Mães e filhas compartilham experiências juntas no mercado de trabalho em Belém

Conheça a história da indonésia Jeanne Tjioe e da paraense Cátia Regateiro no dia a dia da atuação profissional na capital paraense

Valéria Nascimento

A indonésia Jeanne Nova Tjioe, 51, e a filha Maria Teresa Tjioe Agrassar, 12; e a paraense Cátia Guedes Regateiro, 54, e a filha Maria Carolina, 24, têm origens e histórias de vida completamente distintas, mas uma trajetória profissional aproximada: Jeanne e Cátia são inspirações profissionais para as respectivas filhas, com as quais elas trabalham juntas e dividem o dia a dia, lado a lado,em Belém.

Em agosto que vem, a indonésia Jeanne Tijoe completará 10 anos morando em Belém, onde casou com um paraense, o professor de matemática, Almerio Dutra Agrassar.

Com Almério, Jeanne teve a filha Maria Teresa, nome que Jeanne também decidiu dar para a micro empresa que mantém, a partir das receitas de biscoitos, bolos e pães acumuladas da avó e da mãe indonésias.

image A indonésia Jeanne Nova Tjioe, 51, e a filha Maria Teresa Tjioe Agrassar, 12, trabalham juntas com receitas da avó e bisavó (Foto: Arquivo Pessoal / Jeanne Tijoe)

“Alguns dos produtos que faço são receitas herdadas da minha avó e da minha mãe. Muitas receitas da Indonésia também são influenciadas por receitas da Holanda, porque a Indonésia foi uma colônia holandesa”, diz Jeanne, com um leve sotaque estrangeiro.

Brasil, Belém

Jeanne Tijoe nasceu na Indonésia (país arquipélago no sudeste da Ásia), mas tem parentes chineses, e num certo momento da vida, ela veio para o Brasil, onde já está há 14 anos, desses, 10 em Belém.

Maria Teresa é a única filha de Jeanne, e sobre ser inspiração para a menina, que faz a 7ª série do ensino fundamental, a indonésia afirma que a inspiração é mútua porque foi por Teresa que ela começou a fazer biscoitos, bolos e pães.

"Eu sinto que me inspirei para trabalhar junto com minha filha, pois lembro que quando eu era pequena, muitas vezes, ajudava minha mãe a fazer bolos, essa proximidade é o que passei para minha filha agora”, enfatiza a indonésia.

Jeanne e Teresa produzem pães, bolos e biscoistos sob encomendas pelo Instagram teresa.cookies e também atendem pelo whatsApp 91 99224.9588. Perguntada sobre como lidar com o estresse diário, ainda que divida o trabalho com a filha, Jeanne contou que quando se sente estressada ou sente isso em Maria Teresa, leva-a para passear no shopping apenas para tomar sorvete juntas ou assistir a um filme.

"Trabalhar com minha filha é muito melhor porque posso simultaneamente ensinar-lhe o que enfrentaremos no futuro, por isso, eu coloquei o nome dela para minha marca”, assinalou ela.

Neste sábado (11), véspera do Dia das Mães, Jeanne e a filha Maria Teresa estiveram pertinho da outra dupla de mãe e filha, Cátia Guedes Regateiro e Maria Carolina, respectivamente. As duas mães e as duas filhas participaram, de modo independente, do mesmo evento na Estação das Docas, a Feira Arte e Chic Belém, voltada para o empreendedorismo regional e, neste sábado, com edição especial de projeção do trabalho desenvolvido por mães empreendedoras.

image Cátia Regateiro e a filha Maria Carolina sorriem orgulhosas da dupla que compõem juntas no trabalho com óleos essenciais (Carmem Helena / O Liberal)

Psicóloga de formação há 30 anos, desses, 18 anos de atuação na Polícia Militar do Pará, Cátia Guedes Regateiro decidiu mudar de ares no ano de 2020, em plena pandemia da Covid-19. Naquele ano, ela se aposentou da PM e passou a investir na aromaterapia e criou a 'Égua du Óleo'.

“Fui psicóloga de avaliação do trânsito, de avaliação de porte de armas na Polícia Militar, sempre trabalhando na área de avaliação. Meu mestrado em psicologia e as especializações que fiz tudo serve, até hoje, para me ajudar a cuidar das pessoas, só que agora não mais com palavras e direcionamentos, agora, com os óleos essenciais”, disse Cátia Regateiro, sendo, de imediato, interrompida pela filha Maria Carolina, que, num largo sorriso, disparou sobre a mãe: ‘Ela também ainda usa as palavras, ela dá muita consulta às pessoas”.

Maria Carolina Regateiro, a filha de 24 anos, internacionalista e empreendedora, referiu-se ao comportamento da mãe, sempre atenta às pessoas que buscam os produtos da dupla: os óleos essenciais fabricados por Cátia. 

Copaíba e Priprioca

Os óleos essenciais trabalhados por Cátia e Maria Carolina, alguns, são aqui da Amazônia, como a copaíba e a priprioca, mas há também os importados. “Os óleos essenciais têm como características terapêuticas de serem dos locais de origem da planta. Então, nós trabalhamos com óleos importados, a partir de uma empresa importadora de São Paulo, que nos fornece os laudos, e nós temos uma comunicação direta com eles, e isso facilita a nossa produção, com pronto-atendimento”, frisa Cátia.

“A gente, em Belém, praticamente respira água (alta umidade) e não é difícil encontrar pessoas com sinusite, rinite, congestão nasal, os estados gripais estão sempre em nossa região amazônica, então a gente criou o ‘Respira, maninho’, e ele até hoje, é o nosso carro-chefe, assim como o ‘Deita e dorme' que combate à insônia e ajuda a levar a um sono mais profundo; e o ‘Nem te bate’ que relaxa. É o nosso mix relaxante à base de lavanda, camomila e bergamota”, contou Cátia, responsável pela criação e produção dos óleos.

Sobre a relação com a filha, como Jeanne Tijoe, Cátia também se inspira em Maria Carolina. "O que me inspira na minha filha, é a rapidez de pensamento, as ideias, essa esperteza da jovialidade e de ter mais sacada, das tiradas rápidas e trazer aquilo para a realidade e eu não falo só dos trends do momento quando ela faz a parte da divulgação (da empresa) nas mídias sociais, mas de ela ter uma visão diferenciada e apesar de ser jovem ter uma maturidade para perceber a necessidade essencial”.

As duas mães também foram unânimes em afirmar que o melhor presente que gostariam de receber hoje é saber que estão encaminhando bem as filhas. “Que presente eu quero no Dia das Mães? Eu só quero o melhor para minha filha no futuro dela. Esse seria o melhor presente para mim”, assinalou Jeanne.

Por sua vez, disse Cátia: “o presente que eu queria ganhar no Dia das Mães eu já ganhei desde que eu me tornei mãe. Eu queria ser mãe de um time de futebol, mas só tive dois e meus filhos são benção, então meu presente é a saúde e o crescimento deles”. Cátia também é mãe de Matheus. 

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