 324,1 milhões, respectivamente. Na América do Norte, que contribuiu com 7,82% das exportações, os Estados Unidos saíram na frente como os maiores importadores, com um valor total de cerca de US$ 397,6 milhões.

Outro ponto analisado por Cassandra Lobato é a expectativa para a segunda metade do ano. “É no segundo semestre que se inicia a safra do açaí e isso, com certeza, já significa um aumento no volume exportado do estado do Pará. Além disso, também no segundo semestre começa o ciclo de corte da madeira, um produto tradicional. São dois produtos que monitoramos e percebemos que contribuem bastante para a balança comercial”, destaca.

Ainda segundo a especialista, a negociação dos produtos não tradicionais contribui para a balança comercial,”A carne bovina e a soja também vêm contribuindo muito com a balança comercial, tanto na diversificação da pauta, quanto com a consolidação de um comprador que, até então, era muito tradicional dos minérios, que é a China”, completa.

Cassandra assinala ainda a atuação da agroindústria, com destaque para a cadeia da carne, nas exportações do Pará para o mercado asiático. “Observamos a agroindústria muito forte dentro do processo de internacionalização, que contribui muito para a diversificação da pauta. Um desses produtos que mencionei, a carne, recebe o beneficiamento - o que aumenta o seu valor agregado. Há também o esforço da cadeia da carne no estado para que esteja de acordo com as normas sanitárias, de modo a atender o mercado asiático”, conclui.

Importações recuam quase 20%

De modo geral, o Pará diminuiu em 19,88% a quantidade de importações de janeiro a junho de 2024 em comparação ao ano anterior. O total gasto na compra de produtos importados foi de US$ 898,6 milhões, fazendo o estado fechar a balança comercial com saldo positivo de 9,8 bilhões de dólares.

Conforme a análise da Fiepa/CIN, os produtos importados foram principalmente de origem “das três principais potências comerciais: os Estados Unidos, a Rússia e a China, que têm sido os principais fornecedores do Pará”, aponta o órgão.

O setor paraense que mais importou foi o de adubos ou fertilizantes químicos (26%), seguido pelos elementos químicos inorgânicos (11%) e óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (8,8%).

Confira as dez cidades que mais exportaram no 1° semestre: 

1° Canaã dos Carajás: US$ 3.262.983.458 bilhões;

2° Parauapebas: US$ 2.800.912.050 bilhões;

3° Barcarena: US$ 1.433.096.610 bilhão;

4° Marabá: US$ 1.167.532.524 bilhão;

5° Redenção: US$ 554.430.171 milhões;

6° Paragominas: US$ 534.493.916 milhões;

7° Curionópolis: US$ 228.944.990 milhões;

8° Santarém: US$ 177.466.130 milhões;

9° Castanhal: US$ 121.281.920 milhões;

10° Belém: US$ 106.575.201 milhões.

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