Inflação desacelera em Belém e registra alta de 0,22% em janeiro; veja o que fica mais caro

IPCA registra alta de 0,16% no Brasil em janeiro, o menor índice para o mês desde o início do Plano Real, em 1994.

Hannah Franco / Especial em O Liberal
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A inflação oficial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou uma alta de 0,16% em janeiro, conforme divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma desaceleração de 0,36 ponto percentual (p.p.) em relação à alta de 0,52% registrada em dezembro. Esse foi o menor índice para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada ficou em 4,56%, abaixo dos 4,83% registrados em dezembro do ano passado.

Em Belém, a inflação de janeiro também seguiu a tendência de desaceleração, ficando em 0,22%, enquanto em dezembro o índice havia sido de 0,63%, uma diferença de 0,41 ponto percentual.

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Os "vilões" da inflação em Belém

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, cinco apresentaram aumento nos preços em janeiro. O maior impacto foi sentido nos setores de saúde e cuidados pessoais (1,65%) e alimentação e bebidas (1,64%)Nélio Bordalo, economista e conselheiro do CORECON PA/AP (Conselho Regional de Economia dos Estados do Pará e Amapá), diz que um dos fatores que impulsionaram essas altas foi o reajuste do salário mínimo e o aumento dos custos operacionais. “Os setores de saúde e cuidados pessoais sofreram aumentos devido ao impacto do reajuste do salário mínimo e dos custos operacionais. Já os preços de bebidas e alimentos foram pressionados pela valorização do dólar, que influencia os custos da matéria-prima”, explica Bordalo.

Os alimentos continuaram a subir pelo quinto mês consecutivo, influenciados por restrições na oferta de algumas culturas. Entre os produtos que mais subiram, destacam-se a cenoura (36,14%), o tomate (20,27%) e o café moído (8,56%). A alimentação no domicílio teve um aumento de 1,07% em janeiro.

Já as carnes, que vinham registrando aumentos expressivos nos meses anteriores, apresentaram uma leve desaceleração, com alta de 0,36%. Alguns cortes tiveram redução de preços, como o acém (-1,45%), a costela (-0,11%) e o patinho (-0,26%). Apesar dessa leve queda em alguns cortes, a carne acumula alta de 21,17% nos últimos 12 meses.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia que a queda recente do dólar e a previsão de uma safra recorde em 2025 podem ajudar a conter a inflação dos alimentos nos próximos meses.

Por outro lado, alguns produtos tiveram queda de preços em janeiro, como a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%). "A oferta reduzida de diversos produtos agrícolas, causada por fatores climáticos como chuvas, secas e geadas nas regiões produtoras, elevou os preços ao consumidor final", disse o economista.

Apesar da desaceleração da inflação em janeiro, os aumentos nos preços de produtos essenciais, como alimentos e serviços de saúde, ainda impactam diretamente o custo de vida dos consumidores em Belém.

image Preços dos alimentos fazem inflação subir em janeiro. (IBGE - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)

Consumidores sentem o peso dos aumentos

A alta nos preços já está sendo percebida por consumidores em Belém. A consumidora Gleyse Pantoja relatou que o aumento de muitos produtos afetou diretamente suas compras do mês. "Na primeira compra do ano, já percebi que alguns produtos estavam mais caros, principalmente o café e a carne", contou. "Eu, que não vivo sem meu café, sofri muito no bolso, porque querendo ou não, centavos fazem toda a diferença na hora de fechar as compras", afirmou.

Além dos alimentos, os serviços de beleza também ficaram mais caros. A consumidora destacou que os preços em salões de beleza, incluindo cabeleireiros, manicures e tratamentos estéticos, também sofreram reajustes. "Da última vez que fui ao salão de beleza que sempre costumo ir, percebi de cara que alguns serviços estavam mais caros, mesmo que pouca coisa", disse.

Embora o cenário atual de inflação traga preocupações para os consumidores, o economista Nélio Bordalo acredita que a tendência é de queda nos próximos meses. "Considerando os dados atuais e as tendências econômicas, embora existam fatores que podem influenciar a inflação, acredito que a tendência é de redução da inflação nos próximos meses, devido à redução nos custos da energia, estabilidade nos preços dos alimentos e se ocorreram safras agrícolas satisfatórias nos próximos meses."

"A redução da inflação é um indicativo positivo para a economia brasileira, pois pode influenciar a taxa de juros e o poder de compra da população", diz Bordalo.

Setor de habitação registra recuo

O setor de habitação teve recuo em todo o país, incluindo Belém. A desaceleração no ritmo da inflação foi influenciada principalmente pela queda de 14,21% no preço médio da energia elétrica residencial, devido à incorporação do Bônus de Itaipu nas faturas do mês. A energia faz parte do grupo de Habitação, que recuou 3% em janeiro e contribuiu com um impacto negativo de 0,46 p.p. para o IPCA do mês.

O Bônus de Itaipu beneficiou mais de 78,3 milhões de consumidores em janeiro, o que representa 97% do total de unidades residenciais e rurais no país. A redução foi possível graças ao saldo positivo na Conta de Comercialização de Energia Elétrica da Itaipu, que gerou um montante de R$ 1,3 bilhão em descontos na tarifa de energia.

Em outubro de 2024, a inflação em Belém havia registrado alta de 0,18%. O aumento também havia sido impulsionado principalmente pela conta de energia elétrica residencial, que subiu 2,79%. Em Belém, o impacto desse reajuste foi sentido diretamente no grupo Habitação, que registrou alta de 1,44% no mês, a maior entre os grupos. A elevação ocorreu principalmente pela mudança da bandeira tarifária de verde para vermelha, patamar 1, que acrescentava R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.

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Variação dos grupos do IPCA em Belém - Janeiro de 2025

  • Alimentação e bebidas: 1,64%
  • Habitação: -4,28%
  • Artigos de residência: 0,28%
  • Vestuário: 0,18%
  • Transportes: 0,77%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,65%
  • Despesas pessoais: 0,56%
  • Educação: 0,03%
  • Comunicação: 0,25% 
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