Inverno amazônico provoca alta nos preços dos hortifrutis
Feirantes afirmam que as chuvas fortes da época elevam os custos com fretes
O início do ano é sempre marcado pelo alto índice pluviométrico no Pará e em outros estados da região. As fortes chuvas geralmente causam transtornos em Belém, como entupimento de bueiros, alagamentos e em alguns casos fragilizam as árvores que acabam tombando e gerando danos materiais. Porém, o período de inverno amazônico também pode contribuir para elevar os preços de itens comuns da alimentação.
No Mercado do Ver-o-Peso, os feirantes já notaram aumentos, principalmente em legumes e produtos importados para a capital, como batata, cenoura, tomate e pimentão. De acordo com Raimundo Santana, 64 anos, que há mais de 50 trabalha no mercado, nesse período, o frete tem custo mais elevado devido às distâncias e às condições precárias de muitas rodovias.
LEIA MAIS:
“Nós recebemos muita coisa do Nordeste, como pimentão, tomate e cebola porque esse tipo de mercadoria não é plantada aqui. Vem coisa também do Sul e do Centro-Oeste, então a gente fica dependente do preço do frete. Às vezes, são dois ou até três dias de viagem. Com essa demora, a mercadoria chega em estágio avançado, a gente perde uma parte da mercadoria e temos que elevar o preço”, diz Raimundo, que exemplifica que em uma caixa com 20 kg de tomate, se perde até 3 kg de fruto por conta do apodrecimento ou batidas durante a viagem.
Com isso, os feirantes têm comprado hortifrúti com preços mais elevados nesse início de 2023. “O tomate vem de Pernambuco e está custando R$ 150 a caixa com 25 kg. É um preço acima do normal que é R$ 80 a R$ 90. É por isso que o tomate na feira está custando R$ 6 a 7 e a qualidade não é excelente”, comenta.
Outros produtos fornecidos com preços elevados atualmente seriam a batata, que pode custar de R$ 180 a R$ 220, quando o valor normal é de R$ 130 a R$ 140; e a cenoura e o pimentão, que estão custando cerca de R$ 80, quando em geral custa R$ 60.
“A gente teve que repassar esses valores porque além dos produtos terem aumentado nos produtores, a gente perde muita coisa que estraga na viagem com as chuvas. O frete encarece e a alternativa é repassar para o cliente. As vendas continuam acontecendo, mas o freguês acaba optando por levar em menor quantidade quando está mais caro”, afirma a feirante Carina Baia, 42 anos, que há 20 anos trabalha no Ver-o-Peso.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA