'Manejo florestal é nossa melhor prática de combate à emissão de gases', diz presidente da Aimex
Para ele, a prática pode ajudar o País a cumprir os compromissos assumidos na área do meio ambiente, gerando riqueza com a manutenção da floresta em pé
Gerar riquezas mantendo a floresta em pé tem sido um dos principais desafios nesses tempos em que a consciência ambiental surge como uma causa urgente. Na região que carrega o bioma de maior biodiversidade do mundo, a responsabilidade é ainda maior. Para o setor florestal, neste cenário, o manejo sustentável desponta como a melhor prática para contribuir com a preservação da floresta.
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Durante o Webinar Ambientalizar, que vai ao ar na próxima quarta-feira (30), em OLiberal.com, no LibPlay (www.oliberal.com/play), o engenheiro sanitarista e presidente da AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará), Eduardo Leão, falou sobre a consciência sustentável e a importância disso para a Amazônia.
Na ocasião, ele defendeu o manejo florestal sustentável, a partir de técnicas usadas para capturar recursos naturais sem prejuízos ao meio ambiente, como uma das melhores ferramentas para o uso da floresta, gerando riqueza e trabalho para a sociedade local. Eduardo ressalta que existem diferentes formas disso ser feito e as mais comuns envolvem o uso de áreas privadas, com a devida autorização dos órgãos competentes. Porém, isso também pode ser praticado por meio de concessões florestais. “O Pará tem inúmeras florestas nacionais, área de proteção ambiental, parques, que podem ter concessões para fazer a gestão do manejo florestal”, ressalta.
Segundo o presidente da Aimex, hoje, o Pará tem cerca de 1,5 milhão de áreas de concessão. “Só que nós temos uma infinidade de floresta muito maior que isso. Então, existem muitas áreas para deslanchar em concessões, não só no Pará, mas no Mato Grosso”, observa.
Sobre o desafio estabelecido na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), onde o Brasil se comprometeu a reduzir em 50% as emissões de gases do efeito estufa até 2030, Eduardo Leão avalia que é possível alcançar a meta com o uso das práticas corretas.
“O manejo é, entre outras palavras, um estoque infinito de árvores. Com um manejo florestal bem executado, eu tenho a garantia de que eu vou ter o fornecimento de árvore praticamente eterno, porque vou fazer a gestão adequada. Aquela árvore que está apodrecendo, está madura, vou tirar ela e criar novas árvores. Você tem como prever todo esse ciclo de vida dentro da floresta, então, quanto mais manejo, melhor condições eu tenho de proteção daquela floresta”, afirma.
O presidente da Aimex afirma ainda que o manejo também permite novas formas de bioeconomia e o mercado de carbono. “O manejo florestal ajuda a conduzir isso, porque quem está fazendo manejo zela pela floresta. Quem tem o contrato de crédito de carbono, tem a garantia de que aquela floresta vai continuar em pé por trinta, 40 anos”.
Eduardo Leão acredita que também são necessários avanços envolvendo o código florestal e outras normas e leis, que hoje estabelecem as mesmas regras para todo o País. “Você tem muitas especificidades, o que torna muito difícil fazer uma regra geral que vai valer para todos mundo. Você tem no próprio manejo, madeiras diferentes”, declarou. “É muito difícil fazer uma regra nacional com o mesmo peso para todos. Acho que o Governo Federal deu uma acordada, começaram a surgir mais normas diferenciadas para a Amazônia, mas ainda é muito difícil”.
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