Ibovespa sobe 0,30% no dia, aos 132,3 mil pontos, e avança 2,63% na semana

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Com agenda esvaziada na última sessão da semana, o Ibovespa teve um dia de acomodação após a leve realização da quinta-feira, que sucedeu seis dias de ganhos, no que foi sua mais longa sequência de alta desde agosto passado. Nesta sexta-feira, 21, a referência da B3 oscilou apenas 812 pontos entre a mínima (131.776,39) e a máxima (132.588,02) da sessão, em que saiu de abertura aos 131.934,22 pontos. Ao fim, conseguiu se afastar um pouco da estabilidade, em alta de 0,30%, aos 132.344,88 pontos, com giro a R$ 33,1 bilhões em dia de vencimento de opções sobre ações.

Na semana, o Ibovespa teve alta de 2,63%, vindo de ganhos de 3,14% e de 1,82% nos intervalos anteriores, que colocam o avanço no ano a 10,03% e o do mês a 7,77%.

"O ganho do Ibovespa na semana foi bastante fomentado pelo ingresso de capital estrangeiro na Bolsa, com a rotação de ativos a partir de ajuste recente nos mercados americanos", diz Ian Lopes, economista da Valor Investimentos.

Em relativa recuperação, o desempenho dos principais índices de ações em Nova York no acumulado da semana ficou entre +0,17% (Nasdaq) e +1,20% (Dow Jones). Nesta sexta, também prevaleceu alta ao fim: Dow Jones +0,08%, S&P 500 +0,08% e Nasdaq +0,52%.

De acordo com os mais recentes dados disponíveis, em março, até o dia 19, houve entrada de R$ 5,615 bilhões em recursos estrangeiros na B3, resultado de compras acumuladas de R$ 206,191 bilhões e vendas de R$ 200,576 bilhões. No acumulado do ano, o fluxo de capital externo está positivo em R$ 14,315 bilhões.

Na B3, a sexta-feira era de ajuste majoritariamente negativo para as principais blue chips, à exceção de Petrobras, que acentuou ganhos em direção ao fechamento, com a ON em alta de 1,61% e a PN, de 1,55%, em sessão de pouco avanço para o petróleo em Londres e Nova York. Vale ON também ajudou ao fim, saindo do negativo ao positivo, na máxima do dia no fechamento (+0,37%).

Entre os grandes bancos, o sinal era misto até perto do fim, mas também se unificou, com ganhos entre 0,22% (Itaú PN) e 1,61% (Bradesco ON). Na ponta ganhadora do Ibovespa, Marfrig (+6,80%), Brava (+5,57%) e Hypera (+3,93%). No lado oposto, Automob (-10,00%), Cemig (-4,85%) e Petz (-4,30%).

Da noite anterior, a aprovação do Orçamento de 2025, mesmo com tanto atraso, traz um pouco de tranquilidade, observa Henrique Lenzi, operador de renda variável da Manchester Investimentos. "Era algo que o mercado aguardava e vinha sendo muito postergado", acrescenta. Algumas notícias corporativas também estiveram no radar na sessão, como as de Brava, que trouxe prejuízo relevante no quarto trimestre, mas também projeções para 2025 que animaram os investidores, diz Lenzi.

No exterior, fato importante foi o retardamento de sanções tarifárias da União Europeia em resposta a iniciativas dos Estados Unidos, o que sinaliza um possível diálogo entre as partes para uma solução em comum acordo, acrescenta o operador, contribuindo para uma certa tranquilidade quanto a desdobramentos da guerra comercial nesta véspera de fim de semana.

Nesse contexto mais favorável ao apetite por risco, o mercado financeiro voltou a elevar o otimismo quanto ao desempenho das ações no curtíssimo prazo, segundo o Termômetro Broadcast Bolsa. A parcela que espera alta do Ibovespa para a próxima semana voltou a ser majoritária, com 57,14% dos participantes, bem acima dos 42,86% da edição anterior. Os que preveem queda são 28,57% e os que acreditam em estabilidade, 14,29%, ante 42,86% e 14,29% na última pesquisa.

Bruna Centeno, advisor da Blue3 Investimentos, observa que o Ibovespa iniciou a sexta-feira em leve alta, mas não conseguia subir muito ao longo da sessão até perto do fechamento, ante o avanço do dólar (+0,74%, a US$ 5,7177) e também da curva de juros doméstica - tendo permanecido, dessa forma, bem perto do "zero a zero" na maior parte da etapa vespertina.

"Mercado acompanha o risco de uma desaceleração econômica global, associado à política comercial dos Estados Unidos, que pode tirar até 1 ponto porcentual de crescimento do PIB americano, conforme já estimam algumas casas de análise, gestoras e corretoras", acrescenta. "Cenário é de incerteza e cautela."

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