Ovos de chocolate têm aumento de 15% nos supermercados de Belém, aponta Dieese
O valor já é mais que o dobro da inflação calcula para o período; instituição aponta custos elevados de produção dos itens
Faltando pouco menos de um mês para as comemoração da Páscoa, os tradicionais ovos de chocolate estão mais caros em Belém. Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese), divulgado nesta quinta-feira (16), apontou um aumento de cerca de 15% nos produtos. O valor é mais que o dobro da inflação de 5,5% que foi calculada nos últimos doze meses. Apesar dos preços, a instituição registrou, também, que a quantidade de produtos é considerada baixa, assim como a procura.
O estudo foi realizado nos principais supermercados e lojas de departamentos da capital paraense e analisou os valores cobrados das maiores marcas produtoras de ovos de chocolate do Brasil, levando em consideração o peso dos itens. Por exemplo, um produto de 196,5 gramas variava entre R$ 23,99 e R$ 39,40 em 2022. Já em 2023, esse preço foi de R$ 41,39 e chegou a R$ 54,99. Um outro ovo de Páscoa, de 337 gramas, apresentou alta de 45,3%: ele chegou a ser encontrado por R$ 48,15 no ano passado e, este ano, por R$ 69,99.
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A justificativa para esse cenário está, segundo a instituição, nos elevados custos de produção e nos valores da matéria prima, como cacau, açúcar, manteiga e embalagens. Uma outra tendência identificada também pelo Dieese é a grande procura pelas caixas de bombons em substituição aos ovos de chocolate. A opção acaba sendo mais barata. Porém, esses preços também não ficaram baixos: o maior valor encontrado, atualmente, é de R$ 13,98, 8,37% a mais do que em 2022.
Jorge Portugal, presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), diz que esse movimento de procura pelas caixas de bombons como uma alternativa frente aos altos preços durante a Páscoa já tem sido observado há um tempo e, a cada ano que passa, sentem um crescimento. “Apesar de os ovos ainda serem uma preferência, as caixas têm substituído eles. Anualmente, isso vem crescendo até mais do que a expectativa, acima dos 12%, muito em função, realmente, da questão dos preços”.
Lojistas esperam melhora no movimento
Mesmo com a elevação nos preços dos ovos de chocolate nos estabelecimentos de Belém, o que tem afastado os consumidores, a esperança dos lojistas é que o movimento fique melhor quando a reta final de vendas chegar. “Nós estamos com uma expectativa de vendas nos supermercados, em relação ao ano passado, de 10%. Tanto que as lojas já fizeram pedidos um pouco acima do que fizeram em 2022. É uma projeção e pode, sim, nem chegar a isso. Mas, é o que esperamos”, afirma Jorge.
A expectativa vem, ainda, com a realidade de dificuldades financeiras que algumas lojas grandes do setor estão sentido, o que acaba diminuindo a concorrência. O presidente da Aspas destaca que, por esse motivo, esperam vender bastante. “A gente sempre soube que no período da Páscoa, algumas varejistas vendem muitos ovos de chocolate. Com essa baixa demanda, esperamos e acreditamos que o movimento possa melhorar, sim, pela pouca oferta no mercado”.
Preços devem ter baixa após final de semana da Páscoa
Jorge explica que, geralmente, não é comum haver queda nos preços antes do final de semana da Páscoa. Com isso, o mais provável é que esses valores tenham queda quando a comemoração passar. “Normalmente, ocorre com as sobras. A indústria manda a gente fazer isso. Pode ser que aconteça. Se tiver sobrado muito, pode ser que baixem os preços e isso deve alavancar as vendas. Porém, vale a pena pesquisar pelos melhores preços”, completa.
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