Operações de crédito rural do Plano Safra, no Pará, chegam a R$ 4,8 milhões

O Estado representa 30% dos R$ 15,9 bilhões em contratos de crédito da região Norte

Abílio Dantas
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O Plano Safra, programa do governo federal que concede crédito a pequenos e médios produtores agropecuários, registrou em nove meses da safra 2021/2022, na região Norte, 70.038 contratos de crédito, importando um valor contratado de cerca de R$ 15,9 milhões, que representa 7,2% do total nacional. O Norte foi a única região com aumento no número de contratos, em 31%.

Do total registrado pelos Estados nortistas, o Pará teve uma participação de 30%, o equivalente a cerca de R$ 4,8 milhões. Os números fazem parte do Balanço de Desempenho do Crédito Rural, divulgado na última sexta-feira (8) pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. 

De acordo com a economista Eliana Zacca, assessora técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), os valores contratados são usados para financiar o custeio da produção ou investimentos. Assim, a política é utilizada para propiciar a elevação dos níveis de produção. “E da produtividade das propriedades rurais, que têm um efeito multiplicador nas economias locais, via geração de emprego e renda, assim como na arrecadação de tributos nas esferas municipal e estadual”, explica.

Ainda segundo a economista da Faepa, os valores contidos nas transações estão muito aquém do potencial produtivo agropecuário do Estado do Pará. “O Pará é penalizado pela morosidade e ainda pouca efetividade do processo de regularização fundiária, tendo em vista que o título da terra é um instrumento que favorece o acesso ao crédito, pelas garantias reais que oferece. Como a regularização fundiária se constitui no primeiro passo para a regularização ambiental das propriedades rurais, esta é também prejudicada, aumentando as dificuldades de acesso ao crédito”, destaca a especialista.

Em âmbito nacional, também em nove meses da safra 2021/2022, os desembolsos do crédito rural atingiram R$ 209,1 bilhões distribuídos em 1.409 mil contratos. O crescimento registrado é de 25% em comparação com o mesmo período da safra passada.

Do total de R$ 209,1 bilhões, R$ 110,5 bilhões foram para custeio, R$ 60,7 bilhões para investimento, R$ 25,1 bilhões para a comercialização e R$ 12,8 bilhões para a industrialização. De acordo com o Ministério da Agricultura, todas as regiões apresentaram aumento no valor do crédito concedido aos produtores rurais, com destaque para a região Norte, pela elevação tanto no número de contratos quanto no valor, sendo o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e a Poupança Rural Controlada as principais fontes de recursos utilizados.

“No agregado, as fontes de recursos mais representativas foram Poupança Rural Controlada (R$ 47,4 bilhões), Recursos Obrigatórios (R$ 44,4 bilhões), Letra de Crédito do Agronegócio (R$ 33,7 bilhões) e Poupança Livre (R$ 31,0 bilhões); as quais representam 75% de participação do total liberado pelas Instituições Financeiras aos produtores rurais”, afirma o Ministério.

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