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Mercado de criptomoedas em 2025 tem expectativa de recuperação e inovações

A volatilidade continua a marcar o cenário, mas a promessa de uma recuperação gradual e a entrada de investidores institucionais criam um ambiente de otimismo para os próximos meses.

Jéssica Nascimento
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O mercado de criptomoedas vive um período de ajustes em 2025, com o Bitcoin registrando quedas após um ano de alta expressiva. Especialistas apontam que, apesar da volatilidade, fatores como a possível queda nas taxas de juros dos Estados Unidos e o aumento do interesse institucional podem impulsionar uma recuperação gradual do setor nos próximos meses.

Cenário atual: queda e volatilidade

Em 2025, o mercado de criptomoedas enfrenta um cenário de volatilidade, com o Bitcoin, a principal moeda digital, experimentando um dos piores trimestres dos últimos cinco anos. Após uma alta significativa em 2024, o Bitcoin acumula uma queda de 6,30% nos três primeiros meses deste ano. Para Leonardo Cardoso, educador financeiro e assessor de investimentos, a correção natural do mercado, após um ciclo de valorização, é uma dinâmica esperada em ativos de risco como as criptomoedas.

“O Bitcoin já passou por 16 correções significativas em sua trajetória, com quedas que chegaram a 85%, antes de retomar a valorização. Não é um padrão novo, mas traz volatilidade para os investidores”, comenta Cardoso.

Essa instabilidade é explicada por uma série de fatores, incluindo a política monetária dos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump e os juros elevados no país. 

Para Allan Costa, especialista em Inteligência Artificial e Cybersegurança, o mercado cripto neste ano tem se mostrado significativamente mais maduro e integrado ao sistema financeiro tradicional.

“Após o ciclo de alta iniciado no final de 2023, os ativos digitais entraram em 2025 com uma capitalização de mercado sólida, acima dos US$ 2,8 trilhões”, explicou. 

Segundo ele, a regulação também evoluiu. Países como EUA, Brasil e membros da União Europeia agora tratam criptos com maior clareza jurídica, favorecendo a entrada de grandes capitais.

Halving de 2024: expectativas e realidade

O halving de 2024, evento que reduz pela metade a recompensa pela mineração de Bitcoin, gerou grandes expectativas para o mercado. Historicamente, eventos de halving têm sido seguidos de ciclos de alta expressiva no preço do Bitcoin, com valorizações entre 12 e 18 meses após o evento. Contudo, como destaca Idean Alves, assessor de investimentos, o mercado não seguiu o mesmo padrão de alta imediata esperado.

“Após o halving, o Bitcoin teve uma alta de 140% em 2024, chegando a ser negociado perto dos 110 mil dólares, mas desde então enfrentou uma correção, sendo negociado atualmente a cerca de 86 mil dólares”, explica Alves.

Esse movimento de correção é visto como uma pausa natural após uma valorização rápida, mas que não impede uma visão otimista para o futuro, especialmente com a possível redução nas taxas de juros e a crescente entrada de investidores institucionais.

Crescimento do interesse institucional

Um dos principais motores do crescimento das criptomoedas em 2025 é o aumento do interesse de grandes investidores institucionais. A aprovação de ETFs de Bitcoin spot por gigantes como BlackRock e Fidelity abriu as portas para uma nova fase do mercado, onde grandes bancos e fundos estão entrando no jogo. 

De acordo com Alves, “o Bitcoin está deixando de ser visto como um ativo exclusivo de investidores pessoas físicas e se tornando uma alternativa no portfólio de grandes instituições financeiras, o que é um marco importante para a maturação do mercado.”

Essa mudança no perfil de investidores pode impulsionar o preço do Bitcoin e outras criptomoedas, especialmente se o cenário de juros mais baixos nos EUA se concretizar. Além disso, a adoção de criptomoedas como reservas estratégicas pelo governo dos Estados Unidos também alimenta a expectativa de valorização futura.

