Operação contra Suno pode ser 1º grande caso envolvendo influenciadores do mercado de capitais
Grupo Suno, empresa ligada à XP, é investigada por manipulação de mercado
A operação contra o Grupo Suno, empresa na qual a XP tem participação minoritária desde o ano passado, pode ser o início do primeiro grande caso ligado a influenciadores do mercado de capitais, no Brasil. Na última terça-feira (14), a 42ª Vara Cível de São Paulo expediu mandados de busca e apreensão em cinco endereços de três cidades (São Paulo, Porto Alegre e Goiânia), no bojo da investigação de uma suposta manipulação no mercado de fundos imobiliários.
Um dos casos envolveu as cotas do HCTR11, que apresentaram forte oscilação diante de críticas ao fundo disseminadas por meio de redes sociais e fóruns digitais. Entre os alvos da operação, está o fundador do Grupo Suno, Tiago Reis, e dois de seus analistas e influenciadores, Vitor Duarte e Marcos Baroni.
De acordo com a gestora Hectare, “após longa e criteriosa apuração", foram identificados indícios da existência "de uma campanha ilicitamente promovida nas redes sociais, aplicativos de mensagens e outros meios contra o HCTR11, a partir de publicações de determinados influenciadores digitais que traziam insinuações inverídicas e enganosas, carregadas de alarmismo, a respeito do fundo”.
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A ressonância das especulações nas redes sociais teria provocado queda acima de 20% nas cotas do fundo, impactando fortemente nos investimentos, já que o HCTR11 tem mais de 200 mil cotistas. “Não houve nenhum outro evento naquelas datas que pudesse ser responsável por um comportamento tão atípico de queda”, disse uma fonte.
Para especialistas no assunto, ouvidos pelo Valor Econômico, este pode ser o início do primeiro grande caso brasileiro ligado a influenciadores do mercado de capitais.
A Hectare afirma que está tomando medidas cabíveis para proteger os interesses da base de cotistas do HCTR11. "Na presente data (terça-feira, dia 14), em cumprimento a uma decisão judicial proferida em ação de produção antecipada de provas, foi realizada busca e apreensão de material em endereços residenciais e comerciais de determinados suspeitos”.
Em comunicado, o Grupo Suno classificou a busca e apreensão realizada em seus escritórios como “uma degradante tentativa da Hectare de retaliar a atuação firme e independente da Suno na sua atividade de análise de valores mobiliários”.
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