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Dólar cai para R$ 5,50 pela 1ª vez em quase 1 mês, apesar de tensão Irã-Israel

Real se destacou novamente entre seus pares latino-americanos

Antonio Perez / Estadão Conteúdo
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O dólar emendou nesta segunda-feira (12/08) o quinto pregão consecutivo de desvalorização no mercado doméstico e fechou o pregão abaixo da linha de R$ 5,50 pela primeira vez desde meados de julho. O real se destacou novamente entre seus pares latino-americanos, mas teve seu ímpeto em parte limitado pelo aumento da tensão geopolítica no Oriente Médio.

A divisa abriu em queda firme e chegou a romper o piso de R$ 5,48 ao fim da primeira hora de negócios, quando registrou mínima a R$ 5,4729. Operadores relataram desmonte de posições cambiais defensivas com a perspectiva de ampliação do diferencial de juros interno e externo, fruto da combinação do tom duro adotado recentemente pelo Banco Central com a perspectiva de início de cortes de taxas pelo Federal Reserve em setembro.

No início da tarde, quando surgiram informações de um possível ataque iminente do Irã a Israel, em retaliação a morte de uma liderança do grupo palestino Hamas em solo iraniano, o dólar à vista chegou a operar pontualmente em terreno positivo, em sintonia com a piora do apetite ao risco no exterior. Na máxima, a moeda atingiu R$ 5,5229.

Após trabalhar em leve baixa no restante da sessão, o dólar à vista encerrou o dia cotado em queda de 0,34%, a R$ 5,4962. Nos últimos cinco pregões, a moeda acumulou desvalorização de 4,27%, o que reduziu os ganhos no ano, que chegaram a ultrapassar 17%, para 13,24%.

O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, afirma que a "questão geopolítica" limitou os ganhos do real ao longo da tarde, apesar da valorização das cotações internacionais do petróleo ser benéfica do ponto de vista dos termos de troca.

"Real ainda está bem melhor que outros emergentes"

"O real ainda está bem melhor que outros emergentes. O peso mexicano está apanhando muito. Por enquanto a questão do 'carrego' (compra da moeda brasileira para ganhar com taxa de juros local) está compensando o vetor negativo do risco geopolítico maior", afirma Borsoi, ressaltando que tanto o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, quanto o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, adotaram tom conservador em declarações hoje.

Pela manhã, em evento na Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo, Campos Neto disse que, independentemente de quem seja seu sucessor no comando do BC, há um compromisso "inequívoco" da instituição em trazer a inflação para a meta.

À tarde, Galípolo, em evento da Warren Investimentos, disse ter ficado satisfeito com a relação do mercado a suas declarações na última quinta-feira, 8, quando disse não ver sentido percepção de que diretores indicados pelo atual governo não podem elevar os juros. Ele reiterou que uma alta da taxa Selic está na mesa do Banco Central, mas que as próximas decisões dependem dos indicadores.

Borsoi, da Nova Futura, afirma que, passado o momento mais agudo do desmonte de operações do carry trade deflagrado pelo aumento dos juros pelo Banco do Japão (BoJ), o real ainda se beneficia da postura mais firme do Copom.

"A grande fonte de resistência do real é a percepção de melhora do diferencial de juros, com o tom da última ata do Copom e o Fed mais dovish", afirma Borsoi, para quem, caso não haja episódios de aversão ao risco lá fora, como uma escalada do conflito no Oriente Médio, o dólar pode voltar para R$ 5,40. "Além da questão geopolítica, o grande risco que paira sobre o real é a saúde do crescimento chinês".

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Economia
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