Mesmo com alta nos combustíveis, prévia da inflação segue estável em Belém
No Brasil, o IPCA-15 aponta quadro de desaceleração em março
A prévia da inflação de Belém no mês de março foi calculada em 0,69%, por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador é responsável por avaliar como ficaram os preços de produtos e serviços nos primeiros 15 dias de cada mês, fazendo uma espécie de previsão de como ficará a inflação mensal.
O resultado de Belém em março é o mesmo obtido em fevereiro, também no IPCA-15, e ficou igual ao registrado nacionalmente. Já no acumulado do trimestre, entre janeiro e março, o IPCA-15 da capital paraense fechou em 2,23%. Ao considerar os últimos 12 meses, ficou na casa dos 5,06%.
De acordo com o levantamento nacional, oito dos nove grupos de produtos e serviços tiveram alta no período, mas, ainda assim, o índice é menor na comparação com o mês anterior e com o mesmo período do ano passado, correspondendo a uma queda de 0,07% e 0,19%, respectivamente.
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A maior alta do mês no Brasil foi observada no grupo de transportes, que teve elevação de 1,5%, sendo puxada, principalmente, pelo aumento nos preços da gasolina (5,76%) e do etanol (1,96%). Outro fator que contribuiu para a inflação no segmento foi o reajuste nas tarifas de transporte urbano e nas passagens intermunicipais em diversas capitais, além da alta no transporte por aplicativo.
Em Belém, a situação foi semelhante: o valor dos combustíveis ficou cerca de 4,41% mais alto e o índice do grupo teve alta de 1,7%. Já em relação aos demais grupos, os preços apresentaram o seguinte comportamento: alimentação e bebidas (0,26%), habitação (0,20%), artigos de residência (-0,39%), vestuário (-0,32%), saúde e cuidados pessoais (2,21%), despesas pessoais (0,38%), educação (-0,02%) e comunicação (0,49%).
Para o economista Genardo Chaves de Oliveira, as elevações notadas em diferentes segmentos sofreram influência dos combustíveis. “É possível relacionar o aumento desses produtos às elevações observadas em outros setores, como o aumento no custo de bens e serviços que dependem de transporte, como alimentos e outros bens de consumo. O aumento dos custos de transporte também pode levar ao aumento da inflação, pois afeta os preços de bens e serviços em toda a economia. Além disso, o setor de transportes é parte importante da cadeia logística e seu crescimento pode impactar positivamente outros setores da economia que dele depende”, explica.
Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juros (Selic) a 13,75% ao ano, apesar da pressão de setores do governo para que houvesse uma redução. A justificativa para que a Selic continue elevada seria justamente o controle da inflação, o que na avaliação de Genardo Oliveira tem sido uma política eficaz.
“As projeções para a inflação em 2023 também são positivas, com o mercado projetando uma taxa de 4,5%, dentro da meta estabelecida pelo Banco Central. No entanto, a efetividade dessa política no longo prazo dependerá de diversos fatores, como a evolução da pandemia, o comportamento da economia internacional e a política fiscal do governo”, pondera o economista.
Prévia da inflação em Belém no mês de março
- Alimentação e bebidas: 0,26%
- Habitação: 0,20%
- Artigos de residência: -0,39%
- Vestuário: -0,32%
- Transportes: 1,70%
- Saúde e cuidados pessoais: 2,21%
- Despesas pessoais: 0,38%
- Educação: -0,02%
- Comunicação: 0,49%
- Índice geral: 0,69%
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