Dia Internacional da Internet Segura alerta para uso consciente de computadores e celulares

Pesquisa da Serasa mostra que 40% dos entrevistados já sofreram fraudes financeiras; pelo menos 15% destes foram vítimas pelas redes sociais ou sites

Camila Azevedo
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Mais de 70 mil paraenses já sofreram golpes relacionados a tentativas de fraudes. O segmento de bancos e cartões está entre os preferidos dos criminosos, que utilizam o mundo digital nas ações, somando cerca de 1,7 milhão de ocorrências em todo o Brasil. Os dados foram compilados pela Serasa e mostram, ainda, que pelo menos 15% dos entrevistados foram vítimas em sites ou redes sociais. Para combater os índices e estimular o uso consciente de computadores e celulares, nesta terça-feira (07) é celebrado o Dia Internacional da Internet Segura, data que surgiu na União Europeia e foi adotada pelo país em 2009

A professora Cleice Maciel, de 40 anos, foi uma das vítimas de tentativa de golpe no meio digital. Ela conta que, além de ter uma pessoa usando dados pessoais e fotos dela nas redes sociais, vários pedidos de quantidade em dinheiro foram feitos aos familiares. “Minha mãe recebeu várias ligações. Depois, foram mensagens pelo WhatsApp, com alguém se identificando como sendo eu. O conteúdo dizia que por uma necessidade urgente, tive que trocar de número e estava precisando pagar uma conta. O valor que pediram era acima de R$ 1.000. Eles criaram toda uma situação e apelo”, relembra.

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O alerta de que alguma coisa estava errada veio quando Cleice viu várias chamadas perdidas da mãe e do irmão. Eles desconfiaram do pedido do criminoso e tentaram entrar em contato com a professora. “Meu irmão, que estava em casa, disse que tinha que ver a situação e ligar pra mim primeiro. Então, eu vi as chamadas no meu aparelho, eu estava em reunião e resolvi sair pra atender. Eu perguntei o que estava acontecendo e me explicaram. Ao mesmo tempo, chegou mensagem também para a minha irmã, que mora em outra cidade, pediram dinheiro, fizeram esse apelo”, diz.

Prevenção

O crime aconteceu em 2022 e, desde então, Cleice não demora em adotar medidas de segurança para evitar que mais casos aconteçam. “Agora, salvo o nome dos meus familiares de forma diferente, não identifico quem é pai, mãe ou irmão. Comecei a fechar as redes sociais apenas para amigos, só eles podem ver minhas postagens. No meu telefone, eu bloquei grupos e pessoas que não conheço que mandam mensagem. Se eu perceber que está sem foto, se a pessoa não se apresentar, eu logo bloqueio, tem grupo de venda que me colocam, que eu não conheço ninguém, bloqueio e me retiro do grupo”, afirma a professora.

Cuidados também envolvem permissões em sites

Aline Sanchez, gerente da Serasa, explica que os cuidados no mundo digital devem ser estendidos durante o ano todo. “Fizemos uma pesquisa e mais de 40% dos entrevistados já sofreram algum tipo de fraude. Assim, a primeira coisa é evitar utilizar seus logins sociais para cadastro em outros sites. Essa é aquela liberação que a gente dá para usar nossa rede social como forma de cadastro, acabamos dando a estes sites a liberdade para que eles utilizem mais informações do que é preciso e tenham acesso às nossas informações das redes sociais”, alerta.

Fraude de forma virtual configura crime

A Lei 14.155/21 diz que a prática de fraudes, estelionatos, invasão de dispositivos com o intuito de furtar, apagar ou alterar dados nos meios digitais, incluindo os golpes via WhatsApp, pode resultar em uma condenação de quatro a oito anos de prisão

Adrian Silva, advogado criminalista, destaca que as possibilidades mais comuns vão de furto qualificado a estelionato, podendo ser evitados com cuidados básicos do dia a dia. “No caso de estelionato, tem o indivíduo que te engana e você, achando que é uma coisa, acaba sendo outra. Ele pode forjar uma propaganda, uma espécie de benefício ou sorteio, você vai lá e coloca seus dados ou faz uma transferência. O criminoso recebe o valor e ele se beneficia, naturalmente você não sabe que aquilo está acontecendo” lista o especialista.

“Existe uma modalidade de furto qualificado, que é quando ele é cometido por um dispositivo eletrônico, informático, conectado ou não a internet, com ou sem violação de mecanismos de segurança. O criminoso utiliza um programa malicioso, ou qualquer outro meio de fraude análoga, um malware, vírus e outros para ter acesso a dados da vítima”, finaliza.

Dicas para se manter protegido na internet

- Manter o antivírus e o sistema operacional do seu computador atualizados e proteger sua rede sem fios com senha segura, isto é, ter um tamanho ideal de 14 caracteres com letras maiúsculas, minúsculas, símbolos e números;

- Ao realizar compras online, devemos verificar se a loja virtual é realmente segura, ou seja, se os dados trafegados entre você e a loja estão criptografados (existência do símbolo de “cadeado” onde digitamos o endereço URL da página web da loja virtual), pois é uma maneira de saber a integridade do e-commerce; 

- Criar uma senha forte; mudar a senha a cada 06 meses, não utilizar a mesma senha para outras contas/lojas e nunca usar computadores compartilhados para fazer compras ou pagamentos;

- Desconfiar de propostas que oferecem dinheiro fácil;

- Evitar clicar em links suspeitos e desconhecidos.

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