CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Novo imposto pode afetar bares e restaurantes em Belém

Representantes temem mais um aumento e clientes já reclamam dos preços

Maycon Marte

Dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontam que 39% dos estabelecimentos do segmento não estão conseguindo acompanhar a inflação, que corresponde a 1,99%. No Pará, representantes do setor relatam reclamações de clientes devido aos aumentos recentes, temem novos impostos e planejam soluções alternativas para recuperar os lucros. Entre as decisões aguardadas, a inclusão de alíquotas mais altas sobre bebidas adoçadas, previstas na regulamentação da reforma tributária, pode ser  “mais um empecilho”, como descreve Teodoro Porto, sócio e administrador de bares em Belém.

VEJA MAIS

image Projeto obriga bares e restaurantes de Belém a comercializarem café amargo aos clientes
Apresentada na Câmara Municipal de Belém, proposta inclui que clientes tenham à disposição adoçante ou açúcar

image 'Happy hour' vai ficar mais caro após a Reforma Tributária? Entenda
O Imposto Seletivo foi criado pela reforma tributária e vai incidir sobre produtos e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como cigarros, cerveja, outras bebidas alcóolicas e refrigerantes.

image Deputado paraense será o único do Norte em GT que vai analisar a Reforma Tributária na Câmara
Deputado Joaquim Passarinho vai fazer parte do grupo que analisará a Lei Geral do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), da Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto Seletivo (IS)

O levantamento da Abrasel ressalta que o preço de insumos, alimentos e bebidas subiram 4,2% neste ano, mas a inflação do setor foi de apenas 1,99%. Os números refletem um cenário de prejuízos, pouco lucro e até endividamentos dos estabelecimentos do segmento. Do total de 2.416 empreendimentos pesquisados, cerca de 1.500, ou seja, 64%, não lucraram.

Entre os que ficaram abaixo da margem de lucro, aproximadamente 370 estabelecimentos, isto é, 25%, registraram prejuízos, mais de 600 deles, o equivalente a 39%, alcançaram algum equilíbrio, e em torno de 800 dos pesquisados, ou seja, 36%, conseguiram lucrar.

O sócio e administrador de bares na capital paraense, Teodoro Porto, destaca um custo mensal com alimentos e bebidas de em média 35%. Segundo ele, com novos aumentos recebidos nos últimos meses sobre esses itens, consumidores sentiram o reajuste no valor do produto final e já estariam reclamando. “Alguns clientes reclamaram principalmente dos valores dos petiscos, porque as pessoas gostam de beber e consumir alguma coisa”, afirma.

Mais impostos

A decisão de aplicar o imposto sobre bebidas açucaradas, está entre os próximos possíveis impactos no setor que utiliza bastante o produto em drinks e outras bebidas. A proposta está prevista na regulamentação da reforma tributária, ainda em discussão na câmara dos deputados. Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, os “estabelecimentos já estão lutando para manter os preços acessíveis aos consumidores e aumentar essa carga tributária só irá agravar a situação”.

Para o empresário paraense, Teodoro Porto, mais um imposto representaria um empecilho aos estabelecimentos que já lidam com preços elevados, entretanto, projeta soluções alternativas para lidar com uma possível piora no desempenho do segmento. “Acredito que os empresários aqui em Belém possuem um olhar atento em relação aos seus clientes, percebendo realmente as suas necessidades e tentando atingir isso com propostas, com ideias diferentes, tanto de lugar, quanto de oferecer serviços de alta qualidade”, explica. Para Porto, a criatividade dos empreendedores locais permite que sempre identifiquem boas oportunidades para lidar com crises.

Endividamento

A pesquisa apresenta também um dado alarmante quanto ao número de estabelecimentos endividados, que de acordo com a pesquisa, representam 39% dos negócios. Desses, 69% devem impostos federais, como parcelas do Simples e imposto de renda, 48% devem impostos estaduais, 39% empréstimos em atraso e 29% encargos trabalhistas. O presidente da entidade destaca riscos a toda economia e a necessidade de incentivos ao setor.

"A inadimplência não afeta apenas o nosso setor, mas também impacta negativamente toda a economia do país. Precisamos de medidas que incentivem a recuperação e não que penalizem ainda mais quem já está fragilizado", conclui.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA