Motoristas de aplicativo prometem paralisar atividades na próxima segunda-feira (15)
A expectativa é de 70% de adesão da classe em todo o Brasil, onde existem mais de 2 milhões de motoristas autônomos ativos
Os motoristas de aplicativo do País estão ameaçando fazer greve na próxima segunda-feira (15), por 24 horas, em protesto pela defasagem dos valores das corridas repassados pelas empresas. A paralisação está sendo convocada pela Federação dos Motoristas de Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e pela Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp).
A expectativa é de 70% de adesão da classe em todo o Brasil, onde existem mais de 2 milhões de motoristas autônomos ativos. Somente em São Paulo, são 36,7 mil. As organizações afirmam que o valor de repasse pelas plataformas está congelado desde 2015/2016, enquanto os passageiros sentem o aumento das corridas.
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Reajuste
Eduardo Lima, presidente da Amasp e diretor da Fembrapp, exemplifica que em 2016 uma corrida custava R$ 10 ao passageiro, enquanto o motorista recebia R$ 7,50. Hoje, a mesma corrida sai por cerca de R$ 14 para o cliente e o condutor fica com apenas R$ 7. "Há casos em que o desconto para o motorista chega a 60%”, afirma.
A inflação sobre o preço dos automóveis, o aumento no preço do combustível, o aluguel e o financiamento dos veículos tiveram ajustes ao longo do tempo, lembra Eduardo. "O que acontece é que está inviável trabalhar", afirma o presidente da Amasp.
De acordo com o comunicado da entidade que está encabeçando a paralisação, houve inúmeras tentativas de negociação com as empresas de aplicativos, mas não houve sucesso. "Vimos a necessidade de fazermos a paralisação na tentativa de termos nossas reivindicações atendidas", diz o informe.
Dificuldades de conseguir motoristas
Lima lembra que os usuários de transporte por aplicativo poderão ter dificuldades de usar esse meio de transporte na próxima segunda-feira, quando haverá probabilidade de cancelamentos frequentes de corridas, aumento do tempo de espera e do valor das tarifas. "Estamos avisando, pois não queremos que os usuários sejam surpreendidos."
Procuradas, as assessorias da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que reúne empresas de soluções tecnológicas de transporte de pessoas e de bens, e da 99 informaram que, no momento, não vão se manifestar sobre a paralisação. A Uber não retornou os contatos da reportagem.
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