Óleo de soja passa de R$ 10 nos supermercados de Belém
Entre os fatores que estimularam o cenário de alta, está a maior demanda pelo óleo de soja bruto, principalmente para a produção de biocombustível, o que elevou também o preço no varejo

O óleo de soja consumido pelos paraenses e comercializado nos supermercados de Belém ficou mais caro, com reajustes bem acima da inflação. É o que mostra pesquisas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA). Os aumentos no preço do produto já ocorrem desde o final do ano passado e também continuam neste início de 2025. Em janeiro de 2024, o preço da unidade da garrafa de 900 ml do produto foi comercializado em média a R$ 8,30; encerrou o ano custando em média R$ 9,63 e neste ano - janeiro de 2025 - o produto foi comercializado em média a R$ 10,24.
A pesquisa da instituição confirma, portanto, que no início deste ano de 2025, o preço médio da garrafa de 900 ml de óleo de soja já subiu cerca de 6,33% em relação ao mês de dezembro de 2024. Já no balanço comparativo de preços dos últimos 12 meses - janeiro do ano passado a janeiro de 2025 -, o produto ficou bem mais caro. O produto acumulou alta de 23,37%, percentual cinco vezes maior que inflação calculada em 4,17% (INPC/IBGE) para o mesmo período.
Para Everson Costa, supervisor técnico do Dieese/Pa, Entre os fatores que estimularam o cenário de alta, está a maior demanda pelo óleo de soja bruto, principalmente para a produção de biocombustível, o que elevou também o preço no varejo. “A alta no preço do óleo de soja atinge não só o chamado consumo doméstico, o impacto também pesa no bolso de milhares de empreendedores que utilizam o óleo de soja no preparo e fornecimento de refeições, lanches, e demais itens que garantem a renda e seu sustento”, afirmou.
Consumidores sentem impacto do aumento
Ana Paula Fontes, administradora e professora de Ensino Superior, comentou sobre a grande variação no preço do óleo. "Tá uma variação muito grande no preço do óleo. Agora, por exemplo, nesse mês subiu com certeza pelo menos 10% do que eu estou acostumada a comprar. Normalmente, o valor do óleo tem variado entre 7 e 8 reais e hoje, por exemplo, tá entre 9 e 10 reais. Então, a gente vê aí um aumento de pelo menos 1 real no valor”, disse.
Ela também mencionou a última compra: "A última vez que eu paguei no óleo foi em torno de 7,60 mais ou menos. Hoje o mais em conta que estou levando para casa custa 9,32. É um aumento significativo. Bem significativo."
Ana ainda ressaltou que, embora a variação de preço não a afete diretamente, ela acredita que terá um impacto nos pequenos negócios. "A mim não influencia o aumento do preço do óleo porque eu continuo utilizando ele da mesma forma, mas eu tenho certeza que para pequenos negócios isso deve fazer uma grande diferença”, avaliou.
A administradora destacou as implicações dessa variação de preço. "Como eu não uso tanto óleo na minha casa para coisas mais específicas, então essa variação de preço não impacta tanto. Mas para quem utiliza o óleo, por exemplo, para cozinhar todos os tipos de alimento ou para fazer uma maior quantidade, este preço com certeza vai impactar”, declarou.
Ela também revelou a estratégia para tentar economizar: "Procuro marcas mais baratas. O tempo todo busco promoções ou mudo o local de compra para tentar economizar. Eu tinha acabado de comentar com a minha mãe: 'Você não quer deixar isso aqui e dar uma olhada em outro supermercado?' Porque eu achei o preço muito fora do padrão."
Walterciria Monteiro, contabilista, observou que até o dia 28 de cada mês o preço do óleo varia entre R$6 e R$7. No entanto, a partir do dia 1º, quando aposentados e pensionistas recebem seus pagamentos, o preço sobe para quase R$ 10 por lata.
Ela comparou os preços de 2024 com os de 2023, destacando que, no ano passado, o preço do óleo estava entre R$ 5 e R$ 6, enquanto agora chega a R$9 e até R$ 10. “Antes, comprava de quatro a cinco latas de óleo, mas agora só consigo levar duas devido ao aumento dos preços”, revelou.
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