Mercado aponta para desaceleração maior da inflação em semana de Copom

Focus traz projeção de 4,84% para o IPCA, ainda acima do teto da meta, mas menor que nas semanas anteriores

Luciana Carvalho
fonte

Comitê de Política Monetária, o Copom, decide nesta semana os rumos da taxa básica de juros da economia brasileira. Para a redução da Selic, que está em 13,75% ao ano, o Banco Central colocou a desaceleração da inflação como ponto fundamental. Na visão do mercado financeiro, o índice de preços irá desacelerar um pouco além do projetado nas semanas anteriores, o que aumenta a visão por um corte da taxa de juros.

De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (31), o mercado vê o IPCA - que mede a inflação oficial do país - a 4,84% ao final deste ano. A projeção segue acima do teto da meta, de 4,75% ao ano, no entanto mais próxima do que já esteve. Na semana anterior, o mercado estimava o IPCA em 4,90% e há quatro semanas, em 4,98%.  Também há projeção de desaceleração para o índice de inflação em 2024. O mercado baixou ligeiramente a projeção de 3,90% para 3,89%, o que está acima do centro da meta, de 3%, mas dentro do teto de 4,5% ao ano.

As deflações registradas em junho e na prévia de julho da inflação reforçam a visão pelo corte na taxa básica de juros. Há um consenso formado sobre a queda na Selic, porém o patamar — de 0,25 ou 0,5 ponto percentual — divide as apostas, segundo reportagem da revista Veja desta semana. Também ocorre uma grande pressão vinda do governo e de setores produtivos para o corte de 0,5 ponto, enquanto há quem aposte no corte menor, seguindo o histórico mais conservador da autoridade monetária.

VEJA MAIS

image Haddad: desaceleração da economia resulta da política de juros altos do Banco Central
Ministro da Fazenda afirma alta da Selic interfere na arrecadação da União, Estados e municípios

image Queda contínua da inflação pode permitir corte de juros em agosto, diz maioria do Copom em ata
A continuação do processo desinflacionário em curso, segundo os integrantes, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo de corte dos juros

image Copom mantém taxa básica de juros e descarta sinalização de corte em próxima reunião
De acordo com o comitê, 'a conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, segue demandando cautela e parcimônia'

O mercado financeiro vê espaço para cortes. No Focus, os analistas mantiveram a projeção da Selic em 12% ao fim do ano, indicando espaços adicionais para cortes nas quatro reuniões até o fim deste ano. A projeção é 1,75 ponto menor que a taxa vigente hoje.

Após a reunião desta semana, o Copom se reúne outras três vezes até o fim de 2023. Para 2024, o mercado aposta na Selic em 9,25%, abaixo dos 9,5% projetados na semana anterior.  Em 2025 e 2026, também houve revisão da taxa: de 9% para 8,75% e de 8,63% para 8,5%, respectivamente.

Além da desaceleração da inflação, o andamento da agenda econômica no Congresso, com a aprovação de reformas e principalmente uma arrumação fiscal, a ser feita pelo novo arcabouço, confirmam as apostas por quedas da taxa de juros.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Elisa Vaz, repórter do Núcleo de Política).

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA