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No Norte, 50% dos pais dão mesada como forma de ensinamento para os filhos

Levantamento da Serasa aponta que método é usado para que crianças aprendam a lidar com dinheiro desde cedo

Camila Azevedo
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Cerca de 50,4% dos pais da região Norte optam por dar mesada aos filhos como forma de ensinamento para lidar com dinheiro. A prática vem condicionada a bons comportamentos em casa e na escola. Os dados fazem parte de um levantamento especial realizado pela Serasa para marcar o Dia das Crianças, comemorado no próximo sábado (12), e para entender a forma como os brasileiro lidam com suas finanças.

Para 55,4% dos pais que fizeram parte da pesquisa da instituição no Norte, dar mesada está relacionado ao comportamento dos filhos em casa - 41% consideram que a realização de tarefas domésticas são importantes. Outros 56% acham que o valor dado às crianças deve depender de como elas agem na escola e 36,9% acredita que as notas escolares são fundamentais para a prática.

No Norte, entre os pais que não dão nenhum tipo de mesada aos filhos, 32,4% diz optar por ensinar sobre a importância de trabalhar para ganhar o próprio dinheiro. Quanto ao Brasil, esse número fica em 35%. Na sequência, 32% preferem controlar as finanças e dar dinheiro de acordo com a necessidade da criança e 27% declaram não ter condições financeiras de dar mesada para os filhos.

Ainda no país, 56% dos pais conseguem cumprir com o compromisso de dar uma quantia mensal aos filhos. Os números são bem parecidos com os vistos no Norte: na maioria dos casos, a mesada está condicionada ao comportamento em casa (58%) e ao comportamento na escola (56%), mas também está atrelada às notas escolares (48%) e à realização de tarefas que ajudem no lar (41%).

Preocupação com o futuro

Gisele Sene, administradora de 42 anos e moradora de Belém, começou a dar mesada para os dois filhos mais velhos no início de 2024 - a filha mais nova, de 10 anos, ainda não recebe. A prática, segundo ela, é para ensinar as crianças sobre gasto consciente e autonomia. O valor é somado ao dinheiro do lanche. “Quando eles estiverem na idade adulta, vão ser pessoas controladas, não vão dever”, diz.

“Eles tendo o dinheiro deles, vai se criando consciência do que é realmente necessário. O dinheiro dele se torna especial, só gasta se for extremamente necessário, só vai usar se tiver necessidade real. Quando a gente não valoriza o dinheiro, vai gastando sem ter noção, vai gastando com dinheiro. A partir do momento que eles têm o dinheiro próprio, eles criam responsabilidade de saber o que é supérfluo e o que é necessário”, completa Gisele.

Desde quando ela adotou a prática dentro de casa, um comportamento curioso foi notado: o filho do meio, de 13 anos, passou a economizar a mesada e guardar em uma poupança com rendimentos. O menino também evita gastar com lanche na escola. “Cerca de 30% do que ele ganha, joga na poupança. Foi ideia dele mesmo. Ele vê o tempo todo o quanto o dinheiro está rendendo e criou esse hábito”, relata.

Gisele conversou com os filhos e explicou como funcionaria o repasse de dinheiro mensal. Uma porcentagem por bom comportamento também está dentro do valor estabelecido de R$ 150 e R$ 120 para o lanche. “Esse é o máximo que eles podem pedir na cantina. Nós resolvemos abrir uma poupança para eles e dar uma autonomia com cartão, mas com muito receio, porque o dinheiro dos pais é liberado na cabeça deles”, completa.

Prevenção

A prática de dar mesada desde cedo é considerada uma prevenção para controlar o descontrole financeiro. O economista Marcus Holanda afirma que é fundamental preparar crianças e jovens para o futuro e educar sobre a gestão do dinheiro faz parte desse processo. “Ensinar sobre finanças ajuda a desenvolver hábitos saudáveis, como economizar, planejar orçamentos e evitar dívidas desnecessárias.

“Isso não só contribui para uma gestão assertiva do dinheiro na vida adulta, mas também promove a independência e responsabilidade. Além disso, crianças nessa faixa de idade de 5 a 12 anos são estimuladas pelo nosso entorno sobre finanças desde cedo e estarão mais preparadas para enfrentar desafios financeiros e tomar decisões conscientes no futuro. Isso poderá reduzir o estresse financeiro”, adiciona o economista.

Outras alternativas

No entanto, Marcus orienta que fazer essa educação financeira pode ser acompanhado de atividades que não ficam restritas apenas a mesada: jogos de tabuleiro, como o Banco Imobiliário, e aplicativos educativos mostram de forma lúdica as melhores formas de aprender e economizar. “Nossa realidade socioeconômica da região é renda baixa de mais de dois terços da população paraense”, diz.

“Poupar já é um desafio grande para uma família paraense, mas o futuro são as crianças, sempre. Então, saber lidar com esses desafios desde logo previne adultos com descontroles financeiros no amanhã”, finaliza o economista.

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Economia
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