Estado do Pará presta apoio à PF para evitar conflitos em terras indígenas, diz Helder Barbalho

Para o governador, enquanto a política de crédito de carbono não for efetivada, haverá conflito entre o uso da terra sustentável e o uso da terra predatória

O Liberal
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Participando da programação do Fórum Econômico Mundial, que termina nesta quinta-feira (26), em Davos, na Suíça, o governador Helder Barbalho concedeu uma entrevista à CNN Brasil onde falou sobre as ações contra o desmatamento ilegal e em prol da sustentabilidade. Questionado sobre o controle do avanço do garimpo em terras indígenas, Helder afirmou que o Estado tem dado apoio à Federal com o objetivo de evitar conflitos.

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Além de Helder Barbalho, comitiva paraense conta com o secretário de Meio Ambiente, Mauro Ó de Almeida, o adjunto de Gestão de Recursos Hídricos e Clima, Raul Romão, o Coordenador de Relações Internacionais, Everton Vargas e a Diretora de Bioeconomia, Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais, Camille Bemerguy

“Precisamos combater toda e qualquer ilegalidade, combater o desmatamento ilegal, a mineração ilegal, o garimpo ilegal. Precisamos demonstrar claramente que o Estado Brasileiro, seja na esfera nacional, subnacional, municipal, todos têm instituições fortalecidas para fiscalizar, garantindo com que sejam preservados os direitos, mas exigidos os deveres. O estado do Pará tem dado apoio à Polícia Federal, no sentido de evitar esse conflito nas áreas indígenas, e nós precisamos conciliar os saberes da Amazônia, os povos tradicionais, e claro, as atividades econômicas que estejam legalizadas”, declarou.

O governador declarou ainda que a mensagem passada não deve ser a de que a ilegalidade terá por parte do estado brasileiro “o conforto e a tranquilidade na abordagem”. “Pelo contrário, nós temos que ser enérgicos, firmes, para se compreender de que nós garantimos os direitos cada cidadão e cidadã, mas também cada um deve cumprir com suas obrigações e a preservação do meio ambiente deve ser uma oportunidade e acima de tudo um compromisso da nossa sociedade”.

Sobre as ações concretas desenvolvidas pelo Estado, ele citou novamente o plano Amazônia Agora, que conta com sete eixos de atuação e tem como objetivo central levar o Pará à neutralidade climática na área de “uso da terra e florestas” antes de 2036. “Tem um pilar, primeiro, do comando, controle e fiscalização. E com essa fiscalização o estado do Pará já apresenta a redução de 14% nas áreas de desmatamento neste ano. Por outro lado, fortalecendo institucionalmente a regularização fundiária e a regularização ambiental. E no terceiro ponto, um novo modelo de produção sustentável, onde nós possamos ter a pecuária sustentável por rastreabilidade, para mostrar que essas propriedades respeitam as leis, respeitam as áreas de conservação da propriedade, para que nós possamos garantir a bioeconomia, por exemplo, o cacau, o açaí, áreas de produção que não apenas geram a produção em si, mas também regeneram áreas destruídas, compondo o processo de regeneração de áreas degradadas. E claro, além da bioeconomia, ter a floresta em pé como um ativo. Isso tem sido muito debatido aqui em Davos”, afirmou o governador.

“É fundamental que as grandes operações financeiras possam compreender que a floresta em pé precisa ter um valor. Hoje, um hectare de floresta em pé no Pará tem 10% do valor de uma mesma área de lavoura ou agropecuária. Enquanto nós não colocarmos a floresta em pé atrás da política de crédito de carbono, transformando a floresta em pé e uma nova commodity global, nós sempre estaremos a ver o conflito entre o uso da terra sustentável e o uso da terra predatória”, completou o governador.

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