Flexibilização do uso de máscaras anima quem trabalha com venda de maquiagem em Belém
Comerciantes e profissionais da área já percebem uma procura maior pelos produtos no mercado paraense após a exigência do uso do item em locais públicos
Com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção contra a Covid-19, um ramo da economia volta a aquecer: o da beleza, mais especificamente o de maquiagem. As bocas estão em evidência novamente, impulsionando a venda de batom e outros produtos para o rosto.
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Waldenice Soares Conceição, de 39 anos, esteticista e comerciante, disse que durante o período de confinamento da pandemia, teve uma queda de cerca de 30% no faturamento nas vendas de sua loja de cosméticos. Agora, a empresária se mantêm otimista com as flexibilizações adotadas e com o retorno das atividades presenciais. “Já trabalho com a loja há uns três anos e meio e durante a pandemia, tivemos uma queda significativa nas vendas que afetou uns 30% do meu faturamento. O mercado, de fato, ainda não melhorou, ainda não voltou a ser como era, mas estamos com uma expectativa de aumento nas vendas de, pelo menos, 20% agora em maio, principalmente depois que as máscaras deixaram de ser obrigatórias”, diz a empresária.
O novo cenário tem feito com que muitas pessoas voltem a comprar base, lápis, sombra e batom, um mercado que movimentou cerca de R$ 7 bilhões no Brasil no ano passado, segundo a pesquisa Euromonitor, uma consultoria global de inteligência estratégica.
A maquiadora profissional e design de cílios e sobrancelhas, Tayana Vasconcelos, de 32 anos, trabalha há cinco anos no ramo.Ela conta que em função da pouca procura pelos serviços durante a pandemia, perdeu muitos produtos que utilizava nos atendimentos de suas clientes. “Tive que investir em uma bancada de produtos novos esse ano. Em média, perdi uns R$1.5 mil em produtos que não poderiam mais ser utilizados em 2022. Com a flexibilização do uso de máscaras, a procura já aumentou em mais ou menos 30%. Hoje, as pessoas já começaram a me procurar para fazer makes mais elaborados para certos tipos de eventos, coisa que antes não estava mais acontecendo. Isso também acaba refletindo no preço dos produtos no mercado, pois com aumento da procura pelos serviços, eu percebi que de uns meses pra cá, também teve um certo aumento no preço dos produtos para maquiagens, principalmente depois da flexibilização,” afirma a maquiadora.
A publicitária Bianca Mesquita, de 26 anos, também trabalha nas horas vagas como maquiadora e diz o ano de 2020 foi um ano repleto de desafios, onde a procura pelo serviço diminuiu bastante. “Muitos dos meus produtos foram jogados fora, em média, uns R$ 1 mil ou mais. Acredito que, como faço maquiagem de forma a domicilio e não em um estúdio, meu prejuízo tenha sido um pouco menor comparado a outras profissionais da área”, lembra.
Segundo Bianca, passado o período da pandemia e com a fim da obrigatoriedade do uso do uso de proteção, a procura pelo serviço vem aumentando. “Hoje o fluxo voltou a crescer bastante, com o retorno dos eventos tudo tem sido mais "normal". Com a volta, tenho comprado muitos outros produtos, claro, de acordo com a atualização do mercado e também a demanda que tenho. E o que eu percebo, é que os produtos estão um pouco mais caros, mas não porque aumentou depois da pandemia, mas eu acho que porque as empresas deram uma melhorada, tanto embalagem quanto no conteúdo. Elas tiveram esse período de tempo pra pensar e reformular as maquiagens e isso encareceu um pouco mais no mercado”, avalia.
Luciana Carvalho, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política
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