Inovações e oportunidades: Ondo e memecoins

Além do Bitcoin, outras inovações no universo das criptomoedas ganham destaque. A Ondo, moeda voltada para a tokenização de ativos (processo de transformar ativos do mundo real em tokens digitais que podem ser negociados em uma blockchain), tem se destacado no setor de registro de bens e ativos financeiros em redes blockchain (um livro contábil digital). O mercado de tokenização de ativos tem previsão de atingir US$ 50 bilhões nos próximos anos, criando novas oportunidades para investidores e substituindo em muitos casos a necessidade de certificações tradicionais, como as emitidas por cartórios.

Por outro lado, o fenômeno das chamadas "memecoins", como a Dogecoin e a moeda de Trump, tem gerado grande atenção. Essas criptomoedas, que nascem como brincadeiras ou memes, mostraram uma valorização impressionante, como no caso da moeda de Trump, que viu uma alta de 40.000% em poucos dias.

“As memecoins estão ganhando força como forma de captação de recursos e monetização de figuras públicas, criando um ambiente descentralizado e acessível, longe dos mercados financeiros tradicionais”, observa Alves.

Segundo Allan Costa, os três primeiros meses de 2025 foram marcados por um otimismo crescente e pela dominância do Bitcoin, que atingiu novas máximas históricas. “No entanto, o maior destaque foi o desempenho de blockchains de alto desempenho como Solana (SOL), Avalanche (AVAX) e Sui (SUI), que cresceram com o aumento da adoção em aplicações DePIN, AI e games Web3”, informou. 

Futuro das criptomoedas: recuperação gradual ou novo ciclo de alta?

Embora o mercado de criptomoedas tenha enfrentado desafios no começo de 2025, as perspectivas para o restante do ano seguem positivas. A expectativa de uma possível queda nos juros americanos, a maior entrada de investidores institucionais e o amadurecimento do mercado como um todo indicam que, após um período de correção, as criptomoedas podem retomar sua trajetória de valorização.

“As criptomoedas, e em particular o Bitcoin, se tornaram uma alternativa viável para os investidores que buscam proteção contra a inflação e os efeitos das políticas monetárias mais restritivas. O mercado deve experimentar uma recuperação gradual, impulsionada por esses fatores estruturais”, conclui Cardoso.

Com um panorama de inovações tecnológicas e mudanças no comportamento do mercado financeiro, 2025 se apresenta como um ano de transição, onde os investidores mais atentos podem se beneficiar das novas dinâmicas do mercado de criptomoedas.

Dicas para iniciar no mercado de criptomoedas

O mercado de criptomoedas tem atraído cada vez mais investidores, mas para quem está começando, a volatilidade e as múltiplas opções podem gerar muitas dúvidas. A seguir, assessores de investimentos compartilham dicas para quem deseja entrar nesse mercado de forma cautelosa e inteligente.

Comece com cautela e diversificação

Idean Alves recomenda que os iniciantes com perfil de risco mais arrojado destinem uma parte de sua carteira a criptomoedas. "Se o investidor pretende alocar 10% em ativos de renda variável, de 1% a 2% pode ser em criptomoedas", afirma.

A chave está na diversificação: "Não é necessário fazer uma compra única, o ideal é distribuir os aportes ao longo dos meses, aproveitando as flutuações do mercado."

Leonardo Cardoso concorda com a ideia de começar de forma gradual. "A principal dica é cautela. Comece com uma posição pequena, estudando e entendendo as moedas nas quais você está alocando seu capital", sugere. Ambos destacam a importância de investir apenas o que você pode perder, devido à alta volatilidade dos ativos digitais. 

Allan Costa defende que a principal recomendação para quem deseja começar no mercado de criptomoedas é educação antes de capital.

“O iniciante deve entender o funcionamento do Bitcoin, a lógica de consenso descentralizado, o papel das altcoins e como funcionam as carteiras (wallets), exchanges e custódia”, avalia.

Ele também afirma que a paciência é um dos maiores aliados do investidor cripto.

A importância de escolher uma corretora de confiança

A escolha da plataforma para comprar criptomoedas também é essencial para evitar riscos operacionais. Idean Alves destaca a necessidade de procurar uma corretora sólida e de baixo custo."Estude a recomendação de analistas e, se possível, faça seus próprios estudos para ajudar na seleção dos ativos", afirma. Para quem busca mais praticidade, ele sugere ETFs (fundos de investimento) como o HASH 11, que aloca uma cesta de criptomoedas, permitindo ao investidor acompanhar o desempenho sem precisar de uma gestão ativa.

Por sua vez, Leonardo Cardoso recomenda as principais exchanges como Binance, Mercado Bitcoin e Coinbase para iniciantes.

"Abra conta em uma corretora de confiança, transfira um valor pequeno para testar a plataforma e, aos poucos, vá diversificando em moedas consolidadas como Bitcoin e Ethereum”, orienta.

Allan Costa ressalta que é importante transferir as criptos para uma carteira não custodial, como MetaMask, Trust Wallet ou uma hardware wallet como Ledger) para garantir segurança.

“Diversifique com parcimônia e sempre aloque somente aquilo que está disposto a manter no longo prazo, pois o mercado é volátil”, afirma.

Cuidados essenciais no mercado de criptomoedas

O mercado de criptomoedas é repleto de oportunidades, mas também atrai golpes e promessas de ganhos fáceis. Para evitar esses problemas, Idean Alves alerta: "Cuidado ao escolher a corretora, verifique sempre o histórico e as promessas de dinheiro fácil."

A volatilidade do mercado exige um controle rigoroso na alocação de recursos: "Não aloque mais de 5% do seu patrimônio em criptomoedas. Se o valor subir 100%, pode cair mais de 50% rapidamente", completa.

Leonardo Cardoso complementa o conselho com uma dica prática: "Evite deixar grandes valores na corretora. A maior parte do seu capital deve ficar em wallets pessoais, para maior segurança."

Além disso, ele alerta para o risco das promessas de ganhos rápidos, que costumam estar associadas a golpes. "O mercado de criptomoedas é legítimo, mas atrai muitos oportunistas”, afirma.

Allan Costa diz que é vital adotar medidas de segurança cibernética, como autenticação de dois fatores, senhas fortes, backups das seed phrases e uso de carteiras frias para grandes quantias.

“Nunca compartilhe suas chaves privadas. Fuja de promessas de rentabilidade garantida, esquemas de pirâmide e tokens sem liquidez ou projeto real. Avalie a liquidez do ativo, volume de negociação, o histórico do time desenvolvedor e se o código é open source”, recomenda. 

Analisando o potencial das criptomoedas

Além do preço, é fundamental analisar os projetos por trás das criptomoedas. Leonardo Cardoso sugere avaliar o problema que a moeda resolve, a solidez da equipe por trás do projeto e sua aplicação prática.

"Fique atento à comunidade que apoia a criptomoeda e à transparência das informações", recomenda.

Idean Alves também destaca a importância de observar a oferta e demanda no mercado, que afeta diretamente o preço das moedas.

"Ficar atento às novas tendências pode trazer boas oportunidades, mas o investidor deve sempre ter em mente o risco envolvido", diz ele.

Allan Costa afirma que, em momentos de alta, é necessário monitorar o sentimento de mercado, dominância do BTC e volume institucional. Para ele, a análise deve ser multidimensional: técnica, fundamentalista e comportamental.

O mais importante: sobreviver ao risco

Todos os entrevistados enfatizam a importância de um bom gerenciamento de riscos. "O objetivo no mercado financeiro, e no de criptomoedas, é sobreviver", afirma Idean Alves. Para ele, o foco deve ser evitar o "risco ruína" — o risco de perder tudo. "Preservar o capital e buscar uma valorização equilibrada ao longo do tempo é o segredo para o sucesso no mercado de criptomoedas”, declarou.

Em resumo, começar no mercado de criptomoedas exige cautela, conhecimento e estratégias de diversificação. Com a orientação certa, paciência e o gerenciamento adequado de riscos, é possível aproveitar as oportunidades oferecidas por esse mercado promissor.

 

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