Empresários de Belém driblam baixo movimento de clientes durante Carnaval
Itens típicos dessa festividade e promoções são apostas de alguns lojistas
O movimento de pessoas na capital paraense tende a cair consideravelmente no feriado prolongado do Carnaval. Isso porque grande parte dos moradores de Belém deixa a cidade para curtir a folia nos interiores e até fora do Estado. Com baixa movimentação, a consequência para os lojistas da capital é de queda nas vendas, comportamento que já é esperado anualmente e faz eles buscarem formas de emplacar mais produtos e serviços.
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Dono de uma empresa de papelaria, presentes e esportes, Miguel Sampaio, de 72 anos, que é vice-presidente da Associação Comercial do Pará (ACP), diz que o fluxo de clientes em sua loja fica bem abaixo do normal no ‘feriadão’ de Carnaval, o que impacta diretamente nas vendas dos produtos. “Não sou só eu que sinto, mas todo o setor do comércio, com exceção de supermercados. As pessoas vão para o interior, então dá uma baixa grande. A maioria dos lojistas sente esse problema, é uma coisa normal, que sempre esperamos”, conta.
A movimentação só deve subir novamente a partir de quinta-feira, mas, mesmo assim, Miguel vai manter a empresa aberta nos próximos dias. “Vou deixar aberta, apesar de saber que o movimento vai cair muito. Eu abro porque as pessoas que ficam em Belém vão para as festas de tarde e de noite, mas de manhã ainda podem comprar”, opina o empresário. O que atrai os clientes nesse período, na avaliação dele, é apostar nos produtos típicos de Carnaval para quem fica na cidade.
Hotelaria
Gerente de vendas de um hotel em Belém, Cynthia Margarone diz que também sente uma queda no fluxo de hóspedes durante as festividades. “Não vemos mais a intensa programação de blocos e festas com artistas nacionais e locais, especialmente no bairro da Cidade Velha, como antigamente”, comenta.
Para a hotelaria o movimento é sazonal: pode ficar abaixo do esperado, pois é um período com fluxo emissivo para outros Estados e para o interior, mas em alguns hotéis pode ocorrer uma alta, por conta de algo pontual, como eventos corporativos e convenções de vendas.
O que o setor costuma fazer, segundo Synthia, é manter os preços como estão, para evitar mais perdas. “Como, na hotelaria, trabalhamos com tarifas dinâmicas, tentamos manter uma média desses valores, evitando o aumento de tarifas para reter uma possível demanda local durante a semana de baixa”, comenta.
Consumo
Quem vai comemorar o Carnaval em Belém é o representante comercial Luiz Queiroz, de 28 anos. A ideia dele é se reunir com amigos, fazer churrasco e talvez ir para alguma festa ou bloquinho nos próximos dias. Ele conta que, normalmente, costuma voltar seus gastos no período para bebidas, e se sobrar dinheiro, com alimentação fora do lar.
Embora nunca tenha comparado com as despesas de outros finais de semana, Luiz acha que gastará menos ficando em Belém neste Carnaval. “Comparar financeiramente o final de semana do Carnaval com os outros ao longo do ano é algo que eu confesso que nunca parei pra fazer, mas acredito que venha a economizar com alimentação”, diz.
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