Em Paris, Helder defende transição econômica e reforça bioeconomia como vocação do Pará

Governador do Pará também destacou a importância da colaboração da Petrobras na transição econômica do Brasil

O Liberal

Ao lado de outras autoridades brasileiras e francesas, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), participou nesta sexta-feira (13), do I Fórum Esfera Internacional, evento realizado em Paris com o objetivo de debater novas oportunidades de negócios e alianças bilaterais entre Brasil, França e União Europeia. Ele foi convidado para falar sobre mudanças climáticas, com foco na 30ª edição da Conferência Anual das Nações Unidas para o Clima (COP-30), que será realizada em Belém em 2025. Em seu pronunciamento, Helder defendeu o papel proativo da Petrobras no processo de transição econômica e ecológica do Brasil. A estatal brasileira figura entre as maiores produtoras de petróleo e gás do mundo.

VEJA MAIS

image Governador Helder Barbalho muda comando da Sespa e hospital Ophir Loyola
Decretos com nomeações e exonerações foram publicados nesta terça-feira, no Diário Oficial do Estado

image Círio 2023: governador e primeira-dama chegam para acompanhar a procissão
O governador pretende acompanhar todo o trajeto do Círio

O governador também informou que o Brasil tem firmado com o governo norueguês cerca de R$3 bilhões em financiamento por meio do Fundo Amazônia com recursos provenientes de atividades petrolíferas e que esse modelo de financiamento poderia ser aplicado pela estatal brasileira em iniciativas sustentáveis.

“Cada estado da Amazônia tem uma vocação, e o petróleo não é a vocação do Pará. A vocação que o Estado escolhe para a sua transição econômica é a floresta viva, a bioeconomia, a partir de pesquisa, de ciência, de conhecimento, inovação, para que floresta viva possa valer mais do que floresta morta, o que lamentavelmente hoje não é uma realidade e isto acaba gerando um conflito econômico, ambiental e social”, disse Helder Barbalho. “Nós precisamos pedir recursos para a Noruega tendo a Petrobras, com os dividendos que tem distribuídos, com a potência que representa para a nossa economia? Nós não podemos fazer disso a indução?”, questionou, em seguida.  

image Helder sanciona lei que reconhece a obra de Dona Onete como patrimônio imaterial do Pará
O Projeto de Lei Nº 54/2023, de autoria do deputado Elias Santiago (PT) foi sancionado pelo Governador do Pará

image Governador Helder Barbalho diz defender pesquisa sobre exploração de petróleo no Norte
Por outro lado, pondera que a defesa de exploração imediata seja precipitada sem a devida pesquisa e planejamento

Para o governador paraense, a Petrobras “deve ser proativa e ao invés de responder sobre a captura de petróleo a 540 km da foz do Amazonas”. Ele defende que a estatal veja a região “como um grande case de utilização de uma empresa que atua no setor energético com diversas matrizes, mas que lidera o processo de transformação e transição ecológica e, acima de tudo, social e ambiental, ajudando o Brasil na construção seja da transição energética, o que já está fazendo, seja na transição ecológica e na transição econômica”, disse. “É fundamental que tenhamos clareza de que é possível defender a exploração de combustíveis fósseis, desde que estejam sob o aspecto da sustentabilidade e das garantias legais da preservação da legislação ambiental”, completou.  

image "É possível defender a exploração de combustíveis fósseis, desde que estejam sob o aspecto da sustentabilidade e das garantias legais da preservação da legislação ambiental", disse Helder (Agência Pará)

Helder Barbalho acredita que o Brasil vive um momento de protagonismo na questão ambiental, o que posiciona o pais no protagonismo da diplomacia. Para ele, o que difere o Brasil de outras potências globais é a pujança da sua economia. “O consumo extraordinário de mais de 200 milhões de brasileiros, um território produtivo e uma condição climática que posiciona o Brasil como protagonista na questão da segurança alimentar, mas abstraindo e não querendo minorar esses atributos. Compreendo que a floresta amazônica, efetivamente, é o que posiciona o Brasil em um patamar de diferença”, disse. 

image Margem Equatorial: Petrobras quer perfurar poço na costa do Amapá até o 1º semestre do ano que vem
Declaração foi dada pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates

image Combustíveis podem ter novo reajuste ainda neste ano, diz presidente da Petrobras
Prates avalia que possível aumento de preços se dará em meio a 'tempestade perfeita' no mercado internacional

Ele voltou a defender o uso de mecanismos para a geração de empregos verdes e a conciliação para a preservação da floresta a partir da sua valoração. “Quando incrementamos conhecimento, incluímos uma nova vocação para a Amazônia: a bioeconomia, que inclusive deve ser lida como sociobioeconomia, porque precisa envolver gente”, avalia.

“Não adianta falar em floresta e esquecer que nós temos 29 milhões de brasileiros que vivem em uma das regiões com uma grande complexidade social que é a região amazônica, e quando nós temos estudos como o plano estadual de bioeconomia, ele aponta números importantes de serem registrados”, continuou.

Helder também citou o primeiro Plano de Estadual de Bioeconomia, elaborado pelo Pará, e afirmou que a bioeconomia já gera 387 mil empregos na Amazônia e 84 mil empregos diretos. “E eu estou falando de uma atividade absolutamente incipiente, porque o Brasil não a explorou. Nós temos uma projeção: se hoje o PIB é de 12 milhões de reais, nós estamos falando de uma projeção, alicerçada no Plano de Bioeconomia, de que até 2040, se nós investirmos em ciência, tecnologia e inovação, teremos condições de exportar produtos de bioeconomia chegando a 120 bilhões de dólares e aqui eu estou falando de madeira fruto de manejo, de cosméticos, de fármacos e de produtos oriundos da floresta que permitirão a criação de empregos verdes”, disse. 

Ele adiantou ainda que o Estado irá lançar o primeiro plano de restauração florestal, com o objetivo de colaborar para o cumprimento das metas de redução das emissões de gases do efeito estufa pactuados pelo país. O lançamento irá ocorrer durante a COP 28, que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, no final do ano.

Para Helder, é necessário incentivar a economia de concessão de florestas para permanecer o estoque florestal. “Porque se o país não restaurar aquilo que está antropizado, não cumprirá as suas metas de contribuição para a redução das emissões, portanto, trata-se de um conjunto de esforços que precisa de financiamento, seja do Fundo Amazônia, seja do Fundo do Clima, seja de recursos dos governos estaduais seja a mobilização da iniciativa privada”, avaliou.

I Fórum Esfera Internacional

A programação do I Fórum Esfera Internacional que começou nesta sexta-feira (13), segue até este sábado (14). Além de Helder Barbalho, participam do evento o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso; e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, o ministro Gilmar Mendes (STF), Ricardo Lewandowski (ex-ministro do STF), o ministro Vinícius de Carvalho (Controladoria-Geral da União), o presidente Bruno Dantas, o ministro Walton Alencar (ambos do Tribunal de Contas da União), Miriam Belchior (secretária-executiva da Casa Civil), o ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a ministra para Transição Energética da França, Agnès Pannier-Runacher, .

O evento também conta com a participação de instituições brasileiras e francesas, entre elas a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Movimento das Empresas da França (Medef).

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA