Belém tem a segunda maior prévia da inflação do país: educação e habitação pesam no bolso
Alimentação na capital paraense também ficou como a segunda mais cara no país
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), nesta terça-feira (25), apresentou variação de 1,39% em fevereiro, em Belém, ficando atrás apenas de Recife (1,49%) no índice geral. O indicador representa 1,38 ponto percentual (p.p.) acima da taxa registrada em janeiro deste ano (0,01%) na capital paraense. No ano, a variação acumulada é de 1,39%, enquanto que nos últimos 12 meses o aumento foi de 5%. Os grupos que mais pesaram no bolso do consumidor belenense foram educação e habitação.
O grupo de alimentação e bebidas também teve uma significativa influência para a alta deste mês, com um aumento de 1,53% em relação a janeiro. Na comparação nacional, este grupo apresenta o segundo maior índice do Brasil, superado apenas pela taxa em Salvador, que registrou 1,95%. Os destaques dentro deste grupo foram as bebidas e infusões (4,87%) e os panificados (2,33%). Em contrapartida, houve uma queda nos preços de cereais, legumes e oleaginosas (2,82%) e de açúcares e derivados (1,11%).
Segundo o analista do IBGE no Pará, Luiz Cláudio Martins, as variações, sobretudo no preço dos alimentos, impactam fortemente o orçamento das famílias.
“Quando você tem itens que têm um crescimento, como o café, a cenoura, o açaí, que são produtos muito consumidos por nós aqui no Estado, principalmente na Região Metropolitana de Belém, isso acaba gerando um grande impacto”, aponta Martins.
Uma das principais formas para driblar a inflação dos alimentos é encontrar opções que possam ser substituídas. No entanto, Luiz Cláudio Martins ressalta que, em alguns casos, não há “substitutos perfeitos”.
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“O chá seria um substituto para o café, mas muitas pessoas não encaram dessa forma, não o veem como substituto, pelo menos à altura, de um item como o café. Assim como aquelas pessoas que têm o hábito de tomar o açaí. Então, praticamente, não tem substituição, então as pessoas têm duas opções: ou elas apertam seus orçamentos para poder caber ali esse aumento nos preços desses itens, ou a pessoa fecha o consumo e para de consumir esses itens”, declara o analista.
No setor de habitação, a variação foi de 4,71%, colocando Belém atrás apenas de Porto Alegre (5,31%) e Belo Horizonte (4,81%). A energia elétrica residencial foi a principal responsável por esse aumento, com uma alta de 10%. O grupo de educação também se destacou com 5,19%, puxado pelos cursos regulares, que subiram 6,41%. O grupo de comunicação teve um leve reajuste de 0,08%.
Já os artigos de residência apresentaram uma variação de 0,56%, destacando-se os produtos de TV, som e informática, além de consertos e manutenção, ambos com alta de 0,88%.
Por outro lado, o grupo de vestuário teve uma redução de 0,20%, seguindo a tendência nacional de queda nos preços. O setor de transportes também registrou uma diminuição de 0,35%.Saúde e cuidados pessoais mostraram um reajuste de 1,14%, impulsionado principalmente pelos produtos óticos, que subiram 3,07%. As despesas pessoais apresentaram uma redução de 0,41%, com destaque para a queda na recreação (2,24%).
Variação anual
Ao analisar a variação acumulada nos últimos 12 meses, o grupo de alimentação e bebidas lidera, com 7,76%, especialmente por conta da alta significativa em bebidas e infusões (17,67%). A habitação registrou um aumento de 1,06%, com ênfase no aluguel e taxas (8,02%).
Os artigos de residência mostraram uma variação de 4,38%, enquanto o vestuário subiu 5,32%. Nos transportes, a variação foi de 5,01%, destacando o aumento dos combustíveis (14,35%). Já a saúde e cuidados pessoais teve uma alta de 5,13%, especialmente em produtos farmacêuticos (8,30%) e planos de saúde (7,40%).
Variação do IPCA-15 em fevereiro:
- Alimentação e bebidas: 1,53%
- Habitação: 4,71%
- Artigos de residência: 0,56%
- Vestuário: -0,20%
- Transportes: -0,35%
- Saúde e cuidados Pessoais: 1,14%
- Despesas pessoais: -0,41%
- Educação: 5,19%
- Comunicação: -0,50%
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