Fiscalização em granjas é intensificada no Pará após alerta de Influenza Aviária na Colômbia
A Adepará também alerta produtores da cadeia avícola para a necessidade de colocar em prática medidas de biossegurança nas propriedades e intensificar as boas práticas de criação
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) informou que intensificou a fiscalização em granjas após alerta sobre Influenza aviária de alta patogenicidade na Colômbia. Apesar da doença nunca ter sido diagnosticada no território brasileiro, a Colômbia faz fronteira com o Estado do Amazonas, o que fez com que o Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) solicitasse aos Serviços Veterinários Oficiais dos estados, por meio de Nota de Alerta, a adoção de medidas de prevenção para evitar a entrada do vírus no País.
Atualmente, o Brasil tem o terceiro maior plantel avícola do mundo e é o maior exportador de carne de frango, comercializando para mais de 150 países.
Doença viral altamente contagiosa, a Influenza Aviária afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres, e também o ser humano. As variantes virais de alta patogenicidade provocam prejuízos econômicos com a mortalidade nos plantéis comerciais. Os principais sinais do problema são o aumento repentino de mortalidade de aves da criação; secreção nasal, tosse e espirros; diminuição na produção de ovos; diarreia e desidratação; falta de energia e diminuição no consumo de ração; incoordenação motora (sintomas nervosos) e sinais de apatia nas aves.
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No caso da Colômbia, foram afetadas propriedades em Acandí, Chocó e na zona rural do município de Cartagena, localidades distantes da fronteira com o Brasil.
Devido à primeira notificação da doença em um país da América do Sul, o grande número de ocorrências reportadas em diversos países e o início do período de maior migração de aves silvestres para o Brasil, o Mapa pediu fortalecimento da interação do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) com o setor produtivo e com os órgãos de meio ambiente, reforço das orientações para a equipe técnica dos órgãos estaduais de Sanidade Agropecuária e reforço na disponibilidade de equipamentos de proteção individual (EPIs) e materiais para coleta e envio de amostras de casos suspeitos.
Cenário no Pará
Segundo a Adepará, em território paraense, o plantel avícola é protegido por meio de ações realizadas pela Agência, principalmente com o objetivo de implementar a biosseguridade nos aviários, fazendo com que os estabelecimentos cumpram os pré-requisitos de sanidade avícolas preconizados na Instrução Normativa 56/2007 do Mapa.
“Nós já temos hoje, no Estado do Pará, 330 granjas registradas, ou seja, certificadas conforme a legislação. São granjas de corte e de postura, um matrizeiro em Santarém em processo de registro e nove incubatórios ativos, que estão sendo regulamentados pelo Mapa. Os estabelecimentos avícolas do Pará foram aprovados em todos os requisitos de sanidade avícola do Ministério”, explica a médica veterinária Lettiere Lima, fiscal estadual agropecuária da Adepará.
Também há o monitoramento periódico dos sítios de aves migratórias. Na Colômbia, por exemplo, a fonte de infecção foram as aves silvestres migratórias. A Adepará informa que existem três sítios de aves migratórias no Arquipélago do Marajó (municípios de Breves e São Sebastião da Boa Vista); Baía de Marajó (Vigia de Nazaré, São Caetano de Odivelas e Curuçá) e em Salinópolis, no nordeste paraense.
“Nós coletamos materiais biológicos das aves de subsistência nos sítios de aves migratórias para pesquisa de doenças, como Influenza aviária e doença de Newcastle, e encaminhamos para o laboratório do Mapa, em Campinas, em São Paulo. Até hoje não houve nenhum caso”, garantiu a Lattiere Lima. “Nossos aviários da avicultura industrial de corte são todos telados. O objetivo é fazer com que as aves que estão dentro do aviário não tenham contato com aves de vida livre, que é um pré-requisito da legislação”, complementou.
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