Juros mais baixos e inflação estável: Black Friday 2023 pode ter preços mais baixos

Especialista aponta que eletrônicos devem ser o segmento mais impactado, podendo atrair consumidores interessados em celulares, televisões e notebooks

Elisa Vaz
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A Black Friday deste ano, celebrada no dia 24 de novembro, deve ter um atrativo: preços mais baixos. A estabilidade da inflação e a recente queda na taxa Selic indicam um cenário favorável para as compras durante esse período de promoções, segundo o economista Luiz Carlos Silva, membro do Conselho Regional de Economia do Pará (Corecon-PA). Os ajustes na política monetária abrem espaço para que os consumidores aproveitem ofertas parceladas de forma mais acessível, desde que mantenham cautela em relação às suas finanças.

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O especialista explica que a redução da Selic, decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, tem impacto direto nos juros, especialmente nos cartões de crédito, cujas taxas continuam consideravelmente elevadas. “É importante que a Selic comece a cair porque ela ainda está bastante elevada e impacta fortemente nos juros, principalmente os do cartão de crédito. No Brasil, os juros do cartão de crédito, no caso do rotativo, giram em torno de 400%, isso atinge diretamente as pessoas que vão fazer compras parceladas”, afirma.

Lojistas devem aproveitar momento

Luiz Carlos indica que os vendedores e lojistas aproveitem o momento para adotar estratégias e vender mais. Afinal, a inflação atual não terá um impacto tão grande na Black Friday deste ano, portanto, é possível que haja um incremento de vendas “bem maior” em relação aos anos anteriores, quando a inflação ainda sofria mais pressão e não havia ganho real de salário.

Uma das dicas do economista envolve ampliar as opções de parcelamento, possibilitando que os consumidores tenham mais flexibilidade na aquisição de bens, o que pode resultar em um aumento nas vendas em comparação aos anos anteriores. “Isso faz as pessoas consumirem mais e os comerciantes poderão ter uma venda maior”, declara.

Além disso, é o momento de investir nos eletrônicos, principalmente com a moeda americana mais estabilizada em relação ao real, de acordo com Luiz. “O dólar se estabilizou ali na casa dos R$ 5 e isso impacta diretamente nos produtos importados, que ficam com preço menor na hora da importação. Por isso os produtos eletrônicos devem ficar mais baratos nesse período. Essa Black Friday vai ser de venda de produtos eletroeletrônicos”, adianta. Outros itens importados também devem ser muito procurados por conta dos juros mais baixos e dólar e inflação estáveis, como perfumes e maquiagens.

Eletrônicos devem ser alvos dos consumidores

O empresário Luiz Arthur, que tem uma loja no segmento de eletrônicos, diz que adotou algumas estratégias para a Black Friday deste ano. Segundo ele, a preparação teve início semanas atrás, com uma reposição de estoque, visando atender à demanda crescente durante o período. Ele ressaltou que a loja se antecipou para otimizar as vendas durante a Black Friday.

Com a expectativa em alta, Luiz Arthur considera a data um momento “crucial” para os consumidores, já que muitos aguardam a semana de descontos para concretizar suas compras planejadas. A procura pela loja, segundo o empresário, tende a aumentar consideravelmente durante esse período.

O diferencial da loja de Arthur é que não há aumento de preços antes dos descontos. Pelo contrário, ele garantiu que os preços são reduzidos genuinamente, sem artifícios, proporcionando aos clientes ofertas reais. “É um ótimo período para fazer compras, até porque vai cair juntamente com a queima de estoque dos fornecedores, então os preços reduziram e isso nos favorece na Black Friday. Aqui é Black Friday de verdade, eu baixo preço, eu quero ver vender, não quero ver nada parado no estoque”, afirma.

Quanto aos produtos mais procurados, o empresário revelou que os iPhones lideram a lista, especialmente devido ao planejamento dos consumidores em adquiri-los após o lançamento de novos modelos. Além disso, câmeras instantâneas e fones de ouvido também despontam como itens bastante demandados.

Cuidados

Já os consumidores precisam adotar estratégias conscientes para evitar endividamento, mesmo diante das atrativas condições de pagamento. Por exemplo, o economista indica que o ideal é se programar com antecedência para a Black Friday - se há algo que a pessoa deseja comprar no período, deve economizar e guardar o valor necessário para tal. Dessa forma, seria possível pagar pelo produto à vista e ainda conseguir mais descontos.

No caso de quem não se programou, a dica de Luiz Carlos é parcelar as compras de forma que a vida financeira não fique desequilibrada nos meses seguintes. “Se a pessoa não se programou e não teve uma reserva durante esse período, o importante é que quando ela for parcelar algum produto essa parcela esteja dentro de sua possibilidade de pagamento. Muitas vezes pensamos que está barato, faz várias compras pequenas, parcela de 10 vezes e quando vai ver a fatura do cartão está altíssima. Então, a dica fundamental é que a pessoa não comprometa em parcelas mais de 30% da sua renda, porque pode ser que você não venha a pagar suas dívidas, é uma armadilha”, detalha.

Além disso, os consumidores devem evitar comprar todo tipo de produto na Black Friday, mas sim os itens realmente necessários. O melhor, segundo Luiz, é aguardar o pagamento do décimo terceiro salário e fazer compras à vista até dezembro.

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