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Dólar tem leve queda com exterior e fala de Lira sobre pacote de gastos

Com máxima a R$ 6,0734 pela manhã e mínima a R$ 6,0207, o dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,18%, cotada a R$ 6,0477

Por Antonio Perez | Estadão Conteúdo
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Após uma manhã de instabilidade e troca de sinais, o dólar se firmou em baixa ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quarta-feira (4) em leve queda no mercado doméstico. A recuperação do real veio com o enfraquecimento da moeda americana no exterior e a promessa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de apreciação acelerada das medidas de corte de gastos do governo.

Com máxima a R$ 6,0734 pela manhã e mínima a R$ 6,0207, o dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,18%, cotado a R$ 6,0477. Apesar do segundo pregão consecutivo de recuo no mercado local, a divisa ainda se mantém acima do nível técnico e psicológico de R$ 6,00 e acumula ganhos de 0,77% na semana.

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Para o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, a taxa de câmbio já embute, no nível atual, todo o pessimismo dos investidores com a situação fiscal e pode experimentar um recuo gradual até o fim do ano. Além disso, com a perspectiva de aperto monetário mais forte, é cada vez mais "caro" carregar posições em dólar, que significam, na prática, abrir mão da remuneração em juros locais.

"Os ativos locais já precificam um cenário bem ruim. E agora, com Lira falando em aprovar o pacote rapidamente e o dólar mais comportado lá fora, vemos uma recuperação do real", afirma Weigt. "Se não aparecer nenhuma novidade ruim no cenário interno, a tendência é o dólar ir escorregando aos poucos para R$ 5,90".

Em evento realizado em Brasília, Lira disse não ter dúvidas de que o Congresso vai votar as medidas do pacote de corte de gastos do governo nesta semana ou na próxima, uma vez que ainda precisa aprovar neste ano o Orçamento de 2025.

Mais cedo, o Broadcast havia antecipado que a PEC da contenção de gastos será votada diretamente no plenário da Câmara, uma vez que será apensada a outra proposta que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

No exterior, o índice DXY - termômetro do comportamento do dólar em relação a moedas fortes - as taxas dos Treasuries recuaram, na esteira de dados aquém do esperado do setor de serviços nos EUA. A moeda americana perdeu força na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities.

O Citi recomenda aposta na moeda brasileira contra o euro e o Dollar Index, uma vez que vê "espaço para o real se estabilizar" ao longo do primeiro trimestre de 2025. Dada a deterioração das expectativas de inflação, a depreciação recente do real e os números fortes do PIB no terceiro trimestre, o Citi acredita que o BC vai intensificar o ritmo de aperto monetário com uma alta de 0,75 ponto porcentual na taxa Selic neste mês.

Para o superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento, uma recuperação do real que leve o dólar a operar abaixo de R$ 6,00 ainda neste ano depende da combinação de três fatores: aceleração do ritmo de alta da taxa Selic para 0,75 ponto porcentual, novo corte de 0,25 ponto nos juros pelo Federal Reserve e o andamento do pacote de gastos no Congresso.

"Mas pode ser que o Fed não corte mais os juros. Trabalho com um cenário bem volátil para o câmbio. Temos a tramitação das medidas fiscais aqui e o risco inflacionário nos Estados Unidos com o novo mandato presidencial de Donald Trump", afirma Chiumento.

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