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Economista paraense dá dicas de como equilibrar o orçamento familiar

Pesquisa mostra que, em agosto, apesar do leve decréscimo, o percentual de famílias endividadas ainda é grande

Emilly Melo
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Mais da metade das famílias do Pará encontra-se endividada, conforme aponta a mais recente Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada no início deste mês, referente à situação dos consumidores de agosto deste ano. Segundo o economista paraense Mario Tito Almeida, o endividamento pode acarretar prejuízos tanto do ponto de vista microeconômico quanto da macroeconomia.

O levantamento, realizado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Pará (Fecomércio-PA), registrou um pequeno decréscimo na taxa de famílias que relataram ter dívidas a vencer de agosto, caindo de 68,8%, observada em julho, para 67,6%, no último mês. Em agosto de 2023, a taxa era de 77,4%. O percentual de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas atrasadas ficou em 6,3% no último mês.

Já o percentual de famílias inadimplentes, ou seja, com dívidas em atraso, foi de 24,2%, em agosto deste, frente a 24,4% em julho deste ano, e 30,3% em agosto do ano passado. Conforme a pesquisa, 87% lidam com dívidas do cartão de crédito, esse fenômeno, avalia Mario Tito, traz impactos ao mercado financeiro à medida que cresce o percentual de endividamento das famílias.

“Aquele recurso sai da economia real e vai girar no mercado financeiro, o que traz uma consequência para a economia real, porque as atividades que estão ligadas à ela, como produção de bens e serviços, acabam sofrendo retração. Então, o endividamento exacerbado passa a carrear os recursos para fora da economia real, e essa situação de endividamento passa a ser uma bola de neve na medida em que vai se retroalimentando”, detalha.

Com a situação econômica do Brasil dos últimos anos, pondera o especialista, muitas famílias, sobretudo as pertencentes às classes mais baixas e médias, recorrem ao crédito para atender às suas demandas de consumo.

“O crédito era direcionado a bens duráveis, como por exemplo a linha branca, televisão, geladeira, financiamento de veículos. Porém, com o aumento da crise, o crédito alcança também a questão dos consumos de bens de primeira necessidade, como os alimentos e aqueles produtos que, normalmente, se comprava à vista ou no débito.”

Educação financeira pode ajudar a organizar as finanças da família

De acordo com o economista, é importante que as famílias respeitem o limite prudencial de comprometimento da renda. Este termo é usado para estabelecer um teto de gastos que não compromete totalmente a renda familiar com o pagamento de dívidas.

Neste caso, Mario Tito ressalta que todos os membros da casa precisam estar cientes do orçamento disponível para que haja uma colaboração conjunta. “Não adianta o pai ou a mãe criarem o orçamento, mas não socializar essa necessidade aos filhos, de modo tal que haja um compromisso de todos”, analisa.

Um sinal de alerta para as finanças da família é a ausência de uma poupança ou reserva para gastos imprevisíveis. Segundo o especialista, uma parte significativa das dívidas de uma família é adquirida em situações de emergência.

Ele orienta que as famílias busquem orientação para tratar das finanças pessoais a partir da educação financeira, incluindo também as crianças, para alcançar o controle de gastos e um consumo consciente. Outra dica que ele dá para evitar descompensação financeira é escolher produtos que tenham preço mais baixo, mas sem perder a qualidade.

“Buscar o comércio mais popular, das feiras, ao invés de ir atrás de supermercados e grandes lojas para conseguir itens mais baratos na negociação, no comércio mais popular, dentro de uma perspectiva de economia solidária”, completa o especialista.

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