Urgente: insatisfeitos com Prefeitura de Belém, quase 25 mil servidores entram em greve
Os servidores decidiram iniciar a greve em uma data estratégica, o dia da visita do presidente francês a Belém, quando a mídia nacional estaria de olho na capital paraense
Servidores de diversos setores da Prefeitura de Belém, incluindo administração, assistência social, educação, economia, meio ambiente, saúde e segurança, entraram em greve geral nesta terça-feira (26). A paralisação atinge quase 25 mil funcionários públicos, que cobram do prefeito Edmilson Rodrigues melhores condições salariais e de trabalho. Entre as reivindicações estão o pagamento do salário-mínimo corrigido, aumento do vale-refeição dos atuais R$ 370,00 para R$ 600,00 e o cumprimento do piso salarial nacional dos professores e da enfermagem.
Protesto e Macron
Os servidores decidiram iniciar a greve no dia da visita do presidente francês Emmanuel Macron a Belém, uma data estratégica, já que os holofotes nacionais estariam voltados para a capital paraense.
Os trabalhadores fizeram um protesto em frente à Secretaria Municipal de Administração (Semad), na avenida Almirante Barroso. Com cartazes contendo mensagens irônicas e críticas à gestão de Edmilson Rodrigues, os manifestantes bloquearam duas faixas do principal corredor viário da cidade.
“Há quatro anos o funcionalismo municipal está passando por um brutal arrocho salarial. E a proposta de reajuste da prefeitura, de R$ 37, é uma afronta. Com esse valor dá pra comprar somente uma cuba com 30 ovos, ou seja, nosso reajuste será de 1 ovo por dia. Sequer propuseram reajuste no vale-alimentação, a situação das escolas está precária, falta insumos nos pronto-socorros e unidades básicas de saúde, por isso o funcionalismo votou por fazer greve”, afirmou Silvia Letícia, coordenadora geral do Sintepp Belém e vereadora pelo PSOL.
Movimento Grevista Inédito
A greve iniciada nesta terça-feira (26) representa um movimento sem precedentes na capital paraense nas últimas décadas. A robustez do movimento, que mobiliza servidores de órgãos importantes como a Semec (Secretaria Municipal de Educação), Sesma (Secretaria Municipal de Saúde), Semad (Secretaria Municipal de Administração), Semma (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Funbosque, Secon (Secretaria Municipal de Economia), Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana), Sesan (Secretaria Municipal de Saneamento), Agentes Comunitários de Saúde (ACS), Agentes de Combate às Endemias (ACE), Guarda Municipal, Prontos Socorros do Guamá e da 14 de Março, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Funpapa (Fundação Papa João XXIII – Assistência Social), revela a insatisfação generalizada com a gestão do atual prefeito.
“Nós simplesmente confiamos nele e o que presenciamos foi uma série de negligências não só com os servidores, mas com toda a população. O diálogo com os servidores se fechou de uma maneira inimaginável e só podíamos terminar assim. Esperamos que agora a Prefeitura possa sentar e pelo menos ouvir nossos pedidos, que nada mais são que a garantia dos direitos do servidor”, disse Marcos Antônio, professor da rede municipal em Mosqueiro.
O protesto dos servidores municipais durou toda a tarde e foi acompanhado pelas forças policiais. Enquanto Edmilson Rodrigues recepcionava o presidente francês na base aérea de Belém, os servidores permaneciam bloqueando parte da avenida, exigindo diálogo. O prefeito de Belém não seguiu junto com o presidente francês para o Combu, como Helder Barbalho e Lula, porém, mesmo assim não se manifestou sobre a greve.
A reportagem da redação integrada de O Liberal entrou em contato com a Prefeitura de Belém pedindo um posicionamento sobre a situação e aguarda retorno.
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