Feira da Indústria do Pará (FIPA) foca na produção aliada a atitudes sustentáveis
Evento tem 60 estandes e foi aberto nesta quarta-feira, no Hangar, até sábado (25.05)
O compromisso com o uso racional dos recursos naturais amazônicos pautam a XVI Feira da Indústria do Pará 2024 (FIPA), aberta no início da noite desta quarta-feira (22.05), no Hangar - Centro de Convenções, em Belém. A expectativa é de que esta 16ª edição receba, até o sábado (25), cerca de 20 mil visitantes.
O evento reúne os principais players do segmento industrial no território paraense. Das grandes mineradoras às médias empresas e até pequenos empreendimentos, sob o tema “Negócios e Sustentabilidade na Amazônia"
O Presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Alex Dias Carvalho, foi o anfitrião do evento de abertura, recepcionando autoridades públicas, como vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; e a vice-governadora o Pará, Hana Ghassan, que representou o governo estadual, já que o governador Helder Barbalho está em viagem de trabalho na Bahia. O prefeito municipal de Belém, Edmilson Rodrigues, também prestigiou o evento.
Novo paradigma de produção
O titular da Fiepa, Alex Carvalho chamou a atenção para a necessidade de mudança na base da produção paraense. “Precisamos desenvolver um novo modelo econômico para a Amazônia que possa através da verticalização da produção e do uso racional e responsável dos recursos, quebrar, de fato, o paradigma de um estado rico e sociedade pobre".
Na abertura solene do evento, foi exibido um vídeo com a mensagem do governador Helder Barbalho, impedido de estar presente por causa da agenda na capital Salvador. Helder saudou as autoridades presentes, como Geraldo Alckmin e Alex Dias; e parabenizou a escolha do tema, ressaltando a importância de se falar sobre sustentabilidade às vésperas da COP 30 em Belém.
Hana Ghassan também chamou atenção para o tema da Fipa. "A sustentabilidade da indústria não é apenas uma ação de responsabilidade social mas uma oportunidade de inovação e competitividade", disse.
Ela lembrou que faltam pouco mais de 500 dias para a COP 30. “(...) a floresta estará no centro das discussões e nos dará a oportunidade desse debate. A tragédia no Rio Grande do Sul mostra que não há mais tempo a perder, a hora de salvar o planeta é agora. Podemos fazer isso sem abrir mão do desenvolvimento que o nosso povo e, cada um de nós, tanto almeja, que é produzir preservando”, enfatizou Hana.
Ronaldo Maiorana Jr., CEO da Indústria de Bebidas Paraense (Inbepa), que produz a cerveja Caribeña, destacou: "É uma enorme alegria acompanhar a abertura da Fipa 2024. Não só pela reunião das dezenas de indústrias que estão exibindo suas contribuições no desenvolvimento do Pará, mas, principalmente, em poder acompanhar de perto a liderança do senhor Alex Carvalho, presidente da Fiepa, nos pleitos extremamente necessários para potencializar ainda mais os avanços socioeconômicos do nosso Estado”, disse o executivo.
"Ele pontuou em seu discurso, de forma muito didática, entraves que precisam ser superados para potencializar o crescimento do Pará. Com toda certeza o senhor vice-presidente Geraldo Alckmin sairá muito bem impactado de Belém após essa demonstração de união e de boas informações que o presidente da Fiepa entregou.", frisou Ronaldo.
O prefeito Edmilson Rodrigues destacou as obras em curso em Belém para a COP 30. "Estamos com obras como a reforma e restauro do Mercado de São Brás, a revitalização do Ver-o-Peso e a construção do Parque São Joaquim, entre outras. que vão deixar um legado importante para a cidade", assegurou.
"Belém vai ser o centro da atenção internacional em 2025 e vai estimular economia de forma importante. Somos uma capital de população pobre em um estado rico em potenciais hidrelétrico e minerário, que não consegue internalizar essa riqueza. Precisamos e merecemos todo o apoio que pudermos ter para aproveitarmos a chance de desenvolvimento socioeconômico que surge com a COP 30", acrescentou o gestor da capital paraense.
Fomento ao setor produtivo
Alckmin, por sua vez, observou a retomada econômica do país e listou algumas medidas tomadas pelo governo federal para incentivar a economia. “O Brasil vive um bom momento, caiu a inflação, caiu o desemprego. (...) É o maior crescimento de renda desde o plano real. O Pará tem crescido acima da média brasileira”, salientou ele.
Geraldo Alckmin disse que o presidente Lula deve sancionar, na semana que vem, a lei da depreciação acelerada que autoriza a concessão de quotas diferenciadas para máquinas e equipamentos empregados em atividades econômicas. Ele também destacou o crédito mais barato para a rede bancária.
“São R$ 2 bilhões no ‘Brasil Mais Produtivo’ para incentivar o desenvolvimento. O Brasil é o campeão da energia mais limpa e podemos fazer hidrogênio verde, desde que eu use energia renovável. A floresta amazônica é a maior floresta tropical do mundo, agora é preciso monetizar isso, o mundo precisa monetizar isso… Quem tem o crédito de carbono precisa ter acesso a esse mercado e monetizar”, disse o vice-presidente da República.
Alckmin mencionou a reforma tributária em curso. “Estudos mostram que a reforma tributária bem regulamentada pode trazer um crescimento no PIB de 12% a mais, 17% em exportação”.
A abertura oficial da Fipa, entre outras autoridades públicas, tem as presenças da vice-governadora do Pará, Hana Ghassan; do presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Chicão Melo; e do presidente da Federação das Indústrias do Maranhão, Edilson Baldez.
Programação técnica e cultural
A edição 2024 tem mais de 40% novos expositores, e vai disponibilizar uma diversificada programação. A Fipa é aberta ao público, mas a programação técnica é paga, com ingressos diferenciados para meia entrada e inteira. Os eventos técnicos como palestras, fóruns, rodadas de negócios, premiações, torneios de inovação e soluções tecnológicas, vão acontecer nesta quinta-feira (23) e na sexta-feira (24).
Na Feira, com acesso gratuito, onde estão instalados 70 estandes, com 90 expositores de pequenas, médias e grandes indústrias, é possível conhecer um pouco mais sobre as boas práticas de sustentabilidade social e ambiental do setor industrial paraense, além de iniciativas de inovação e tecnologia.
O evento também terá nos próximos três dias, apresentações culturais, e os shows podem ser apreciados gratuitamente.
A realização é da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), com o apoio do governo do Estado e um leque de empresas e indústrias do setor privado, e de entidades como o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Hydro, Vale, Sebrae, ApexBrasil e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), entre outras organizações.
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