Mais de 8 milhões de brasileiros caíram em fraudes ligadas a instituições financeiras
Para especialista, é preciso ficar atento a mensagens recebidas por celular, email ou redes sociais
Um estudo recentemente divulgado, realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), aponta que 22% das pessoas entrevistadas sofreram alguma fraude em instituições financeiras nos últimos 12 meses, representando aproximadamente 8,4 milhões de consumidores. O levantamento ouviu internautas de todo o Brasil, com idade acima de 18 anos.
O principal tipo de golpe apontado foi a clonagem de cartão de crédito e/ou débito (8%), seguido pela transferência de dinheiro para alguém que se passou por um conhecido (4%). Outros 4% dos entrevistados foram vítimas de transações bancárias – como saques, pagamentos ou transferências – feitas sem a sua autorização, enquanto 4% se depararam com financiamentos feitos por terceiros usando documentos falsos, roubados ou obtidos por outros meios por motivo de golpe.
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O tipo de crime mais comum, segundo o estudo, é a clonagem de cartão de crédito, que funciona da seguinte forma: os golpistas copiam os dados de um cartão e os transferem para um outro, fraudulento. Com isso, usam os dados copiados e fazem compras no nome do cliente, que só percebe a fraude, normalmente, ao analisar os detalhes da fatura e/ou extrato, constatando assim uma série de compras das quais não se recorda e descobre que o seu cartão de crédito ou de débito foi clonado. Cerca de três milhões de consumidores brasileiros foram vítimas desse tipo de fraude nos últimos doze meses.
Para a Advogada Empresarial Luciana de Menezes Pinheiro, esses golpes se intensificaram muito nos dois últimos anos, em função do crescimento da digitalização bancária e da facilitação das transações online. “Isso foi provocado também pela pandemia de Covid-19. O acesso se tornou remoto e as pessoas passaram a utilizar mais ainda aplicativos de mensagens instantâneas para obter informações e ajuda, atendimentos bancários. E isso fez com que muitos golpistas pudessem atingir mais consumidores, porque se passavam por funcionários de bancos. As pessoas acabavam informando, dando as suas informações, suas senhas e facilitavam a fraude”, acredita.
Para Luciana, é possível evitar cair nesses golpes, sempre buscando se certificar de que a mensagem recebida no telefone celular, com o oferecimento de algum benefício realmente veio do seu banco, ou, no caso de uma mensagem num aplicativo de conversas evitar clicar em qualquer link sem se certificar de que é verdadeiro, se ele pode ser utilizado. “Sempre tomar cuidado quando receber mensagens em aplicativos de conversas, redes sociais ou contatos telefônicos, sempre tentar ir diretamente ao banco, obter a informação de forma mais segura. Além disso, para acessar o aplicativo do banco procure sempre acessar pelo seu próprio celular, tentando evitar celular de outras pessoas e computadores públicos ou de terceiros. É fundamental sempre utilizar equipamentos seguros para disponibilizar suas informações, suas senhas e as suas informações sigilosas, para que esses golpes não aconteçam com tanta facilidade”, orienta.
Para evitar cair em golpes e fraudes bancárias, siga essas dicas:
- Sempre verificar o endereço do site do banco antes de utilizá-lo;
- Não clicar em links enviados por email, SMS e mensagens de WhatsApp em nome do banco antes de conferir com seu gerente;
- Ter muito cuidado com mensagens ou contatos telefônicos que pedem dados pessoais;
- Evitar acessar o internet banking a partir de computadores públicos, do mesmo modo, não acesse a sua conta bancária a partir de redes Wi-Fi públicas;
- Sempre use os aplicativos móveis oficiais do banco.
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