EUA proibirá a importação de petróleo russo e preço já ultrapassa 130 dólares
Além dos EUA, o Reino Unido também pode banir o petróleo da Rússia
O preço do petróleo bateu os 130 dólares nesta terça-feira (07), diante da iminência do anúncio dos Estados Unidos de que vai proibir as importações do produto da Rússia, como punição pela invasão da Ucrânia. O presidente americano, Joe Biden, fará um anúncio no início da tarde de hoje. As informações são do jornal O Globo.
Além dos EUA, o Reino Unido também pode banir o petróleo da Rússia. O anúncio deve ser feito ainda hoje pelo primeiro- ministro britânico, Boris Johnson. Já a União Europeia não deverá adotar medidas imediatas, mas anunciou hoje um plano estratégico para reduzir drasticamente a dependência do petróleo e, principalmente, do gás russo. Na madrugada de hoje, a Rússia ameaçou bloquear o envio de gás para a Europa.
"Devemos nos tornar independentes do petróleo, carvão e gás russos. "Simplesmente não podemos confiar em um fornecedor que nos ameaça explicitamente", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em comunicado.
VEJA MAIS
A expectativa de um anúncio por Biden fez a cotação do petróleo do tipo Brent, referência internacional, alcançar US$ 131,97, com alta de mais de 7%.
Importações da Rússia
A Europa importa 41% do gás que consome da Rússia. Além disso, depende do petróleo (27% das importações) e do carvão (47% das compras) russos como fonte de energia. No caso do Reino Unido, as importações da Rússia são 8% do total comprado pelo país e 18% no caso do diesel.
Enquanto os Estados Unidos importam cerca de 400 mil barris diários de petróleo da Rússia, os países europeus compram muito mais: 4,3 milhões de barris por dia. Além disso, 800 mil barris chegam ao continente europeu via dutos - ou seja, um bloqueio coordenado demandaria tempo e não poderia ser imediato.
Os EUA estão ensaiando uma aproximação com a Venezuela para suprir seu mercado quando o bloqueio do petróleo russo entrar em vigor.
A inclusão do petróleo na lista de sanções americanas vai representar uma escalada nas retaliações ocidentais à Rússia pela invasão da Ucrânia. Os insumos energéticos (petróleo e gás) não foram incluídos nas primeiras levas de sanções por conta do efeito bumerangue que provocariam, com preços de gasolina e energia disparando para os consumidores dos EUA e da Europa.
O galão de gasolina alcançou o maior patamar desde 2008 nos Estados Unidos e os preços estão em alta em vários países europeus.
(Luciana Carvalho, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política.)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA