Pagamento de benefícios deve aquecer economia

Comerciantes esperam aumento de vendas de gêneros alimentícios

Fabrício Queiroz
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Os beneficiários do Auxílio Brasil começam a receber a partir desta terça-feira, 09, o pagamento com aumento de R$ 400 para R$ 600. No Pará, são 1.150.738 pessoas beneficiadas que receberam um montante de R$ 453,6 milhões em julho, segundo dados do Ministério da Cidadania. Com o aumento de recursos disponibilizados, a expectativa é que haja um aquecimento do varejo a curto prazo. A previsão da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) é que R$ 16,3 bilhões sejam injetados na economia em todo o país.

 

 

A projeção considera tanto o reajuste do Auxílio Brasil quanto o pagamento do Benefício Emergencial aos Transportadores Autônomos de Carga (BEm Caminhoneiro) e do Benefício Emergencial aos Motoristas de Táxis (Bem-Taxista). Para essas duas últimas categorias, as parcelas mensais serão de R$ 1 mil, sendo que as duas primeiras serão pagas em conjunto, ou seja, cada trabalhador receberá R$ 2 mil.

Para o varejo local, a expectativa é que o aumento de R$ 200 seja utilizado principalmente para a aquisição de gêneros alimentícios. “Quando houve a primeira versão do auxílio, a gente sentiu isso. Agora que vamos ter um incremento de 50% no valor, esperamos que pelo menos 30% disso seja usado na compra de alimentos”, comenta o presidente da Associação Paraense de Supermercados (ASPAS), Jorge Portugal.

O empresário acrescenta ainda que, por conta do perfil dos beneficiários serem pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, o impacto deve ser sentido em grande parte nos negócios populares. “É um dinheiro que é usado muito nos mercados pequenos e médios, nos bairros populares, mas é uma economia circulante que acaba refletindo nos atacadistas também, por exemplo”, avalia.

A dona de casa Doralice Monteiro, 57 anos, é uma das beneficiárias do Auxílio Brasil no Pará e confirma que os gastos com alimentação estão entre suas prioridades. “No caso, é mais a alimentação e remédio que é o que eu estou usando mais. Eu me encontro desempregada e tenho uma neta menor, então eu uso só para isso”, diz ela, que espera uma melhora de condição, apesar do aumento das parcelas ser temporário.

No bairro da Pedreira, em Belém, os comerciantes esperam pelo aquecimento das vendas com a liberação dos recursos. “Ele (Auxílio) movimenta mais. A gente vê mais pessoas comprando, mais pessoas gastando”, conta o comerciante Kléber Magno, 55 anos, que percebe o grande peso que a alimentação tem nos hábitos de consumo atuais.

Ele tinha um negócio apenas de venda de confecções, mas há um ano e meio passou a oferecer arroz, feijão, charque, enlatados e outros gêneros de primeira necessidade. “O que a gente tá vendo é que o povo tá gastando mais na parte da comida do que outras coisas. Eles compram o charque, o camarão, o misturado para o feijão, o próprio feijão, o arroz, o macarrão”, elenca Kléber que adota também a venda fracionada como estratégia para atrair os clientes que tenham poucos recursos. “Tem que vender conforme a população tá pedindo. Se não dá para levar um quilo, leva meio. Se não leva meio, leva uma quarta, mas tem que levar”, diz.

image Para a comerciante Dalva Moura, o Auxílio Brasil ajuda a incentivar o consumo (Thiago Gomes / O Liberal)

Já Dalva Moura, 35 anos, afirma que também observa a maior procura pelo comércio que ela mantém após o depósito do auxílio.  “O movimento melhora bastante porque as pessoas acabam consumindo mais. Farinha, bebidas, vende um pouquinho de cada”, conta a comerciante, que também aposta na variedade de produtos para manter a clientela.

Além das famílias em situação de vulnerabilidade, 872.320 caminhoneiros registrados em todo o Brasil como Transportadores Autônomos de Cargas (TAC) e taxistas passam a receber recursos de programas de transferência de renda neste mês. Para quem integra essas categorias, o dinheiro também chega em boa hora, mas as prioridades são outras e devem contribuir principalmente para que esses trabalhadores se mantenham na economia ativa e em situação regular.

image O taxista Roberval Oliveira pretende utilizar o auxílio mensal de R$ 1 mil para manter o táxi regular (Thiago Gomes / O Liberal)

“Pra mim vai melhorar muito porque é um recurso que vem pra gente pagar as contas, pagar carro, pagar o selo de carro”, conta Roberval Oliveira, 38 anos, que está entre os 2.400 taxistas cadastrados na capital, conforme informações repassadas pela Prefeitura de Belém ao Ministério da Cidadania, que é o órgão responsável pela execução do BEm-Taxista. No total, 70 municípios paraenses cadastraram trabalhadores no programa, que vai liberar as primeiras parcelas a partir de 16 de agosto. Para os caminhoneiros, o pagamento dos vouchers começa nesta terça-feira, 9, e segue até 17 de dezembro.

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