Mesmo com tributação alta, eletrônicos devem ser os mais vendidos da Black Friday

Pesquisa mostra que, sem tributações, preço de videogame cairia de R$ 6 mil para pouco menos de R$ 2 mil, enquanto um celular de última geração passaria de R$ 9,2 mil para R$ 2,8 mil

Elisa Vaz
fonte

Os eletrônicos como celulares, computadores e televisões devem ficar entre os mais vendidos na Black Friday de Belém, celebrada nesta sexta-feira (25) e antecipada por muitas empresas ao longo da semana. A informação é do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas-Belém) e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belém (CDL-Belém). Mas, mesmo estando entre os produtos mais buscados pelos consumidores, também são muito impactados pelos impostos governamentais, como mostra um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

VEJA MAIS

image Black Friday 2022: brasileiros já fazem listas de compras; saiba quais os itens mais buscados
Google divulgou uma pesquisa que mostra quais os itens mais buscados pelos consumidores durante o mês de outubro, trinta dias antes da Black Friday; confira

image Black Friday movimenta comércio de Belém com descontos de até 70%
Lojistas esperam vender bem mais neste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado

image Black Friday 2022: confira qual o melhor horário para comprar na internet
Algumas grandes empresas já iniciaram as promoções, mas a partir da próxima quinta-feira (24/11) é quando a web promete ferver; saiba mais

De acordo com a pesquisa, o segmento dos eletrônicos é o que mais sofre com as tributações tarifárias: um aparelho de videogame comercializado no Brasil, por exemplo, tem 72% do valor composto por tributos, diz o estudo, e sem impostos o custo de um Playstation 5 nas lojas brasileiras cairia de R$ 6 mil para pouco menos de R$ 2 mil. Os tributos também representam parcela importante do valor total de um smartphone no país: 68%. Ou seja, o valor de um iPhone 13 passaria de R$ 9,2 mil para R$ 2,8 mil, segundo a pesquisa.

O economista Nélio Bordalo explica que os impostos nos produtos eletrônicos possuem, basicamente, duas finalidades: aumentar a arrecadação pelo governo e também equilibrar o mercado para que produtos baratos vindos do exterior não prejudiquem a indústria nacional - neste caso, o imposto de importação é elevado para esses produtos fabricados em outros países. Além disso, alguns itens eletrônicos não são considerados prioritários e, por isso, possuem tributação alta.

Na opinião do especialista, essa cobrança prejudica o orçamento do consumidor, principalmente daquele que está com as finanças comprometidas com pagamentos normais mensais, como alimentação, habitação, saúde e educação, entre outros. "Quem pode viajar e comprar no exterior pode driblar essa tributação alta dentro do Brasil", afirma. Mesmo assim, Nélio diz que os descontos da Black Friday podem valer a pena mesmo com a tributação, se forem reais. Por isso o consumidor deve pesquisar o preço do produto desejado bem antes da data, garantindo que está fazendo uma compra com valor justo e real.

"É importante também avaliar o custo do frete do produto, caso ele seja cobrado, pois muitas das vezes o valor pesa na conta final de aquisição. Se atendidas as condições favoráveis para o consumidor em relação ao preço original e em função do desconto, é interessante aproveitar a Black Friday, principalmente se estiver realmente precisando adquirir o produto, pois muitas vezes o consumidor se empolga com o desconto e, na verdade, nem está precisando comprar aquilo", orienta o economista.

Vendedores se preparam para vendas

Consultor de uma loja de eletrônicos de um dos shopping centers de Belém, Marcelo Cabral está animado para as vendas deste ano da Black Friday, mas acha que o estabelecimento venderia muito mais se menos impostos fossem cobrados pelos governos federal e estadual. "Sem dúvida venderíamos mais se tivesse menos impostos, porque os patrões colocam todos possíveis, se não tivesse isso o valor seria reduzido. Acaba atingindo os consumidores porque tem que adicionar", afirma.

Mas ele ainda acha que vale a pena adquirir eletrônicos na Black Friday porque os descontos compensam um pouco a quantidade de impostos: "A data tem preço diferenciado, os lojistas ganham em volume, com margem mínima possível no item porque a concorrência é grande".

Vendedora de outra loja de eletrônicos, Eline Reis pensa o contrário: para ela, os consumidores não vão deixar de comprar aparelhos celulares ou notebooks por causa dos impostos e isso não deve atrapalhar as vendas na Black Friday.

"Muitos pensam que o imposto excessivo atrapalha, mas não, porque ninguém consegue ficar sem celular, nossa vida está ali, acho meio difícil a venda cair. Independente do preço as pessoas compram. A promoção da Black Friday vale mesmo com impostos, inclusive alguns aparelhos já não temos mais, porque estavam com preços altos e baixaram nesta semana. Ainda devemos receber mais aparelhos porque alguns estão em falta", adianta Eline.

Consumidor reclama de impostos

image Aposentada Juraceli Vicente, de 64 anos, lamenta a quantidade de impostos no Brasil: "quem me dera se não tivesse". (Sidney Oliveira / O Liberal)

A aposentada Juraceli Vicente, de 64 anos, está em busca de um celular para dar de presente para o neto, de 17 anos, que faz aniversário no dia 13 de dezembro. Na opinião dela, o preço ficaria muito mais baixo sem tantos impostos. "Com certeza cairia, tudo cairia. Imposto é o que mais pesa no preço de qualquer eletrônico. Aqui está R$ 5 mil e pouco, achei muito caro, mas quero o melhor para ele. Quem me dera se não tivesse imposto, mas tudo tem", comenta a consumidora.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA