Mercado cervejeiro se consolida no país e cresce na região Norte
Expectativa é que sejam produzidos cerca de 15,7 bilhões de litros de cerveja no país até o final de 2024
A produção de cervejas no Brasil é um dos segmentos industriais que mais se consolida no país, capaz de abastecer praticamente todo o mercado nacional, afirma Márcio Maciel, presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). A entidade projeta que sejam produzidos cerca de 15,7 bilhões de litros de cerveja no país até o final deste ano, consolidando, assim, a atividade cervejeira brasileira como a terceira mais expressiva do mundo, atrás apenas de países como China e Estados Unidos.
Apesar do represamento de custos enfrentado durante o período da pandemia da covid-19, Maciel afirma que o setor tem, atualmente, um grande potencial de crescimento, especialmente na região Norte, que passou de 16 cervejarias, em 2021, para 36 nos dias atuais, conforme a última atualização divulgada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
“A retomada da pandemia foi muito positiva para o setor, que sofreu muito com o represamento de custos, pois tudo ficou mais caro e o setor segurou ao máximo para não repassar esse preço para o cidadão. Segurou cerca de 70% do custo de produção durante a pandemia. Vimos o pós-pandemia como uma oportunidade de crescimento na Região Norte.”
Presente em todos os estados e em mais de 700 municípios, a indústria de cerveja representa cerca de 2% do Produto Interno Bruto do Brasil e impacta direta e indiretamente a vida de mais de 2,5 milhões de famílias, com empregos e criação de negócios.
O Sindicerv foi fundado em 1948, mas refundado em 2018, e até meados do ano passado contava com apenas duas empresas associadas, mas, após a mudança no estatuto, o sindicato possui o total seis associadas, com isso, o Sindicerv representa mais de 80% do volume de cerveja produzido no Brasil. “Em número somos poucos associados, mas em volume e representatividade a gente é o principal representante do setor cervejeiro do Brasil”, destaca o presidente.
Márcio explica que o Sindicerv atua para dar visibilidade às questões do mercado cervejeiro, não apenas para a sociedade e consumidores, mas também às autoridades públicas, responsáveis por definir regulações que afetam o dia a dia da indústria. “Nossa missão é dar a melhor informação para que as pessoas tomem as melhores decisões quando estão pensando na indústria da cerveja”, afirma.
Expansão na produção
No mês de março, a Indústria de Bebidas Paraense (INBEPA) se tornou a primeira indústria de cerveja do Norte e Nordeste a ingressar no Grupo. Para o sindicato, essa parceria representa o grande potencial de crescimento que o Norte possui.
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“Ver a Inbepa associada ao Sindicerv liga esse simbolismo de uma maneira muito única, é uma empresa paraense e de capital paraense, produzindo um produto aqui no Brasil para uma região que tem um potencial de crescimento gigantesco e uma logística desafiadora para a gente levar produtos para outros lugares. A gente fica muito feliz em ter um representante que significa tanto para o Brasil”, frisou Márcio.
O presidente avaliou que a Amazônia está em um momento oportuno para garantir visibilidade a novos mercados por conta da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), programada para novembro de 2025 em Belém.
“A Amazônia é a vitrine do Brasil para o mundo, vamos ter a COP ano que vem. Ter uma cervejaria local associada relembra a brasilidade do Norte e mostra a capacidade de empreendedorismo do cervejeiro brasileiro. Ver a Inbepa construída com capital paraense, construída no Pará, crescendo na Região Norte com o empreendedorismo paraense é muito bom para a gente. Empregando, gerando imposto e trazendo desenvolvimento para a região”, destacou.
“Algo que vemos que cervejarias locais estão investindo é trazer o sabor local para a cerveja. Cada vez mais trazer ingredientes locais para trazer sabores novos para a cerveja. Temos mais de 84 mil diferentes tipos de cerveja registrados no Brasil, e com a biodiversidade do Brasil e com a proximidade da COP 30, acredito que a Região Norte está em uma situação privilegiada de explorar novos sabores e ingredientes na cerveja e aproveitar os climas tropicais”, completou Maciel.
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