Mercado tem dificuldade para contratar profissionais e qualificação pode ajudar a garantir vaga
Ao menos 84% das empresas estão com mais dificuldade para contratar profissionais agora do que em anos anteriores à crise sanitária, o que reflete o aumento da procura por profissionais qualificados
Os profissionais que buscam qualificação têm mais chances de entrar no mercado de trabalho, segundo a especialista em gestão empresarial Elda Carla Sodré. Com o cenário de pós-pandemia da covid-19, em que muitas relações trabalhistas passaram por alterações, ela diz que as empresas enfrentam dificuldades para achar profissionais adequados, seja por questões comportamentais ou de currículo, então quem tiver algum diferencial pode encontrar portas abertas.
Um levantamento realizado pelo Infojobs mostra que essa dificuldade das empresas reflete o aumento da procura por profissionais qualificados, já que 62,6% dos entrevistados destacam que encontrar profissionais qualificados é o maior desafio. No Pará não é diferente. E a especialista diz que, se o mercado não quer contratar novas pessoas sem muita experiência, as empresas precisam capacitar os colaboradores de acordo com sua cultura e execução da função dentro do solicitado para a vaga, o que resolveria, a longo prazo, o problema de falta de qualificação profissional.
A própria entidade que realizou a pesquisa diz que "o país vive um apagão de profissionais qualificados em diversos setores, desde a área de tecnologia até a de serviços gerais". Elda Carla Sodré destaca que esse "apagão" se acentuou com a pandemia. "Os antigos profissionais de diversas áreas desenvolveram, por conta própria, novas rotinas de trabalho para suas áreas de capacitação e se adequaram a ela, fazendo com que o mercado comece a buscar novos profissionais para suprirem essas vagas que ficaram em aberto. Recrutamento e seleção pautado em perfil comportamental e depois treinamento de habilidades para a função resolvem essa escassez", afirma.
Pandemia
O mesmo levantamento do Infojobs mostra que ao menos 84% das empresas entrevistadas disseram estar com mais dificuldade para contratar profissionais agora do que em anos anteriores à crise sanitária. "O home office virou uma opção em potencial para que trabalhadores seguissem as regras de restrições impostas no mundo inteiro e continuassem nas suas devidas rotinas. Os profissionais de serviços técnicos especializados se adaptaram rapidamente a uma nova realidade de produzir de casa, sem prejuízo de salários, e os operacionais, quando estavam em casa, acabaram desenvolvendo novas habilidades e, assim, conseguiram até ultrapassar a antiga renda. Então ficou muito difícil para as empresas, após as retomadas de atividades, voltarem ao antigo modelo, uma vez que o profissional técnico hoje consegue produzir estando na sua própria casa e o operacional se transformou em autônomo", afirma.
Atualmente, as empresas precisam não apenas oferecer o salário da função, mas também condições irrecusáveis para que esses profissionais aceitem trabalhar novamente nos moldes antigos, segundo a especialista. Mas a questão financeira não é o único fator que conta para preservar esse emprego. Elda diz que, mesmo a empresa pagando um alto salário, se o candidato não tiver o perfil que encaixa com a função é uma questão de tempo para ocorrer o rompimento do contrato, não só por parte da empresa, mas até do próprio colaborador, que não se sentirá à vontade em uma função na qual não se encaixa.
"Para a empresa eu aconselho: contrate por perfil comportamental e treine a habilidade. Para o candidato eu sugiro: busque conhecer o seu perfil e procure por vagas que contratem funções que estão abertas que se encaixam a ele. Por exemplo, um candidato que é bastante falante, receptivo e que gosta do contato com o público não encaixaria em um setor financeiro, em que o perfil ideal é de uma pessoa que não se importa em trabalhar em ambientes fechados e com poucas pessoas. Esse candidato comunicativo se encaixaria perfeitamente na área comercial. Ou seja, para cada vaga existe um candidato que se encaixa perfeitamente, basta a empresa reconhecê-lo e treiná-lo corretamente", orienta a especialista em gestão empresarial Elda Carla Sodré.
Dentro do ambiente corporativo, onde a profissional está inserida, os cursos mais indicados e que são buscados pelas empresas no âmbito de qualificação são contabilidade, administração, recursos humanos, psicologia e os voltados para as áreas tecnológicas, como engenharia da computação, análise de dados e tecnologia da informação (TI).
5 hard skills mais difíceis de encontrar nos candidatos
- Cibersegurança e Metaverso: 46%
- Digital e TI: 43%
- Robótica: 42%
- Falar outros idiomas: 40%
- Desenvolvimento de Software e Codificação / Criptografia e Finanças: 37%
5 soft skills mais difíceis de encontrar nos candidatos
- Resolução de conflitos: 40%
- Proatividade: 35%
- Pensamento crítico e lógico: 35%
- Atenção aos detalhes: 34%
- Empatia: 32%
Fonte: Indeed
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