Exportações do Pará batem US$ 6,13 bilhões entre janeiro e abril

Valor representa uma queda de 9,2% em relação ao mesmo período do ano passado

Daleth Oliveira
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A arrecadação do Pará com as exportações alcançou o valor de US$ 6,13 bilhões no entre janeiro e abril deste ano, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

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Apesar da posição do Estado no ranking brasileiro de exportações ser a 7ª e a participação do Pará na balança do país ser de 6,18%, o resultado representa uma queda de 9,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Alguns produtos que tendem a ser destaques na balança comercial do Pará apresentaram queda, como o minério de ferro (-18%), carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (-49%) e madeira (-42%).

Quanto às importações, o resultado ficou em US$ 735,1 milhões, gerando um saldo positivo de US$ 5.3 bilhões ao Estado. 

Razões da queda

O economista e professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Douglas Alencar, afirma que a possível recessão econômica dos EUA e a baixa na taxa de câmbio são os principais fatores para explicar a queda nas exportações paraenses.

“O primeiro motivo para essa baixa está relacionado com a possibilidade de recessão na economia dos EUA. Esse país vem apresentando forte evolução da taxa de emprego e aumento de salários. Com isso, existe a expectativa da inflação dos EUA continuar pressionada. Dado que a inflação continua acima da meta, o Banco Central americano (Federal Reserve) pode ter que continuar aumentando a taxa de juros básica da economia, o que, eventualmente, pode levar a economia americana a uma recessão. Como existe essa expectativa de recessão nos EUA, faz com que as empresas chinesas principalmente reduzam o ritmo de consumo de minério de ferro, que é um dos principais itens das exportações do Pará”, aponta o especialista.

Sobre a taxa de câmbio, Douglas analisa que com a taxa atual, o preço dos produtos exportados estão mais caros para os compradores internacionais. “Começamos o ano de 2022 com a taxa acima de R$ 5,50, mas desde então, observamos uma trajetória de queda. Hoje por exemplo, a taxa de câmbio comercial está em R$5. Esse também pode ser um fator importante no que tange ao volume e o valor das exportações”, aponta o professor da UFPA.

Ele cita ainda que a economia do Pará ainda sofre por ser exportadora de produtos primários, de baixo valor agregado, fazendo com que “qualquer variação da renda mundial impacte fortemente nossas exportações".

“Quando a renda mundial aumenta, as exportações de bens de baixo valor agregado aumentam, mas aumentam menos que de produtos de alto valor agregado. Por exemplo, se um país exporta suco de laranja, quando a renda internacional aumenta, a demanda por suco de laranja aumenta, mas existe um limite, pois uma pessoa que consome um litro de suco de laranja ao dia, não irá passar a consumir 5 litros de suco de laranja se a renda dela aumenta 5 vezes. Por outro lado, se um país importa computadores, quando a renda desse país aumenta, o aumento da compra de computadores será bastante elevado, podendo ser igual ao aumento da renda. Para reverter essa estrutura de longo prazo, para que o Pará passe a sofrer menos com as variações no mercado mundial, é preciso exportar produtos de maior valor agregado”, finaliza Douglas Alencar.

Indústria em recuperação

Para Cassandra Lobato, coordenadora do CIN/Fiepa, a queda nas exportações do Pará ainda é reflexo da pandemia de covid-19.

“Essa diminuição de exportação é desde a pandemia, principalmente por conta do fechamento do espaço aéreo, em especial da China, nosso principal comprador internacional. A pandemia já acabou, mas ainda temos reflexos dela em nossa sociedade e economia”, aponta Lobato.

Cassandra destaca que apesar da queda, a variação ainda é menor que as registradas em anos anteriores. “Nós fechamos abril com variação negativa, mas se compararmos com a variação de 2020, 2021 e 2022, percebemos o quanto já melhoramos. Então de fato, estamos no processo de recuperação das mazelas resultantes da pandemia”, ratifica.

“A indústria é o setor que mais colabora com a balança comercial do Pará e estamos em um processo contínuo de recuperação. Sabemos que a economia oscila muito, tem instâncias políticas. Entretanto, o Estado do Pará está se esforçando para retomar essa exportação e temos esperança de melhoras para o segundo semestre. A retomada é lenta e gradual, não é imediata.

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