Mercados de autoatendimento ganham espaço em condomínios de Belém

Com lojas 100% autônomas, funcionamento 24h e operação simplificada, o negócio criado por Lucas Dantas e Hugo Valente já atua em mais de quatro bairros da Região Metropolitana de Belém e está em plena expansão.

Gabi Gutierrez

Os mercados de autoatendimento em condomínios vêm se consolidando como tendência de consumo em Belém. Em meio a um cenário cada vez mais digital e ágil, dois jovens empresários paraenses encontraram nesse modelo uma oportunidade de inovar com operação 100% autônoma.

Com funcionamento 24h, sem a presença de atendentes e com pagamento via aplicativo, o negócio criado por Lucas Dantas e Hugo Valente já está presente em mais de quatro bairros da Região Metropolitana de Belém — e segue em plena expansão.

O que é um mercado autônomo?

O empreendimento segue o modelo de honest market: o consumidor entra, escolhe os produtos, escaneia com o celular e realiza o pagamento de forma independente, sem a necessidade de caixas ou funcionários. “O sistema é baseado na confiança e no uso inteligente da tecnologia, como câmeras de segurança e gestão online de estoque”, explica Hugo, um dos fundadores.

A dupla iniciou o projeto em 2024 e, neste mês, completa um ano da primeira unidade inaugurada. Segundo Lucas, a ideia surgiu após observar o sucesso desse tipo de mercado em cidades como São Paulo. “Eu via em muitos lugares e queria muito trazer pra cá. É algo novo e muito prático para os moradores”, destaca.

Quanto custa montar um mercado de autoatendimento?

O investimento inicial para montar um mercado 24h autônomo, dependendo do tamanho e necessidade do condomínio, gira entre R$ 40 mil e R$ 50 mil. O valor já inclui prateleiras, freezer, câmeras de segurança, ponto de internet e o primeiro abastecimento. Como não há necessidade de equipe fixa para atendimento, os custos operacionais são reduzidos. Hugo explica que o retorno médio varia entre 3 a 5 anos, o que consideram justo para o setor.

A operação é tocada apenas pelos dois empresários e mais uma pessoa de suporte, conforme o aumento de demanda. Eles cuidam da reposição de produtos, montagem das unidades e da logística.

Expansão dos mercados autônomos em Belém

Atualmente, a empreitada pioneira de Lucas e Hugo opera cinco unidades: duas em Ananindeua e três em Belém. A meta inicial era alcançar três unidades em um ano, mas os empresários superaram esse número e agora focam na criação de um centro de distribuição próprio para melhorar ainda mais a logística.

“Já ultrapassamos a meta. Agora queremos investir no nosso centro de distribuição para otimizar as entregas e o controle de estoque”, explica Lucas.

Abastecimento personalizado para cada condomínio

Um dos diferenciais do negócio é a personalização do mix de produtos com base no consumo de cada condomínio. Embora haja uma seleção inicial padrão, os itens são ajustados conforme a demanda e as sugestões dos moradores. "Nós colocamos telefones para nos mantermos próximos da vizinhança e possamos receber sugestões de produtos e outras recomendações", diz Hugo. 

Entre os produtos mais procurados estão os itens sem açúcar, como Guaraná Zero, snacks saudáveis e refrigerantes diet. “A Coca Zero, por exemplo, é o item mais vendido em todas as unidades. Vende mais que água!”, conta Lucas.

O reabastecimento normalmente ocorre duas vezes por semana, mas pode ser mais frequente em períodos de maior consumo. "Acompanhamos pelo nossa 'dispensa virtual' e assim sabemos quantas unidades tem e o que tem sido mais procurado pelos condôminos", explica Hugo. 

Como funciona o mercado em condomínio?

Nas tratativas com as administrações condominiais, os empresários explicam que o mercado já atua dentro das legislações que protegem os condomínios, para não evitar desencontros. "O negócio foi criado de acordo com o que pode e não pode, para que a gente não quebre nenhuma regra", pontua Lucas.

prospecção dos condomínios pode ser feita pelos próprios empreendedores ou por meio do contato direto de síndicos. O condomínio cede um espaço físico — geralmente uma área comum desativada — e, em troca, recebe de 3% a 4% do faturamento mensal da loja.

Todos os custos de energia, internet, manutenção e abastecimento ficam sob responsabilidade da empresa.

O que diz a legislação sobre mercados em condomínios?

Para quem deseja montar um mercado autônomo em condomínio, é preciso estar atento à legislação. De acordo com o advogado Pedro Garcia, que atua na área do direito condominial, a instalação deve ser aprovada em assembleia, com pauta específica.

“Se a área era destinada a outro uso, como um salão de festas, a aprovação exige o aval de 2/3 dos condôminos. Se for um espaço ocioso, a decisão pode ser tomada por maioria simples dos presentes”, explica.

É fundamental que haja um contrato detalhado entre a empresa e o condomínio, prevendo responsabilidade por furtos, produtos vencidos, custos de operação e a proibição de venda de produtos perigosos.

“O condomínio não pode ser responsabilizado por problemas na operação. A responsabilidade é inteiramente da empresa”, reforça Pedro.

 

 

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